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Arma do Vitória, Barradão é ameaçado pela Copa-14
Contrato para a reforma da Fonte Nova prevê partidas do clube no local
NELSON BARROS NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Finalista da Copa do Brasil, o Vitória viu sua ascensão
recente se confundir com o
Barradão, palco da decisão
de ontem com o Santos.
Antes de mandar suas partidas no estádio, a partir de
1995, o clube acumulava 14
títulos em 96 anos de vida.
Depois do Barradão, que
foi inaugurado exatamente
em um amistoso contra o
Santos, foram 17 conquistas
em 15 temporadas.
O local foi apontado por jogadores, comissão técnica e
torcida como arma rubro-negra na campanha da Copa do
Brasil -o Vitória esteve invicto na competição deste
ano ali. Mas, apesar de tudo,
o estádio tem futuro incerto
após o Mundial de 2014.
Cláusula na minuta de reconstrução da Fonte Nova,
indicada pelo Estado para receber a Copa, obrigava tanto
o Bahia quanto o Vitória a
realizar um mínimo de 28 jogos por temporada na arena.
Críticas sobre o assunto fizeram o edital da licitação recuar. Mas o objetivo do governo não. O contrato hoje fala "em um clube da capital" e
reduziu de 56 para 33 jogos.
Mas, o ponto 12.3 do contrato diz que o poder público,
"ciente de que a maximização da realização de eventos,
notadamente jogos de futebol, é fundamental para viabilidade econômica da arena, compromete-se a envidar
seus melhores esforços para
que compromissos da dupla
Ba-Vi sejam na Fonte Nova".
Não bastasse, proíbe a disputa de partidas no novo estádio de Pituaçu -equipamento que custou R$ 55 milhões ao longo de 2009-, salvo "motivo de força maior".
O secretário de Esporte,
Nilton Vasconcelos, diz que,
após a Copa, o local terá atividades amadoras e escolares.
Como não pode obrigar o
Vitória a deixar o Barradão,
optou-se por cenário mais conservador no documento.
"Isso não quer dizer que
desistimos. Demonstraremos
a vantagem financeira de se
jogar na Fonte, e não vai ter
como alguém não aceitar",
disse o chefe de gabinete do
governador Jaques Wagner
(PT), Fernando Schmidt, no
lançamento do edital.
Quem está por trás do negócio é o grupo da Amsterdam ArenA, estádio do Ajax e
um dos braços do consórcio
entre as empreiteiras baianas
OAS e Odebrecht. O Bahia já
fechou com eles. A direção
do Vitória, embora tenha visitado os investidores, em junho, na Holanda, ainda não.
"Até o momento, continuaremos na nossa casa. O
Vitória cresceu muito depois
que começou a jogar no Barradão. Tem que ser uma vantagem muito grande, para
que compense tudo isso",
afirmou o presidente do clube, Alexi Portela Júnior.
Ainda não se falou em
uma alternativa para o Barradão, que é apontado pelo governo como um dos centros
de treinamento em 2014 para
as seleções do Mundial.
Colaborou MATHEUS MAGENTA,
de Salvador
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