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Governo faz lobby por Morumbi
Ministros abandonam neutralidade e aderem à defesa da arena do São Paulo para o Mundial
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
Pela primeira vez, o governo federal saiu em defesa do
Morumbi como palco paulista da Copa-2014. Após encontro com senadores, os ministros do Esporte, Turismo e Cidades abandonaram ontem a
neutralidade e aderiram ao
lobby pelo estádio do São
Paulo, vetado pela Fifa.
"A pior decisão é ficar sem
nenhuma decisão. Somos a
favor do compromisso assinado em janeiro com o governo de São Paulo", declarou o
ministro do Esporte, Orlando
Silva Jr., em uma referência
ao projeto do Morumbi.
Ele criticou ainda o que
chamou de "indefinição" do
governador Alberto Goldman (PSDB), que assumiu o
cargo em abril, após a saída
de José Serra (PSDB) para
disputar a eleição presidencial. "Fiquei impressionado
quando uma autoridade estadual de São Paulo disse
que a decisão pode ficar para
2011. É preciso responsabilidade", afirmou Silva Jr.
A pressão em defesa do estádio também foi feita pelo
ministro das Cidades, Márcio
Fortes. Segundo ele, a escolha de outra arena pode arrastar as obras de infraestrutura para o ano que vem.
O lobby pró-Morumbi foi
orquestrado com o apoio dos
três senadores de São Paulo
-Eduardo Suplicy (PT), Romeu Tuma (PTB) e Aloizio
Mercadante (PT)-, todos da
base de apoio ao governo Lula. Eles vão procurar o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para marcar uma reunião
na qual apoiarão o Morumbi.
"Há um consenso entre os
senadores e ministros para
viabilizar isso. Vamos nos
reunir com Ricardo Teixeira e
Juvenal Juvêncio [presidente
do São Paulo] para resolver a
questão", declarou Suplicy.
No encontro, sobraram críticas ao governo de São Paulo, comandado pelo PSDB, e
à prefeitura, sob controle de
Gilberto Kassab (DEM).
"Foi assinado um compromisso por Serra, Gilberto
Kassab e os ministros. O
governo fez a parte dele, e esperamos o mesmo dos outros", afirmou Suplicy.
Candidato ao governo de
São Paulo, Mercadante defendeu uma solução "apartidária". "Já perdemos cinco
meses e corremos o risco de
ficar fora da Copa" disse ele.
"Até o Distrito Federal, que
teve um governador preso,
está no calendário."
Para os três senadores, o
Morumbi deve ser o estádio
paulista da segunda Copa do
Mundo no Brasil porque não
há tempo para viabilizar um
outro projeto. "Foram necessários sete meses para discutir esse projeto. Como podem
agora discutir outra solução?", indagou Mercadante.
"São Paulo não pode ser
alijada por falta de vontade
política", completou Tuma.
Alvo das críticas dos ministros e senadores, o governo do Estado tem se mostrado favorável à "solução Morumbi" para o impasse, já
que investe em projetos de
mobilidade urbana para o
bairro de olho na Copa.
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