São Paulo, quinta-feira, 05 de setembro de 2002

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FUTEBOL

Nunca até hoje uma equipe fez 46 partidas por um Nacional, como prevê o regulamento da competição para 2003

Brasileiro-03 será o mais suado da história

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O campeão brasileiro de 2003 irá "suar" como nenhum outro vencedor do principal campeonato do país ou das ligas nacionais da elite da bola no planeta.
Fazer 46 partidas para ganhar o Brasileiro, como prevê o calendário lançado oficialmente pela CBF anteontem, é um recorde tanto por aqui quanto em outros países que contam no futebol.
Até hoje, o máximo que um time precisou fazer para levar a taça de campeão do país para casa foram 40 partidas, com o Palmeiras, na edição de 1973.
No "primeiro mundo" do futebol (Argentina, Espanha, Itália, Inglaterra e Alemanha), nunca um time fez mais do que 44 jogos para ficar com o título nacional.
Na Europa, apesar de uma situação mais confortável do que a brasileira, os mais famosos treinadores do continente articulam para que o número de partidas seja ainda menor.
A maratona do próximo Brasileiro pode ser ainda maior, já que parte dos dirigentes, capitaneada por Eurico Miranda, o presidente do Vasco, quer um regulamento em que aconteça uma final com os dois melhores times após o fim dos dois turnos.
Nunca até hoje o Nacional foi disputado no sistema de todos contra todos em turno e returno, como no resto da elite.
Apesar do prazo maior (oito meses), os clubes do país terão um calendário muito mais apertado do que em outras nações.
Sem contar as outras competições, como Libertadores e Copa do Brasil, os times que vão disputar o próximo Brasileiro entrarão em campo, em média, uma vez a cada 5,6 dias. Na Europa, o intervalo entre as partidas dos Nacionais é maior. Na Espanha, por exemplo, as equipes na temporada 2002/2003 terão uma média de um confronto a cada 7,7 dias.
Com a situação que terão a partir da próxima temporada, os clubes irão precisar fazer um planejamento mais complicado.
O número de viagens irá aumentar muito. Dependendo dos participantes do próximo Brasileiro, o Paysandu, por exemplo, terá que realizar 23 deslocamentos que irão totalizar quase 140 mil quilômetros, o equivalente a 175 viagens de ida e volta entre São Paulo e Rio.
Com mais compromissos, os elencos terão que ser maiores. Outro problema será ajustar os contratos dos atletas. Boa parte deles vence no meio do ano, quando o próximo Brasileiro ainda estará longe de seu final.
O novo calendário vai fazer os times do país trabalharem mais não só pelo Nacional. Os clubes da primeira divisão que não vão disputar competições internacionais na próxima temporada têm, garantidos, 58 jogos em 2003.
Na atual temporada, equipes na mesma situação, como Santos e Lusa, começaram o ano com "apenas" 42 partidas agendadas.


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