|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Nunca até hoje uma equipe fez 46 partidas por um Nacional, como prevê o regulamento da competição para 2003
Brasileiro-03 será o mais suado da história
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O campeão brasileiro de 2003
irá "suar" como nenhum outro
vencedor do principal campeonato do país ou das ligas nacionais
da elite da bola no planeta.
Fazer 46 partidas para ganhar o
Brasileiro, como prevê o calendário lançado oficialmente pela CBF
anteontem, é um recorde tanto
por aqui quanto em outros países
que contam no futebol.
Até hoje, o máximo que um time precisou fazer para levar a taça
de campeão do país para casa foram 40 partidas, com o Palmeiras,
na edição de 1973.
No "primeiro mundo" do futebol (Argentina, Espanha, Itália,
Inglaterra e Alemanha), nunca
um time fez mais do que 44 jogos
para ficar com o título nacional.
Na Europa, apesar de uma situação mais confortável do que a
brasileira, os mais famosos treinadores do continente articulam para que o número de partidas seja
ainda menor.
A maratona do próximo Brasileiro pode ser ainda maior, já que
parte dos dirigentes, capitaneada
por Eurico Miranda, o presidente
do Vasco, quer um regulamento
em que aconteça uma final com
os dois melhores times após o fim
dos dois turnos.
Nunca até hoje o Nacional foi
disputado no sistema de todos
contra todos em turno e returno,
como no resto da elite.
Apesar do prazo maior (oito
meses), os clubes do país terão
um calendário muito mais apertado do que em outras nações.
Sem contar as outras competições, como Libertadores e Copa
do Brasil, os times que vão disputar o próximo Brasileiro entrarão
em campo, em média, uma vez a
cada 5,6 dias. Na Europa, o intervalo entre as partidas dos Nacionais é maior. Na Espanha, por
exemplo, as equipes na temporada 2002/2003 terão uma média de
um confronto a cada 7,7 dias.
Com a situação que terão a partir da próxima temporada, os clubes irão precisar fazer um planejamento mais complicado.
O número de viagens irá aumentar muito. Dependendo dos
participantes do próximo Brasileiro, o Paysandu, por exemplo,
terá que realizar 23 deslocamentos que irão totalizar quase 140
mil quilômetros, o equivalente a
175 viagens de ida e volta entre
São Paulo e Rio.
Com mais compromissos, os
elencos terão que ser maiores.
Outro problema será ajustar os
contratos dos atletas. Boa parte
deles vence no meio do ano,
quando o próximo Brasileiro ainda estará longe de seu final.
O novo calendário vai fazer os
times do país trabalharem mais
não só pelo Nacional. Os clubes
da primeira divisão que não vão
disputar competições internacionais na próxima temporada têm,
garantidos, 58 jogos em 2003.
Na atual temporada, equipes na
mesma situação, como Santos e
Lusa, começaram o ano com
"apenas" 42 partidas agendadas.
Texto Anterior: Decepção Próximo Texto: Tabela da FPF embola datas Índice
|