UOL


São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Morumbi é mais nova vítima de praxe jurídica

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Tornou-se praxe: quando um clube é condenado a pagar uma dívida elevada, o primeiro bem que oferece para penhora é justamente o mais precioso, seu estádio.
A explicação é simples. Dificilmente um estádio iria a leilão, até mesmo pela falta de eventuais compradores. Dessa forma, os clubes ganham tempo no processo.
O caso mais recente é o Morumbi. O São Paulo ofereceu 8,75% da arena como penhora em um processo movido pelo Ituano, que ganhou o direito de receber US$ 1,52 milhão, 25% do que o time da capital lucrou com a venda do meia Juninho ao Middlesbrough, em 1995.
O clube do interior, porém, rejeitou a oferta. E informou que vai pedir, em contrapartida, o bloqueio de parte do depósito do Milan pela transferência de Kaká.
A partir do pedido do Ituano, o juiz vai definir que bem do São Paulo ficará como garantia de pagamento da ação, que pode ser acrescida de juros e correções.
Procurado pela Folha, o diretor jurídico do São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, não respondeu ao recado que foi deixado em seu escritório.
Juvenal Juvêncio, diretor de futebol são-paulino, afirmou que sabia que o clube havia oferecido um dos seus imóveis como penhora. "Como é de praxe nesse tipo de processo", completou.
Já o diretor de planejamento do clube, João Paulo de Jesus Lopes, enfatizou que não foi oferecido todo o estádio do Morumbi. "Seria uma coisa invendável. Não existe isso. É apenas uma parte, uma instalação. Mas tenho certeza de que o São Paulo conseguirá reverter a questão. Ganhamos em primeira e segunda instâncias."


Texto Anterior: Futebol: Clubes penhoram até bombas de piscinas
Próximo Texto: Justiça e INSS lideram ações
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.