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Iguais, Luxemburgo e Leão fazem tira-teima
Fernando Santos/Folha Imagem
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Leão, do Corinthians, passa orientação no Parque São Jorge |
Técnicos de Corinthians e Santos, que duelam hoje, viram "diretores" nos clubes
Desafetos, treinadores
vão a campo no Pacaembu
com duas vitórias cada um
em duelos pelo Brasileiro
na era dos pontos corridos
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Emerson Leão faz de tudo
para derrubar qualquer semelhança com Vanderlei Luxemburgo. Mas os dois estão cada
vez mais parecidos na maneira
de trabalhar. Ambos já ultrapassaram a linha do treinador
comum. Suas funções vão muito além de preleções e treinamentos táticos e técnicos.
Hoje, às 20h30, no Pacaembu, eles serão as estrelas maiores no clássico entre Corinthians e Santos, assim como
mandam seus inflados egos, para um tira-teima no duelo entre
dois dos mais badalados técnicos brasileiros na atualidade.
Leão não suporta o colega.
Acusa-o de tentar roubar seu
cargo no Santos em 2003.
Como ele já adiantou, ambos
não se cumprimentarão, mas
basta uma análise rápida no
modo de comandar dos dois para constatar que as diferenças
entre eles restringem-se basicamente ao modo de se vestir e
à cor dos cabelos.
Luxemburgo, com seus ternos alinhados e cabelos negros,
é um diretor de futebol. Leão,
com seu agasalho esportivo ou
um modelito mais esporte fino
e cabelos brancos, também.
A função, que o santista batizou de "manager" quando estava no Parque São Jorge em
2001, é a mesma. No Corinthians, Leão ganhou carta
branca do presidente Alberto
Dualib para fazer e acontecer.
Além das atribuições de treinador, participa das negociações para contratação de jogadores ativamente. Hoje, ninguém no Parque São Jorge pode tomar uma atitude referente
ao futebol sem consultá-lo.
Foi assim, com aval e participação direta dele, que César,
Magrão e Amoroso chegaram.
Com autoridade, disse também que o atacante Nilmar irá
continuar no clube. Leão também anda à frente do projeto de
construção de um moderno
centro de treinamento para o
clube. Teve até encontros com
arquitetos para discutir a obra.
Outra faceta dele foi se tornar soldado de Dualib na briga
com Kia Joorabchian. O treinador, inclusive, chegou a decretar o fim da gestão do iraniano.
"Ele não nos pertence mais."
Então, você é manager [gerente], Leão? "Não existe nada
de verdade nessa palavra inglesa. Tudo que estiver relacionado a mim eu sou o responsável.
Eu sou treinador de futebol e,
se tiver algo fora da minha alçada, eu peço permissão", explica.
O expediente de Luxemburgo no Santos é parecido. O treinador foi responsável pela contratação de oito jogadores do
paranaense Iraty, cujo dono é
seu amigo Sérgio Malucelli.
Também foi fundamental na
negociação para ter o meia Zé
Roberto. Ajudou a convencê-lo
a aceitar a proposta santista e
rejeitar a do São Paulo.
Em 2004, Luxemburgo participou do projeto do novo centro de treinamento santista antes de ir para o Real Madrid. Ao
voltar, reclamou que a sala de
imprensa do local era menor do
que a que tinha planejado.
"São dois treinadores muito
capacitados. São os dois melhores do Brasil. Sabem das limitações e das qualidades de suas
equipes e são motivadores",
elogia o corintiano Roger.
Os dois vão a campo com
duas vitórias cada um em duelos por Brasileiros de pontos
corridos. Luxemburgo ganhou
duas pelo Cruzeiro contra o
Santos de Leão em 2003 (2 a 0 e
3 a 0). No ano seguinte, o agora
corintiano bateu, com o São
Paulo (1 a 0) , o rival, já no Santos. Nesta edição, Leão teve
mais um triunfo contra o santista pelo São Caetano (2 a 0).
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