São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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São Paulo sucumbe em Maracanã cheio

Diante do maior público deste Brasileiro, líder acaba vazado pelo Flamengo e deixa de igualar marca histórica de 1973

Rafael Andrade/Folha Imagem
Marcado por Jorge Wagner, Ibson, o autor do gol, protege a bola


Flamengo 1
São Paulo 0

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Maracanã foi maior.
Diante do público recorde deste Brasileiro, o São Paulo começou paciente e acabou demorando muito a tomar a iniciativa a que sua campanha de líder indiscutível o credencia.
Por fim, deixou-se envolver, na maior parte do tempo, pelo ímpeto de um Flamengo determinado a ter sua lua-de-mel num Mário Filho lotado. Coube a Ibson, que voltava de lesão, o décimo gol sofrido pela defesa são-paulina neste Brasileiro.
Com esse resultado, o time de Muricy Ramalho perdeu uma invencibilidade no campeonato de 16 partidas. E continuará com o São Paulo de José Poy, em 1973, a maior série invicta do clube do Morumbi na competição -17 partidas.
Assim se perdeu a chance de abrir mais três pontos de vantagem sobre o Cruzeiro. Hoje, a diferença ainda é de 12.
Para os jogadores, a lição é clara. "É bom para sabermos que não somos campeões ainda", disse o meia Jorge Wagner. "Ainda vamos enfrentar muitas equipes difíceis no Brasileiro."
No próximo domingo, o time do Morumbi faz o clássico diante de um Corinthians desesperado para sair da zona de rebaixamento. Como desfalque, terá o meia Leandro, que recebeu o terceiro amarelo.
O jogo teve ares de final. Com as 59.098 entradas vendidas, foi batido o recorde de público do Brasileiro, que era do mesmo Maracanã, com Flamengo 1 x 1 Sport (51.552 pagantes).
Os incentivos e a seriedade diante do melhor time do Brasileiro levaram o Flamengo a se superar. O time efetuou 157 desarmes; segundo o Datafolha, tem média de 118,9 -a pior do Nacional no fundamento.
O primeiro tempo do São Paulo foi passivo. Como a equipe carioca dominava as ações e partia em velocidade pelos flancos, com Leonardo Moura e Juan, os são-paulinos tiveram poucas chances de atacar.
Mesmo com mais passes (175 contra 130 do rival, segundo o Datafolha), o time de Muricy só chegou duas vezes até Bruno. O Flamengo concluiu quatro vezes na etapa. Acertou o travessão, com Cristian, e obrigou Rogério a trabalhar com Juan, em tabela com Maxi.
Nos dez primeiros minutos, porém, era flagrante uma desorganização na defesa tricolor, com problemas do lado direito. O time jogou com uma linha de quatro, formada por Breno, André Dias Alex Silva e Jadílson.
Aos 18min, Dagoberto pediu pênalti, em disputa de bola com Fábio Luciano, que o juiz Sérgio da Silva Carvalho não deu.
No meio do primeiro tempo, porém, Muricy foi obrigado a fazer sua primeira substituição. Zé Luís, que substituiu o suspenso Hernanes, cabeceou uma bola no meio e se sentiu mal. Deu a vaga a Fernando.
No fim da primeira etapa, o goleiro Rogério declarou que esperava que o Flamengo viesse com tudo nos primeiros 20 minutos. Mas o time de Joel Santana manteve as rédeas da partida e, aos 5min do tempo complementar, marcou seu gol.
Em jogada de Souza na área, a bola bateu na zaga e sobrou para Ibson, cara a cara com Rogério. O meia tocou com categoria, tirando do capitão tricolor e determinando o resultado.
O São Paulo começou a equilibrar as coisas com o cansaço rubro-negro. Tanto Ibson, que voltava de lesão no tornozelo, quanto Maxi, principal motor das jogadas flamenguistas, sentiram muito o ritmo do jogo. Ao todo, o time obteve sete conclusões, contra oito dos cariocas.
A chance de empate só ocorreu aos 40min, quando, após escanteio, Aloísio (que substituiu Dagoberto) cabeceou para o gol. Bruno desviou no travessão e, caído, viu a bola quicar sobre a linha antes de afastá-la.


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