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São Paulo sucumbe em Maracanã cheio
Diante do maior público deste Brasileiro, líder acaba vazado pelo Flamengo e deixa de igualar marca histórica de 1973
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Marcado por Jorge Wagner, Ibson, o autor do gol, protege a bola |
Flamengo 1
São Paulo 0
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Maracanã foi maior.
Diante do público recorde
deste Brasileiro, o São Paulo
começou paciente e acabou demorando muito a tomar a iniciativa a que sua campanha de
líder indiscutível o credencia.
Por fim, deixou-se envolver,
na maior parte do tempo, pelo
ímpeto de um Flamengo determinado a ter sua lua-de-mel
num Mário Filho lotado. Coube
a Ibson, que voltava de lesão, o
décimo gol sofrido pela defesa
são-paulina neste Brasileiro.
Com esse resultado, o time
de Muricy Ramalho perdeu
uma invencibilidade no campeonato de 16 partidas. E continuará com o São Paulo de José
Poy, em 1973, a maior série invicta do clube do Morumbi na
competição -17 partidas.
Assim se perdeu a chance de
abrir mais três pontos de vantagem sobre o Cruzeiro. Hoje, a
diferença ainda é de 12.
Para os jogadores, a lição é
clara. "É bom para sabermos
que não somos campeões ainda", disse o meia Jorge Wagner.
"Ainda vamos enfrentar muitas
equipes difíceis no Brasileiro."
No próximo domingo, o time
do Morumbi faz o clássico
diante de um Corinthians desesperado para sair da zona de
rebaixamento. Como desfalque, terá o meia Leandro, que
recebeu o terceiro amarelo.
O jogo teve ares de final. Com
as 59.098 entradas vendidas,
foi batido o recorde de público
do Brasileiro, que era do mesmo Maracanã, com Flamengo 1
x 1 Sport (51.552 pagantes).
Os incentivos e a seriedade
diante do melhor time do Brasileiro levaram o Flamengo a se
superar. O time efetuou 157 desarmes; segundo o Datafolha,
tem média de 118,9 -a pior do
Nacional no fundamento.
O primeiro tempo do São
Paulo foi passivo. Como a equipe carioca dominava as ações e
partia em velocidade pelos
flancos, com Leonardo Moura e
Juan, os são-paulinos tiveram
poucas chances de atacar.
Mesmo com mais passes (175
contra 130 do rival, segundo o
Datafolha), o time de Muricy só
chegou duas vezes até Bruno. O
Flamengo concluiu quatro vezes na etapa. Acertou o travessão, com Cristian, e obrigou
Rogério a trabalhar com Juan,
em tabela com Maxi.
Nos dez primeiros minutos,
porém, era flagrante uma desorganização na defesa tricolor,
com problemas do lado direito.
O time jogou com uma linha de
quatro, formada por Breno, André Dias Alex Silva e Jadílson.
Aos 18min, Dagoberto pediu
pênalti, em disputa de bola com
Fábio Luciano, que o juiz Sérgio da Silva Carvalho não deu.
No meio do primeiro tempo,
porém, Muricy foi obrigado a
fazer sua primeira substituição.
Zé Luís, que substituiu o suspenso Hernanes, cabeceou
uma bola no meio e se sentiu
mal. Deu a vaga a Fernando.
No fim da primeira etapa, o
goleiro Rogério declarou que
esperava que o Flamengo viesse com tudo nos primeiros 20
minutos. Mas o time de Joel
Santana manteve as rédeas da
partida e, aos 5min do tempo
complementar, marcou seu gol.
Em jogada de Souza na área,
a bola bateu na zaga e sobrou
para Ibson, cara a cara com Rogério. O meia tocou com categoria, tirando do capitão tricolor e determinando o resultado.
O São Paulo começou a equilibrar as coisas com o cansaço
rubro-negro. Tanto Ibson, que
voltava de lesão no tornozelo,
quanto Maxi, principal motor
das jogadas flamenguistas, sentiram muito o ritmo do jogo. Ao
todo, o time obteve sete conclusões, contra oito dos cariocas.
A chance de empate só ocorreu aos 40min, quando, após
escanteio, Aloísio (que substituiu Dagoberto) cabeceou para
o gol. Bruno desviou no travessão e, caído, viu a bola quicar
sobre a linha antes de afastá-la.
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