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esconde-esconde
Transparência de 2016 depende do Rio
Divulgação do contrato para a organização dos Jogos Olímpicos, com exigências e valores, é decisão exclusiva da cidade
Apesar de o COI não vetar a publicidade do contrato, Rio diz não ter uma decisão sobre o acordo, assinado após eleição em Copenhague
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A COPENHAGUE
Está nas mãos do comitê organizador do Rio-2016 se haverá publicidade dos compromissos contratuais feitos pela cidade relacionados aos Jogos.
O COI (Comitê Olímpico Internacional) informou que serão os organizadores do evento
que decidirão se tornarão público o contrato para sediar a
Olimpíada, que foi assinado
com a cidade logo após o Rio de
Janeiro ser escolhido como sede da Olimpíada. A entidade internacional não fornece o documento, mas também não veta que ele seja revelado.
A assessoria do Rio-2016 disse que ainda não há uma decisão sobre o assunto. Nas Olimpíadas anteriores, cada cidade
adotou uma atitude diferente.
Os chineses evitaram mostrar o contrato referente a Pequim-2008. Mesmo procedimento adotou o comitê organizador de Londres-2012.
Já os organizadores dos Jogos de Inverno de Vancouver-2010 publicaram seu contrato
na internet. Era uma obrigação
por conta da legislação canadense sobre atos do governo.
Assessores do COI disseram
que os acordos dos Jogos de Inverno são similares aos de Verão, com diferenças apenas nas
especificações técnicas sobre
as sedes de cada modalidade.
O contrato relacionado à
competição canadense tem 64
páginas, com 12 capítulos e 16
anexos. É assinado pelo comitê
olímpico local, os organizadores da Olimpíada, a prefeitura
da cidade e o COI.
Nele, estabelece-se como
funcionará a relação entre as
partes. Por exemplo, o documento prevê que o COI pode fazer emendas às instruções dadas aos organizadores por conta de "tecnologia e outras mudanças". A cidade terá que se
adaptar às novas condições.
O contrato ainda estabelece
que todos os acordos comerciais ou modificações no planejamento dos Jogos tenham que
ser aprovadas pelo Comitê
Executivo do COI. Esse é o órgão máximo para decisões sobre os Jogos, ajudado por uma
comissão formada por membros do comitê internacional.
Pelo documento canadense,
a cidade também abre mão de
qualquer processo contra a entidade olímpica por conta de
prejuízos. Além disso, a prefeitura e a organização local devem responder judicialmente
por prejuízos reclamados por
terceiros. A lei que rege a relação é a da Suíça, sede do COI.
Outra regra é que os direitos
sobre os Jogos pertencem ao
comitê, que destina parte das
receitas para o comitê local.
O documento ainda estabelece todas as obrigações relacionadas a acomodação, organização dos esportes, cerimônias,
direitos sobre marca, regras alfandegárias e cerimônias durante o evento.
Um dos motivos para as cidades manterem sigilo sobre o
contrato é que revelam-se dados financeiros que, teoricamente, são confidenciais.
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