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Jogos turbinam segurança no Rio
Investimento federal na sede da Olimpíada-2016 deve saltar, a partir de 2012, para R$ 700 milhões
Se a previsão do Ministério da Justiça se concretizar, a cidade receberá mais R$ 3,5 bilhões até o ano do evento esportivo, via Pronasci
DOS ENVIADOS A COPENHAGUE
O governo vai praticamente
dobrar o total de verbas de segurança com destino ao Rio de
Janeiro por conta da obtenção
da Olimpíada-2016. A partir de
2012, o Ministério da Justiça
prevê investir no Estado R$
700 milhões só neste setor.
Esses repasses serão feitos
por meio do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), que
abrange dinheiro para atender
a jovens de comunidades carentes, fornecimento de armamento e outros equipamentos,
além de tropas adicionais.
Atualmente, esse programa
já tem o Rio de Janeiro como
maior destinação de suas verbas. De um total de R$ 1,140
distribuídos no ano passado,
R$ 420 milhões foram para o
Estado. Ou seja, o ministério já
dá 37% desse projeto à região.
Se a previsão do Ministério
da Justiça for concretizada, o
Rio receberia R$ 3,5 bilhões em
investimentos do Pronasci, de
2012 a 2016.
"O Rio hoje tem mais verbas
porque foi quem apresentou
mais programas", explicou o
ministro Tarso Genro, que
classificou a cidade como a
mais importante no programa.
"Obrigatoriamente [o repasse
ao Rio] vai aumentar", disse.
O Rio de Janeiro ocupa a
quarta posição no ranking de
assassinatos por Estado do
Brasil, com 45,1 mortes por 100
mil pessoas. O líder desta estatística é Alagoas, seguido por
Espírito Santo e Pernambuco.
Mas Tarso afirmou que os
outros Estados não sofrerão
com a concentração de verbas
na cidade fluminense porque o
investimento no Pronasci está
aumentando em todos os lugares. A previsão do ministério é
de que exista investimento de
R$ 1,230 bilhão em 2009.
A prioridade do gastos do
Pronasci é ajudar jovens carentes com o objetivo de evitar que
se envolvam em violência. No
Rio, isso vem sendo feito em algumas favelas, como o Morro
Dona Marta, com a ocupação
permanente da polícia.
"Se isso vai acontecer em outras favelas, é uma decisão a ser
tomada pelo governo do Estado", esclareceu Genro.
Durante entrevista em Copenhague, o governador do Rio,
Sergio Cabral exaltou a mudança no Dona Marta. "Vai lá ver
como está", disse aos jornalistas. Na mesma ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
falou que as favelas, no futuro,
passariam a ter casas de alvenaria e iriam virar bairros.
Na apresentação da candidatura do Rio, e no dossiê final, o
Pronasci foi usado como argumento para convencer os delegados do COI (Comitê Olímpico Internacional) da melhora
na segurança da cidade.
Deu certo. O relatório de avaliação do comitê indicou que
havia reduções nos índices de
criminalidade na cidade graças
ao programa que envolvia
ações sociais com jovens.
Membros do COI visitaram favelas ocupadas no Brasil.
Genro ainda ressaltou outros
fatores no trabalho, como o uso
de oficiais mulheres para promover policiamento comunitário e o uso de armas não letais.
Uma oficial da Polícia Militar
foi citada por Cabral durante o
evento que escolheu a Rio-16.
Durante a semana da disputa
pela sede olímpica, a imprensa
internacional chegou a questionar onde estava Genro, que
não participou da apresentação
da candidatura carioca, nem de
entrevistas coletivas -ele apareceu na cerimônia final.
(RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)
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