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BOXE
Coadjuvante de luxo
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Aos poucos, os próximos
passos a serem dados no retorno de Popó aos ringues vão ficando mais claros. Representantes do campeão dos leves pela Federação Internacional de Boxe,
Julio Diaz, vêm mantendo contato com a equipe do pugilista brasileiro, esta coluna apurou.
Segundo uma fonte envolvida
na negociação, Diaz recebeu a
proposta de defender seu cinturão
na mesma programação que será
encabeçada pelo lutador baiano
no dia 11 de dezembro, no Brasil.
Caso ambos vençam seus combates, Popó desafiaria o norte-americano em abril de 2005, no Foxwoods Casino (EUA).
Diego "Chico" Corrales, algoz
de Popó em agosto, ficaria para
um segundo momento.
A escolha de Diaz para Popó
voltar a disputar um cinturão é
compreensível. Ele é empresariado por representantes de uma reserva indígena, considerados pela
equipe do brasileiro mais razoáveis na mesa de negociações. Daí
sua viabilidade.
Os demais campeões são Juan
Lazcano (Conselho Mundial de
Boxe) e Juan Diaz (Associação
Mundial de Boxe), controlados,
respectivamente, pela Top Rank,
de Bob Arum, e pela Main Events,
de Kathy Duva.
No caso de Corrales, ele, ao menos por ora, é co-promovido pelos
americanos Gary Shaw e Arthur
Pelullo, promotor de Popó, o que
de seu ponto de vista justificaria
que uma revanche fosse empurrada para um segundo momento
(apesar de haver uma cláusula
prevendo revanche em um dos
contratos assinados entre Shaw e
Pelullo).
Claro, em primeiro lugar, é preciso acertar todos os detalhes para
que a programação de dezembro
saia como esperado.
Há alguns problemas.
O primeiro é a desistência de
Yuri Romanov, de Belarus, segundo do ranking da Organização Mundial de Boxe, de participar da eliminatória com Popó,
primeiro da listagem, que apontaria um desafiante oficial para
"Chico" Corrales.
Os olhos do time de Popó se voltam agora para o polonês Matt
Zegan, terceiro do ranking da
OMB, cujo eventual confronto
com Popó também teria status de
"box offs" (eliminatória).
Substituir Romanov por Zegan
é o mesmo que trocar seis por
meia dúzia. Se Romanov provocou algumas zebras, Zegan derrotou dois britânicos ranqueados,
Laszlo Bognar e Manuel Gomez,
além de ter perdido por pontos
para Artur Grigorian, de quem
Popó havia tomado o cinturão
dos leves.
Um outro problema apontado
pelo time de Popó é o de que ainda não há contrato afirmando
que a luta ocorrerá no Ibirapuera
-apesar de ambos os lados terem confirmado a luta no local.
Um terceiro problema é que a
programação terá a concorrência
da disputa do título dos pesos-pesados entre Vitali Klitshko e
Danny Williams, carrasco de
Tyson, que a HBO Plus anunciou
que incluiu em sua grade.
A equipe de Popó crê que não
há competição. O argumento é o
de que todos vão querer ver Popó,
que não se apresenta no país há
cinco anos.
Brasil 1
Está confirmado que a programação de dezembro terá o pena Valdemir Pereira, o leve Juliano Ramos e o cruzador Laudelino Barros lutando nas preliminares. Eles disputarão títulos Fedelatin da AMB.
Brasil 2
Os cronistas de boxe dos EUA adotaram dois pesos e duas medidas
ao comentar a derrota do brasileiro Kelson Pinto para o porto-riquenho Miguel Cotto na disputa pelo título da OMB dos meio-médios-ligeiros. Antes da derrota, Kelson vinha sendo chamado de "Brazilian Bomber" ("Bombardeador Brasileiro") e também de "perigoso". Após a vitória fácil de Cotto, passaram a se referir a Kelson como
"untested" ("não-testado"). Tudo para agradar às poderosas redes
americanas de TV. Ou para preservar os títulos de "especialistas".
E-mail eohata@folhasp.com.br
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