São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Nem aí", Picerni estréia com sorrisos

Recém-chegado diz acreditar em triunfos para evitar queda, mas não se abala com eventual derrota hoje para o Paraná

Técnico fez piada, citou o presidente Lula e simulou "cooper" durante sua primeira entrevista na volta ao Parque Antarctica

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem já havia presenciado um treino comandado por Jair Picerni em sua passagem anterior pelo Palmeiras teve no primeiro dia da volta do técnico ao Parque Antarctica a impressão de que os quase três anos desde sua demissão até a última quinta-feira não tinham se passado.
As palavras "pegada, ataque, campo, três pontos", que Picerni costuma usar com freqüência, estão mais uma vez presentes no clube alviverde.
A ordem de "pega, pega, pega, pega" já foi ouvida pelos jogadores palmeirenses logo no treino inaugural. Hoje, contra o Paraná, deve ser gritada com exaustão pelo treinador à beira do campo do estádio Durival de Brito, às 18h10, em sua reestréia no Palmeiras.
Só que, pelo menos por enquanto, o Picerni de frases curtíssimas, com poucos artigos e verbos, dá lugar a um bem-humorado e despojado Jair.
Mesmo tendo nas mãos uma equipe que nas seis rodadas finais do Nacional não aspira nada mais senão se livrar do fantasma de um novo rebaixamento, o técnico se mostra relaxado e feliz só por ter voltado.
"Não estou nem aí". Foi como Picerni respondeu se teme começar sua segunda trajetória com derrota frente a um Paraná que luta por vaga na Taça Libertadores. "Não tem plano não. É conversa, dinâmica, ataque, defesa, aproximação, pegada, crescimento e desenvolvimento para sair desta situação difícil", resumiu o técnico, a respeito da estratégia que pretende usar para livrar o Palmeiras da queda para a Série B.
Sisudez e teoria, marcas que seu antecessor Marcelo Vilar procurava implantar no Palmeiras, não acompanham Picerni. Para mostrar quão alegre ele está por voltar a um clube grande, Picerni fez de tudo.
"Estou de bem com a vida", repetia o treinador, que em seguida simulou estar correndo, fazendo os movimentos sem sair do lugar, em frente a microfones e câmeras.
Picerni intercalava respostas com piadas em sua primeira entrevista coletiva no Palmeiras. "Poderia estar melhor. Às vezes não dá liga", afirmava Picerni a respeito da qualidade de sua equipe. Logo em seguida, veio uma frase desconexa, citando o Presidente da República, ao ouvir o nome do Brasiliense, do DF, sua ex-equipe: "Não sou o Lula, não!"
O técnico mostrou também que ainda não deu tempo de decorar os nomes de todos os seus jogadores. "Tem jogadores que precisam de trabalho físico diferenciado, como aquele carequinha. O Enílton, não é?"
Sobre a sua principal tarefa nesta volta ao Palmeiras, Picerni disse que, mais uma vez, tem a missão de arrumar um time assustado pelo medo de cair.
"Ninguém me chama para time que está em quinto. Boquinha assim ninguém dá."

NA TV - Paraná x Palmeiras


Sportv (para SP), às 18h10, ao vivo


Texto Anterior: Alemão: Clássico vale vice-liderança
Próximo Texto: Aposta recai sobre velhos conhecidos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.