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"Nem aí", Picerni estréia com sorrisos
Recém-chegado diz acreditar em triunfos para evitar queda, mas não se abala com eventual derrota hoje para o Paraná
Técnico fez piada, citou o
presidente Lula e simulou
"cooper" durante sua
primeira entrevista na volta
ao Parque Antarctica
LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem já havia presenciado
um treino comandado por Jair
Picerni em sua passagem anterior pelo Palmeiras teve no primeiro dia da volta do técnico ao
Parque Antarctica a impressão
de que os quase três anos desde
sua demissão até a última quinta-feira não tinham se passado.
As palavras "pegada, ataque,
campo, três pontos", que Picerni costuma usar com freqüência, estão mais uma vez presentes no clube alviverde.
A ordem de "pega, pega, pega,
pega" já foi ouvida pelos jogadores palmeirenses logo no
treino inaugural. Hoje, contra o
Paraná, deve ser gritada com
exaustão pelo treinador à beira
do campo do estádio Durival de
Brito, às 18h10, em sua reestréia no Palmeiras.
Só que, pelo menos por enquanto, o Picerni de frases curtíssimas, com poucos artigos e
verbos, dá lugar a um bem-humorado e despojado Jair.
Mesmo tendo nas mãos uma
equipe que nas seis rodadas finais do Nacional não aspira nada mais senão se livrar do fantasma de um novo rebaixamento, o técnico se mostra relaxado
e feliz só por ter voltado.
"Não estou nem aí". Foi como Picerni respondeu se teme
começar sua segunda trajetória
com derrota frente a um Paraná que luta por vaga na Taça Libertadores. "Não tem plano
não. É conversa, dinâmica, ataque, defesa, aproximação, pegada, crescimento e desenvolvimento para sair desta situação difícil", resumiu o técnico, a
respeito da estratégia que pretende usar para livrar o Palmeiras da queda para a Série B.
Sisudez e teoria, marcas que
seu antecessor Marcelo Vilar
procurava implantar no Palmeiras, não acompanham Picerni. Para mostrar quão alegre
ele está por voltar a um clube
grande, Picerni fez de tudo.
"Estou de bem com a vida",
repetia o treinador, que em seguida simulou estar correndo,
fazendo os movimentos sem
sair do lugar, em frente a microfones e câmeras.
Picerni intercalava respostas
com piadas em sua primeira
entrevista coletiva no Palmeiras. "Poderia estar melhor. Às
vezes não dá liga", afirmava Picerni a respeito da qualidade de
sua equipe. Logo em seguida,
veio uma frase desconexa, citando o Presidente da República, ao ouvir o nome do Brasiliense, do DF, sua ex-equipe:
"Não sou o Lula, não!"
O técnico mostrou também
que ainda não deu tempo de decorar os nomes de todos os seus
jogadores. "Tem jogadores que
precisam de trabalho físico diferenciado, como aquele carequinha. O Enílton, não é?"
Sobre a sua principal tarefa
nesta volta ao Palmeiras, Picerni disse que, mais uma vez, tem
a missão de arrumar um time
assustado pelo medo de cair.
"Ninguém me chama para time que está em quinto. Boquinha assim ninguém dá."
NA TV - Paraná x Palmeiras
Sportv (para SP), às 18h10, ao vivo
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