São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TOSTÃO

A história será diferente


Vou fazer uma previsão e dizer que Kaká, Ronaldinho e Robinho, juntos, encantarão o mundo na Copa de 2010


A PRINCIPAL discussão no próximo ano sobre a seleção brasileira será a escalação do quarteto ofensivo formado pelo Kaká, pelo Ronaldinho, pelo Robinho e por mais um centroavante, além de dois volantes, ou se seria melhor colocar mais um armador (Elano) no meio-campo ao lado dos dois volantes, como prefere o Dunga, saindo o Robinho ou o Kaká ou o Ronaldinho, já que é necessário um atacante mais na frente, como Fred.
A dúvida se repete.
Durante três anos, pelas eliminatórias para a Copa da Alemanha, Parreira escalou três jogadores no meio-campo e mais o Kaká próximo aos dois Ronaldos. Não deu certo. A maioria dos torcedores e da imprensa pediu, e o técnico pôs o quarteto ofensivo na Copa das Confederações. O time brilhou e, depois, fracassou na Copa do Mundo.
Se não deu certo no Mundial, não há razão de repetir o quarteto ofensivo, muitos dirão. Essa parece também ser a opinião do Dunga.
É preciso separar as coisas. Como Alberto Helena Junior disse um milhão de vezes, antes do Mundial e não somente depois da derrota, o verdadeiro quarteto, o da Copa das Confederações, tinha Robinho, Kaká, Ronaldinho e mais um centroavante. O do Mundial, o falso quarteto, tinha dois centroavantes (Adriano e Ronaldo), sem o Robinho.
Além disso, o desenho tático do quarteto que gostaria de ver não é o da Copa, com Kaká e Ronaldinho abertos, um de cada lado, formando ao lado dos dois volantes uma linha de quatro no meio-campo.
Quero ver o time jogando com dois volantes, uma linha de três mais à frente, sem posições fixas, formada pelo Robinho, pelo Kaká e pelo Ronaldinho e por mais um centroavante. Muitos times da Europa e o Grêmio jogam dessa forma.
Em situações especiais, Dunga poderia alternar essa formação com a com três marcadores no meio-campo, saindo um dos meias, como gosta.
Além da tristeza pela derrota e pela péssima atuação da seleção na Copa-2006, foi uma pena ver uma geração de grandes jogadores formada por Kaká, Ronaldinho, Robinho e mais o consagrado Ronaldo perderem a chance de brilhar no Mundial e de ficarem ainda mais imortalizados na história do futebol.
Mas eles terão outra chance e vão querer aproveitá-la. Vou cometer uma insensatez e fazer uma previsão -comentarista nunca deve fazer isso, pois erra na maioria das vezes- e dizer que os três craques (Ronaldinho, Kaká e Robinho), juntos, vão encantar o mundo na próxima Copa, em 2010, na África do Sul.
Essa previsão talvez seja apenas uma projeção de meu desejo. Penso que é mais do que isso. É um sentimento que não sei explicar.

Momentos decisivos
Hoje, talvez seja o momento, o instante mais decisivo do Campeonato Brasileiro. Dependendo dos resultados, o São Paulo poderá ter de dois a oito pontos de vantagem sobre o segundo colocado (o Inter) e faltarão apenas cinco jogos. Com oito pontos de vantagem, o campeonato estará praticamente decidido.
Em um piscar de olhos, um defensor ajeita distraído a sua meia antes do cruzamento para a área, um técnico faz uma substituição totalmente equivocada, um craque está pouco inspirado por causa da dor-de-cotovelo, um atacante erra o chute, e a bola bate em alguém e entra no gol, um árbitro tem uma falha grotesca, e tantas outras coisas inesperadas e momentâneas mudam a história de um jogo, de um campeonato, de uma vida.
"Cada coisa tem o instante em que ela é. O instante já é um pirilampo que acende e apaga. O presente é o instante em que a roda do automóvel em alta velocidade toca no chão. E a parte da roda que ainda não tocou, tocará num imediato que absorve o instante presente e torna-o passado". (Clarisse Lispector).

tostao.folha@uol.com.br


Texto Anterior: Segurança: Polícia arma esquema especial para clássico na baixada
Próximo Texto: São Paulo joga contra 4ª amarelada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.