Após tropeço em casa e queima de "gordura", time enfrenta fama de falhar em jogos decisivos após três vices em 2006

Reforçar a auto-estima, lembrar da condição de líder e pensar só nas partidas que restam são a receita são-paulina para o clássico

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A vantagem são-paulina ainda é bem considerável. Mas, para evitar que o time siga estacionado na tabela, a ordem no CT da Barra Funda é reforçar a auto-estima para entrar na Vila Belmiro de cabeça erguida.
"Não ganhamos da Ponte, mas somamos um ponto. Não podemos nos abalar contra o Santos. A nossa auto-estima tem que estar em alta."
O discurso do lateral-direito Ilsinho foi o retrato da conversa que, segundo ele, o grupo teve no vestiário após o empate diante da Ponte Preta, que decepcionou os mais de 56 mil torcedores são-paulinos presentes ao estádio do Morumbi na última quinta-feira.
Mostrando que o golpe de desperdiçar pontos dentro de casa já foi assimilado, o jogador fez questão de mostrar que é do São Paulo a vantagem sobre todos os concorrentes na reta final de Campeonato Brasileiro.
"Temos uma gordurinha [de cinco pontos para o Inter até o início da rodada]. E ela foi queimada. Agora temos que pensar nos pontos que podemos conquistar e não nos que perdemos", falou o atleta.
Ontem Muricy tentou apagar alguns fantasmas extra-campo para o confronto contra o Santos. "Não acredito em teoria da conspiração em relação à arbitragem. O que existe é a falta de critério nos cartões. Não é legal jogar a culpa para o juiz", falou.
O técnico colocou Vanderlei Luxemburgo como o melhor treinador do país e falou sobre o seu desempenho nos pontos corridos. "Acho o Luxemburgo o mais completo em todos os sentidos. E credito o meu bom desempenho em pontos corridos ao trabalho a longo prazo que faço", declarou.
Embora ostente a melhor campanha do Nacional, com mais vitórias (18) e gols marcados (57), o São Paulo luta contra uma ingrata marca nesta temporada, a de ter amargado os vices do Campeonato Paulista, da Taça Libertadores e da Recopa Sul-Americana.
No entanto, Muricy Ramalho, técnico mais eficiente nos pontos corridos, tentou desmistificar esse histórico.
"Eu acho engraçado. Bom é o técnico que consegue evitar um rebaixamento. O técnico que está sempre brigando por títulos não presta", disse o treinador, que logo em seguida avalizou o seu trabalho no clube.
"Eu tenho muita convicção do que eu faço. O que vale é o que fazemos diariamente, no treino", completou ele.
Para o superintendente Marco Aurélio Cunha, em um campeonato onde se privilegia o planejamento, o time está fazendo bem o seu papel.
"Acho que o São Paulo ainda pode perder de três a quatro pontos, pois os nossos concorrentes diretos também vão tropeçar. Tanto é que a vice-liderança do Brasileiro se alternou várias vezes. Isso mostra o equilíbrio do campeonato", afirmou o dirigente.

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