São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2010

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Sem medo

Mais ousado e exposto, São Paulo de Carpegiani usa contra-ataque para elevar média de gols de 1,26 a 2,17 e reduzir distância para a Libertadores

Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
Carpegiani desembarca em Congonhas

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Por 27 rodadas, o São Paulo capengou. Sua média de gols marcados era baixa, o aproveitamento de pontos era mediano e o time oscilava em posições intermediárias da tabela do Brasileiro-2010.
A contratação do técnico Paulo César Carpegiani representou um ponto de virada. O ataque desencantou, o rendimento passou a ser superior aos dos líderes e o time aproximou-se da zona de classificação à Libertadores.
A fórmula do novo treinador é simples: ousadia. Ou seja, retomou-se a tradição de atacar do São Paulo. É o que mostra uma análise comparativa do Datafolha sobre os números da equipe antes e depois de Carpegiani.
O esquema ofensivo do treinador resultou em um crescimento da média de gols, de 1,26 gol para 2,17 gols. Isso representa melhora de 70% no rendimento.
Para atingir esse patamar, escalou na maioria dos jogos quatro atletas de frente, com uma linha de três armadores atrás de Ricardo Oliveira.
É fato: o time são-paulino perdeu em posse de bola. Antes, trocava 322 passes em um jogo e, agora, 305.
A equipe também tornou- -se mais exposta. Caiu o número de desarmes, de 116,1 para 104,7. E mesmo o total de finalizações foi levemente reduzido, de 13,5 para 12.
Os números poderiam mostrar um fracasso do esquema de Carpegiani. Mas seu jogo franco deu resultado com a melhora no aproveitamento das conclusões: de 37,5% para 33,5%.
Essa é a chave: o novo São Paulo tornou-se mais letal a cada ataque. Não domina o jogo, mas tem contra-ataques precisos com Dagoberto, Lucas e Ricardo Oliveira.
"Nosso time é bom, tem talento e é ousado. Não gosto muito de dar méritos ao treinador, mas tenho que tirar o chapéu ao Carpegiani", afirmou o goleiro Rogério.
A defesa são-paulina até tem sofrido menos gols agora: 1,33, contra 1,44 antes.
Assim, a equipe somou 83,3% dos pontos, um aproveitamento bem superior aos dos ponteiros do Brasileiro.
A diferença para o G4, que pode garantir ou não vaga na Libertadores, caiu de sete para quatro pontos. A distância para o G3, que dá garantia de lugar na competição sul- -americana, foi reduzida de 13 para sete pontos.
Mas, a cinco rodadas do final do Nacional, é preciso ser ousado também no clássico.
"O Corinthians tem 57 pontos. O São Paulo tem que ter ambição de ganhar", explicou Carpegiani. "Temos obrigação de ganhar quem está na nossa frente", disse.
O técnico fechará parte do treino de hoje. Porém não deve abrir mão da ousadia.


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