São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2010

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Nova regra não altera a classificação

F-1 Fracasso do formato atual faz Ecclestone cogitar uso de "medalhas"

PAULO COBOS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE

Na cabeça dos cartolas da F-1, seria uma revolução. Mas, perto do final da sua primeira temporada, o novo sistema de pontuação da categoria é só mais do mesmo.
Faltando só duas provas para o fim da edição de 2010, a posição dos cinco aspirantes ao título hoje, em que a vitória vale 25 pontos e até o décimo colocado pontua, seria a mesma com a fórmula antiga, que dava dez pontos para o primeiro colocado e premiava só quem chegava até o oitavo lugar em cada corrida.
As principais alternativas que podem decidir o título no domingo, na pista de Interlagos, também se repetiriam com a pontuação antiga.
A conta menos complicada para Fernando Alonso conquistar o tricampeonato em São Paulo é o espanhol recebendo a bandeirada em primeiro e seu principal concorrente, o australiano Mark Webber, terminar, na melhor das hipóteses, em quinto.
Assim, Alonso iria para Abu Dhabi, palco do GP derradeiro da temporada, com uma vantagem impossível de ser superada, de 26 pontos.
Pelo sistema antigo, a solução mais simples para o piloto da Ferrari ser campeão em Interlagos seria idêntica. Vencendo, o espanhol teria 103 pontos, e o australiano da Red Bull, ficando na quinta colocação, chegaria a 92.
O milagre para o atual campeão da F-1, o inglês Jenson Button, da McLaren, levar o bicampeonato também seria muito parecido nos dois sistemas de pontuação.
Na improvável hipótese que os outros quatro concorrentes ao título não pontuassem em Interlagos e Abu Dhabi, Button precisaria de um primeiro e de um segundo lugar nessas provas.
Adivinhe? Com o formato antigo, o inglês também teria que vencer uma e cruzar em segundo na outra para levar o bicampeonato mundial.
Bernie Ecclestone, o homem forte da categoria, reconhece o fracasso do novo sistema de pontuação da F-1.
"Se você olhar a classificação, não faz nenhuma diferença [a nova regra], o que é estranho", afirmou o cartola no final de setembro.
Além de bombardear a fórmula atual de pontuação, o poderoso cartola aproveitou para divulgar seu desejo de definir o campeão pelo "sistema de medalhas".
Por esse raciocínio, seria o campeão o piloto com o maior número de vitórias. Havendo empate, valeria o maior número de segundo lugares. Persistindo a igualdade, valeriam os "bronzes".
Pela classificação atual, nada mudaria. Alonso, com cinco vitórias, seguiria líder.
A ideia de Ecclestone é bombardeada pelos principais pilotos da categoria.
"Entre as várias ideias que surgiram sobre esse assunto [pontuação], essa potencialmente é uma das piores. Eu diria que não é uma grande ideia", declarou o inglês Lewis Hamilton, da McLaren.


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