São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Enquanto jogadores festejavam, dirigentes já discutiam no vestiário manobras para a eleição corintiana de 2006

Samba atenua guerra política após título

DOS ENVIADOS A GOIÂNIA

O vestiário corintiano ontem teve comemoração de título com roda de samba e sinais de uma guerra declarada na política do clube a partir de hoje.
Os jogadores não mostraram constrangimento pelo imbróglio jurídico em que se transformou o Brasileiro. O vice de futebol, Andrés Sanchez, também não fez cerimônia, pela primeira vez, admitiu que pode pedir demissão de seu cargo. Outro assunto ficou restrito aos cartolas: a demissão de Vanderlei Luxemburgo no Real Madrid, que empolgou a ala contrária a Antônio Lopes.
Sem taça e sem faixa de campeão, os atletas fizeram festa no campo no local em que estava a Gaviões da Fiel, principal organizada do clube. "Foi lindo ver a maneira como eles se mobilizaram para acompanhar o time", afirmou o goleiro Fábio Costa.
Pouco depois de entrarem no vestiário os jogadores começaram a sambar. Enquanto isso, os cartolas tentavam minimizar a briga jurídica. "Estamos fazendo a maior comemoração, deixa o Inter ir para a Justiça, para a Fifa, para onde quiser", disse o presidente do Corinthians, Alberto Dualib.
"Nós cumprimos o que a CBF e o TJD determinou. Se eu ficasse em segundo lugar também daria a volta olímpica. Cada um que procure seus direitos. A metade do país está comemorando", disse Sanchez.
Desafeto de Dualib, Sanchez pode deixar o cargo nos próximos dias. "Estou analisando, penso nessa possibilidade. É muita pressão e existem muitas coisas que precisam ser acertadas", afirmou o dirigente.
Ele tem bom relacionamento com o iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI que também está brigado com Dualib -ontem, porém, Kia deu um abraço no presidente corintiano. Esse é um dos motivos que podem fazer o dirigente a demitir o vice, caso ele permaneça no cargo. Há uma semana, Sanchez disse que não se demitiria de maneira alguma.
A saída dele do cargo pode marcar a abertura da batalha eleitoral no clube, que terá votação no ano que vem. Se não for candidato, o vice deverá apoiar um opositor de Dualib no pleito.
O técnico Antônio Lopes também tem dirigentes que querem vê-lo fora do Parque São Jorge, já que foi trazido por Sanchez.
Com a queda de Luxemburgo ontem, tais cartolas começarão hoje um lobby para convencer o presidente a contratá-lo. O ex-técnico do Real já esteve nos planos de Kia, pouco antes de ele se transferir para a Espanha. O problema é que não houve acerto financeiro entre as partes, e a negociação acabou cancelada.
Ontem, os cartolas evitaram falar das futuras contratações para 2006, ano em que o time disputará a Libertadores. Rodrigo Tabata, do Goiás, pode ser a primeira novidade. Seu procurador desfilou na concentração corintiana em Goiânia.
Os meio-campistas Renato e Ramón, ambos do Atlético-MG, também interessam ao time paulista. "Passamos os últimos dias nos concentrando no título. Agora também não é hora de falar de contratação, temos que comemorar", disse Dualib.(EAR E RP)

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