São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Polícia e fatos contradizem o ex-dirigente

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente corintiano Alberto Dualib foi afastado após uma série de denúncias em relação à sua gestão, que incluem supostas notas frias de serviços, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e contratos com benefícios a familiares.
Ao dizer que não se aproveitou do clube, Dualib esqueceu de mencionar sua neta Carla Dualib. Ela foi beneficiada como intermediadora de contratos de marketing.
Assim, recebeu percentuais por acordos com a Nike e a Samsung, entre outros. Até suas funcionárias eram pagas pelo clube.
E a Polícia Civil investiga a emissão de supostas notas frias na gestão do dirigente, que seriam usadas para criar despesas falsas. A fraude pode chegar a R$ 1 milhão, segundo o Ministério Público Estadual.
À Folha Dualib afirma que a Justiça pode concluir que ele não lavou dinheiro na parceria com a MSI. Mas, em escutas telefônicas obtidas pela Polícia Federal, o cartola disse a Renato Duprat sobre recursos da MSI: "Dinheiro não pode mandar mais aí como lavagem... Tem que limpar isso aí".
O saldo da parceria Corinthians/MSI também derruba a tese de Dualib de que aumentou o patrimônio do clube. A atual diretoria divulgou que a dívida chegou a R$ 95,7 milhões. Mas esse valor pode ser maior, pois o passivo (obrigações a pagar) soma R$ 128,3 milhões.
Esse valor é resultante de vultosos compromissos financeiros assumidos pela gestão Dualib. Promessa de toda sua administração, o estádio do Corinthians nunca saiu. É o único dos grandes times de São Paulo sem estádio próprio para poder jogar suas partidas.
Dualib alega ter gerido o clube na campanha do rebaixamento apenas por 17 rodadas. Mas foi em sua gestão em que foi contratada a base do time.
Foi com Dualib que foram contratados o goleiro Felipe, os zagueiros Fábio Ferreira, Zelão e Kadu, os meio-campistas Moradei, Ricardinho, Vampeta, Júnior Negão e Marcelo Oliveira, e os atacantes Clodoaldo e Finazzi.
Boa parte deles foi levada ao clube pelo ex-vice-presidente de futebol Rubens Gomes. Assim como Antoine Gebran, ele não tinha experiência na área, outra reclamação do antigo presidente.
Ao exaltar seus títulos, Dualib esqueceu de lembrar que o último deles, Brasileiro-2005, foi manchado. Em escuta telefônica da PF, o próprio dirigente disse que ganhou "roubado", em referência a erro de arbitragem e uma afronta à MSI.


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