|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Romário, 41, é pego em antidoping
Substância encontrada em remédios para evitar a queda de cabelo pode tirar o atacante dos gramados por até um ano
"Se tomei doping, foi paraguaio, porque parei
de fazer gols", brinca o jogador, que diz que não
vai encerrar a carreira
Fernando Maia/Agência O Globo
|
|
Romário, que neste ano marcou o milésimo gol da carreira, segundo suas contas, comenta no Rio o resultado positivo para doping em partida contra o Palmeiras
RAPHAEL GOMIDE
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O atacante Romário anunciou ontem à noite ter sido flagrado pelo exame antidoping.
Ele pode ser suspenso por até
um ano pela Justiça Desportiva. Foi detectada a substância
finasterida, utilizada na fórmula de tônicos capilares, na urina
do atleta de 41 anos.
Romário fez o exame após a
partida contra o Palmeiras, realizada no dia 28 de outubro, em
São Januário. Ele admitiu que
usa o remédio Propecia, contra
queda de cabelos -antes, não
quis citar o medicamento para
evitar fazer "propaganda" dele.
O atacante será suspenso
preventivamente hoje pelo
STJD (Superior Tribunal de
Justiça Desportiva). O julgamento deverá ocorrer provavelmente no próximo ano, mas
o jogador pretende antecipá-lo.
"Vou fazer 42 anos em janeiro.
Quanto mais tempo ficar parado, pior é", afirmou.
Em entrevista coletiva em
São Januário, o jogador de 41
anos admitiu ter feito uso de tônicos capilares, que contêm a
substância proibida.
"Quem me conhece sabe que
não me dopo. Por isto, fiz questão de fazer este comunicado.
Gosto de enfrentar todos os
meus problemas de frente."
Apesar da idade avançada para o futebol, o atleta garantiu
que não vai encerrar a carreira.
Eleito melhor jogador do mundo pela Fifa em 1994, Romário
disse que pretende disputar
"algumas partidas" pelo Vasco
no Estadual do Rio (que será
aberto em janeiro), como é o
desejo de Eurico Miranda, o
presidente do clube.
"Isto não vai me atrapalhar.
Não tive a intenção de tirar
vantagem", disse o atacante,
acrescentando que "a única
coisa que vai mudar na minha
imagem é que vou ter menos
cabelo". Ele ainda foi irônico.
"Minha performance caiu,
mas os cabelos continuam aqui.
Só se tomei um doping paraguaio, porque parei de fazer
gols", brincou Romário, que,
nas últimas partidas de seu clube, era utilizado apenas como
substituto na etapa final.
Desde que marcou, em maio,
o milésimo gol da carreira, segundo suas contas, o jogador
tem uma rotina menos profissional. Ele treina e joga quando
quer. Ele se recusou, por exemplo, a enfrentar o Paraná, no último domingo, no jogo que encerrou a participação do Vasco
no Brasileiro, competição em
que mais uma vez o clube carioca foi figurante. Alegou estar
cansado de viagem que fez aos
Estados Unidos.
Romário também não entrou
em campo contra o Corinthians, na semana passada, no
estádio do Pacaembu. Naquele
dia, regressava de Miami.
Neste ano, um outro jogador
foi flagrado pela Comissão Antidopagem da CBF com a mesma substância encontrada na
urina de Romário. O zagueiro
Marcão, do Internacional, foi
suspenso pelo STJD por 120
dias na primeira instância. No
julgamento no pleno do tribunal, o atleta teve a pena reduzida para 60 dias, além de ter de
bancar cestas básicas.
O zagueiro foi flagrado no
exame realizado após a partida
contra o Juventude, no dia 21
de agosto, pelo Brasileiro. Ele
também alegou ter feito uso de
um tônico capilar.
Romário foi homenageado
anteontem pela CBF. O atacante recebeu um prêmio especial
pelo milésimo gol.
"Quero encerrar a carreira
com um título", disse o jogador,
na festa. Ele também está cotado para trabalhar com Dunga
na seleção brasileira que vai
disputar os Jogos de Pequim.
Também virou embaixador do
Brasil como sede da Copa-14.
Texto Anterior: Tostão: Craques, ídolos e preconceitos Próximo Texto: Disfarce: Substância serve para esconder efeito de outras drogas Índice
|