São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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RÉGIS ANDAKU

O jogo do domingo passado


A quem iniciou a semana sofrido, desejando nunca mais ver futebol, a dica: por que não experimentar tênis?


S ABE-SE DE véspera que alguns jogos são daqueles que, qualquer que seja o resultado, o seu vencedor, ou perdedor, entrará para a história daquele campeonato, daquele esporte, será simplesmente inesquecível para os torcedores, qualquer lado que esteja.
Um dia ensolarado, a possibilidade de fazer história, ou evitá-la, o gramado sagrado, os craques, uma legião de torcedores e fãs, de um lado e do outro, a casa cheia, aquilo que está em disputa, mais do que um simples jogo, isso tudo torna o clima ainda mais especial e o placar talvez a menos importante das coisas que cercam um confronto memorável.
O esporte ganha emoção nesses momentos, quando mesmo pela TV você repara no nervosismo dos jogadores, por mais profissionais que sejam. Ganha cores mais vibrantes quando se nota a confiança com que os atletas se lançam à bola, o medo que têm de errar um lance, de pôr tudo a perder diante do forte rival.
A torcida também faz do jogo um evento inesquecível. Bonito ver desde aquele que torce em silêncio, fazendo figa a cada lance, rezando por seu ídolo contra o rival, como aquele que aplaude euforicamente, grita o nome do atleta, empurrando-o. Pois no domingo, enquanto milhões de torcedores sofriam, choravam e xingavam vendo futebol pela TV, eu revia a final de Wimbledon entre Roger Federer e Rafael Nadal, um DVD histórico, presente de aniversário, com o jogo do ano.
Naquela quadra, não havia desesperados, mas esportistas fazendo história. Não havia o medo de apanhar, mas o cuidado diante de tão seleta platéia. Não havia o coro impublicável dos torcedores descontentes, mas uma sinfonia de aplausos. Não se chorava nas arquibancadas, apenas via-se o brilho do público a cada lance espetacular. Ao fim do jogo, não se via pânico, choro, mas elogios mútuos, aplausos. Nada de briga, depredação ou ameaças. Palmas, palmas e mais palmas, como se o jogo fosse espetáculo de arte, e os atletas, artistas.
Na segunda-feira, muitos amigos apareceram desanimados, sofridos, olhos marejados, desejando nunca mais ver futebol. Minha dica: por que não experimentar a primeira divisão do tênis em 2008?

AINDA O IBIRAPUERA
A organização do Grand Champions diz que quem pediu devolução do dinheiro do ingresso até a semana passada foi atendido. E que Bjorn Borg desistiu do Masters, em Londres, na próxima semana.

EM ARACAJU
Vai até sábado, na Federação Sergipana de Tênis, o Masters da Copa Petrobras, com três brasileiros: Thomas Belucci, Marcos Daniel e Franco Ferreiro. Entrada franca.

EM SANTOS
João Olavo Souza venceu o Future ao bater Juan-Pablo Villar (ARG). Nesta semana, Fortaleza tem o último Future no país neste ano.

reandaku@uol.com.br


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