São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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FUTEBOL

Com Parreira na coordenação, chances de Oswaldo de Oliveira crescem

Colegiado da CBF escolherá o novo técnico da seleção

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

O novo técnico da seleção brasileira será escolhido após reunião de um colegiado na CBF.
O presidente da entidade, Ricardo Teixeira, quer se encontrar com Américo Faria, Zagallo e Carlos Alberto Parreira para, em conjunto com eles, decidir o sucessor de Luiz Felipe Scolari.
A reunião só acontecerá depois que o dirigente fizer o convite oficial para que o corintiano assuma a coordenação das seleções, o que deve acontecer até quarta-feira.
A intenção de Teixeira é acabar de vez com a figura do "supertécnico" na seleção. A partir de agora, as decisões estratégicas serão tomadas sempre em grupo.
Se Parreira aceitar mesmo o cargo, aumentam em muito as chances de Oswaldo de Oliveira ser escolhido para a vaga de Scolari.
Não são poucas as afinidades entre os técnicos do Corinthians e do São Paulo. É notória a admiração recíproca e, até no modo de lidar, os dois são parecidos: procuram ser polidos com a imprensa e exercem a liderança sem lançar mão de gritos e broncas públicas aos atletas. Ambos, inclusive, já manifestaram publicamente a intenção de trabalhar juntos.
Os outros membros do colegiado, o supervisor Américo Faria e o assessor da presidência, Zagallo, também são só elogios a Oliveira.
Outro que conta com a simpatia do colegiado é Tite, mas o gremista tem menos chance.
Quem deve perder com a chegada de Parreira é o cruzeirense Wanderley Luxemburgo. Os dois têm relacionamento distante, e o tetracampeão, reservadamente, já fez restrições ao comportamento de seu antecessor no Corinthians.
A formação de um colegiado para escolher o técnico é inédito nos 13 anos da gestão Teixeira.
Apesar de em outras oportunidades ter ouvido a opinião de pessoas de sua confiança, nunca o presidente da CBF havia aberto diálogo com os representantes da comissão técnica para a "eleição" do treinador. A mudança tem um só motivo: Teixeira não quer ver repetido o que considerou seu principal erro na Copa-98, quando escalou Zico e Zagallo sem que os dois tivessem identidade.
O mesmo aconteceu com Antônio Lopes-Luiz Felipe Scolari. Com a seleção em crise, o vascaíno teve que "engolir" o gaúcho.
Resultado: enfraquecido, Lopes chegou a ter sua demissão decidida pela CBF. O dirigente acabou voltando atrás para não criar mais uma crise às vésperas da Copa.
Desprestigiado, o vascaíno teve papel secundário no Mundial-02. Não palpitava na escalação, que ficava a cargo de Scolari e de seu escudeiro, Flávio Teixeira, o Murtosa. Era conhecido nos bastidores como "arroz" -só estava ali para acompanhar.
Depois do penta, Lopes pediu demissão. Teixeira não fez força para que ele voltasse atrás.



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