São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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BASQUETE

Rio Preto, que procurava parceria, só fez duas partidas, em novembro, e atletas estavam de férias desde dezembro

Sem verba, equipe abandona Liga de Oscar

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores receberão a má notícia hoje. Após dois meses de férias, reapresentam-se a seu clube e dão adeus à Nossa Liga.
Radicado em Fernandópolis (a 555 km de São Paulo), o time fechara acordo com São José do Rio Preto para jogar o torneio. Mas só entrou em quadra duas vezes.
Logo no início da competição, a cidade perdeu o patrocínio que bancava as viagens e a alimentação dos atletas. Teve seus jogos suspensos e ganhou prazo até meados de janeiro para resolver o problema. Não conseguiu.
Para os jogadores, porém, o cenário já era desanimador bem antes de o prazo terminar.
"No começo, disseram que iam remarcar os jogos porque as datas coincidiam com as da A2 do Paulista, que estávamos disputando. Depois, ninguém mais deu satisfação", afirma Rodrigo Garcia.
"Como a gente não jogava mais e os atletas estavam de folga da faculdade, dei férias para eles desde 10 de dezembro", completa o técnico, que recebe o grupo de volta hoje e já começa a procurar torneios para disputar no ano.
Rio Preto figurou na tabela da Nossa Liga em 4 e 5 de novembro. Perdeu as duas partidas. A situação salta aos olhos. Vários times já disputaram mais de dez partidas.
A saída da equipe do torneio será oficializada hoje, em reunião dos clubes em São Paulo.
"Demos um prazo para eles sanarem o problema. Infelizmente, não foi possível. Então, vamos considerar os demais jogos de Rio Preto como W.O. e seguir em frente", afirma José Medalha, diretor-executivo da Nossa Liga.
Mas, na quinta-feira, quando o dirigente deu esta declaração, William de Andrade, dirigente de Rio Preto, já contava com a salvação: parceria com Nova Iguaçu.
A entidade presidida por Oscar se mobilizou para ajudar o clube e aventou o acordo, mas a cidade fluminense, que já tem time próprio e não figura como membro da liga, preferiu não concretizá-lo.
"Esse período todo de transição gerou muita incerteza. Não podíamos segurar os jogadores. Queríamos entrar com um time capaz de lutar por boas posições. Vamos voltar nosso projeto para o Carioca e, aí sim, conseguir vaga na Nossa Liga por nossos méritos", diz Keler Borges Cardoso Júnior, supervisor técnico da equipe de Nova Iguaçu, que chegou à semifinal no último Estadual.
A notícia só chegou a São José do Rio Preto na tarde de sexta.
Mesmo que conseguisse a verba, a equipe teria muita dificuldade para terminar a primeira fase sem sobrecarregar seus jogadores e bagunçar o calendário.
A tabela prevê partidas até o dia 23, e o time ainda precisa entrar em quadra 16 vezes.
"Ia ser uma correria mesmo. A gente estava pensando em levar a equipe para Rio Preto ou para outra cidade para facilitar. Mas, mesmo assim, seria bastante complicado", diz o treinador.
Além de sofrido para os atletas, o retorno iria embaralhar a tabela do torneio. Com a reentrada do time, seria necessário diminuir o espaço entre uma partida e outra.
Com a remarcação de dois duelos de Rio Preto no ano passado -acabaram não acontecendo-, por exemplo, a liga já havia ferido o Estatuto do Torcedor.
Pelo texto, uma partida só pode ter sua data alterada no mínimo 72 horas antes do previsto.
"Não há o que fazer. Vamos atrás de competições e reforços. Espero que a partir de agora só me procurem para dar entrevista sobre coisas boas", diz Garcia.


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