São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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o império contra-ataca

Com dois gols, Adriano dá sua melhor desculpa

Após multa no salário, atacante garante virada sobre Audax na Libertadores

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O atacante Adriano extravasa ao marcar seus primeiros gols pelo São Paulo na Libertadores...


São Paulo 2
Audax 1

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Tomar no c..., p...!!"
Foi com essas palavras que Adriano pediu suas melhores desculpas pelos transtornos causados na semana passada. Elas marcaram a comemoração do seu segundo gol (sexto na temporada) que cravou a primeira vitória são-paulina na Taça Libertadores-2008.
De volta ao Morumbi após dois jogos, o São Paulo deu mais passos rumo à lenta evolução. Dominou o Audax Italiano, ditou as ações e esbarrou na atuação atabalhoada, mas eficiente, de Villasanti. Contudo venceu os chilenos por 2 a 1.
É difícil imaginar este São Paulo fora das oitavas-de-final do torneio. Mas ela, por um instante, pareceu próxima quando os visitantes fizeram 1 a 0. Villanueva, aos 18min do segundo tempo, chutou com a precisão que vem sendo um dos principais problemas são-paulinos.
Mas a noite foi salva, e o São Paulo lidera seu grupo até hoje, quando Nacional (COL) e Sportivo Luqueño (PAR) se enfrentam em Medellín.
Diferentemente das partidas contra Nacional de Medellín e Mirassol, o São Paulo não só teve controle como ainda levou perigo, com Adriano e Borges.
Os 15 primeiros minutos de jogo foram avassaladores, numa blitz são-paulina como há muito não se via. Zé Luís mostrou ontem que, improvisado, é o melhor lateral-direito testado até agora por Muricy Ramalho.
Alguns problemas ainda não evoluíram. O gigantesco Adriano teve extrema dificuldade de achar as bolas altas, acossado que costuma ser pelos zagueiros. O gol de ontem, aos 29min do segundo tempo, foi uma façanha heróica. Fraca, a cabeçada foi suficientemente mortal para vencer Villasanti.
Ali, Adriano foi educado na comemoração. Majestático, encarava a torcida como encarou a imprensa no último sábado, após ser multado por atraso e insubordinação à comissão técnica. Falava com o torcedor pelo olhar, e o torcedor, de fato, o entendia. Seu nome foi gritado.
O Jorge Wagner de 2008 ainda não lampeja como o de 2007, e suas cobranças de escanteio, que costumam ser seu forte, estavam risíveis. Mas foi decisivo no cruzamento para Adriano no centro da área chilena. E Richarlyson irritou tanto parte da torcida com um futebol confuso que sua saída, por pancada na barriga, e a entrada de Júnior, foram celebradas.
A expulsão de Rocco, em lance com Adriano, facilitou as coisas. Foi depois dela que saiu o primeiro gol são-paulino e, em seguida, a virada, culminada com o desabafo do atacante. E o segundo gol foi daqueles gostosos de se fazer.
O rebote da esquerda veio rasteiro, bateu no seu pé já dentro da pequena área e parecia ter se enrolado em sua perna, insistia em não ir à sua frente, onde deveria ser chutada. Mas, nos centésimos de segundo dessa insubordinação da bola, ninguém ousou tirá-la do Imperador. E, depois, ele proferiu as palavras que o torcedor compreendeu bem. De fato, Adriano já estava perdoado pelas arquibancadas são-paulinas.


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