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o império contra-ataca
Com dois gols, Adriano dá sua melhor desculpa
Após multa no salário, atacante garante virada sobre Audax na Libertadores
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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O atacante Adriano extravasa ao marcar seus primeiros gols pelo São Paulo na Libertadores... |
São Paulo 2
Audax 1
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Tomar no c..., p...!!"
Foi com essas palavras que
Adriano pediu suas melhores
desculpas pelos transtornos
causados na semana passada.
Elas marcaram a comemoração
do seu segundo gol (sexto na
temporada) que cravou a primeira vitória são-paulina na
Taça Libertadores-2008.
De volta ao Morumbi após
dois jogos, o São Paulo deu mais
passos rumo à lenta evolução.
Dominou o Audax Italiano, ditou as ações e esbarrou na atuação atabalhoada, mas eficiente,
de Villasanti. Contudo venceu
os chilenos por 2 a 1.
É difícil imaginar este São
Paulo fora das oitavas-de-final
do torneio. Mas ela, por um instante, pareceu próxima quando
os visitantes fizeram 1 a 0. Villanueva, aos 18min do segundo
tempo, chutou com a precisão
que vem sendo um dos principais problemas são-paulinos.
Mas a noite foi salva, e o São
Paulo lidera seu grupo até hoje,
quando Nacional (COL) e Sportivo Luqueño (PAR) se enfrentam em Medellín.
Diferentemente das partidas
contra Nacional de Medellín e
Mirassol, o São Paulo não só teve controle como ainda levou
perigo, com Adriano e Borges.
Os 15 primeiros minutos de
jogo foram avassaladores, numa blitz são-paulina como há
muito não se via. Zé Luís mostrou ontem que, improvisado, é
o melhor lateral-direito testado
até agora por Muricy Ramalho.
Alguns problemas ainda não
evoluíram. O gigantesco Adriano teve extrema dificuldade de
achar as bolas altas, acossado
que costuma ser pelos zagueiros. O gol de ontem, aos 29min
do segundo tempo, foi uma façanha heróica. Fraca, a cabeçada foi suficientemente mortal
para vencer Villasanti.
Ali, Adriano foi educado na
comemoração. Majestático, encarava a torcida como encarou
a imprensa no último sábado,
após ser multado por atraso e
insubordinação à comissão técnica. Falava com o torcedor pelo olhar, e o torcedor, de fato, o
entendia. Seu nome foi gritado.
O Jorge Wagner de 2008 ainda não lampeja como o de 2007,
e suas cobranças de escanteio,
que costumam ser seu forte, estavam risíveis. Mas foi decisivo
no cruzamento para Adriano
no centro da área chilena. E Richarlyson irritou tanto parte da
torcida com um futebol confuso que sua saída, por pancada
na barriga, e a entrada de Júnior, foram celebradas.
A expulsão de Rocco, em lance com Adriano, facilitou as
coisas. Foi depois dela que saiu
o primeiro gol são-paulino e,
em seguida, a virada, culminada com o desabafo do atacante.
E o segundo gol foi daqueles
gostosos de se fazer.
O rebote da esquerda veio
rasteiro, bateu no seu pé já dentro da pequena área e parecia
ter se enrolado em sua perna,
insistia em não ir à sua frente,
onde deveria ser chutada. Mas,
nos centésimos de segundo
dessa insubordinação da bola,
ninguém ousou tirá-la do Imperador. E, depois, ele proferiu
as palavras que o torcedor compreendeu bem. De fato, Adriano já estava perdoado pelas arquibancadas são-paulinas.
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