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recuo
China, agora, teme por 1º lugar
Governo afirma estar atrás de EUA e Rússia e fala em contratar psicólogos para ajudar seus atletas
Em Atenas-2004, país ficou em segundo e, para vencer em casa, contratou técnicos estrangeiros e até exigiu promessas de medalhas
DA REPORTAGEM LOCAL
O cenário de Pequim está
praticamente pronto e deve ser
um dos mais impressionantes
da história da Olimpíada.
A expectativa começa a recair sobre a atuação dos chineses. Fora das arenas, uma série
de ações tenta mudar hábitos e
deixar o céu mais claro e a cidade mais limpa. Pequim corre
para mudar até 8 de agosto.
Agora, no entanto, a China
passa a demonstrar insegurança também sobre o que seus esportistas farão quando a pira
olímpica for acesa.
O país, que já exigiu medalhas em contrato e é apontado
como candidato a superar os
EUA, agora afirma não ser uma
potência esportiva. E reclama
da pressão por resultados.
No Congresso Nacional do
Povo, a principal instância parlamentar chinesa e que ficará
reunido até o dia 18, o vice-ministro de Esportes falou ontem
de uma China mais fraca e insegura, que estaria atrás não só
dos norte-americanos, mas
também dos russos.
E revelou que indicará psicólogos para ajudar seus atletas a
lidarem com a pressão.
"Temos de ser racionais.
Além de tudo, não somos uma
grande nação esportiva", afirmou Cui Dalin. "No conjunto,
EUA e Rússia ainda estão em
nível mais alto que o nosso."
Nos Jogos de Atenas-2004,
os chineses tiveram 63 pódios,
contra 102 dos EUA e 92 da
Rússia. De fato, obteve número
menor de comendas. Mas no
quadro geral, que usa o ouro como critério de classificação, figurou atrás só dos EUA: 32 medalhas douradas, quatro a menos que os norte-americanos.
Por ser sede da Olimpíada
deste ano, a China terá vaga em
todas as modalidades. E os anfitriões, historicamente, sempre
costumam melhorar seu rendimento nos Jogos em casa.
Ganhar a Olimpíada, ou ao
menos fazer frente de perto aos
EUA no campo esportivo, é
uma das ambições dos chineses
desde que ganharam o direito
de organizar o evento.
Dezenas de técnicos estrangeiros foram contratados, principalmente para trabalhar em
modalidades em que os asiáticos não têm tradição.
Alguns deles e atletas de elite
do país tiveram até de assinar
documentos prometendo a ida
ao pódio na competição.
Agora, o governo diz que a
ânsia por medalhas tem sido
prejudicial aos competidores.
"Eles estão sob pressão pública, com cobertura agressiva
e muitas vezes incorreta da mídia chinesa, tornando as coisas
ainda piores", disse Cui.
Segundo ele, as autoridades
esportivas estão tentando melhorar a preparação mental e
emocional dos atletas contratando psicólogos para aconselhá-los. O vice-ministro, entretanto, não deu detalhes sobre a
estratégia, normalmente pouco
adotada na China.
Cui listou uma série de modalidades em que o país tem
problemas para justificar a expectativa por medalhas.
"Não vejo muita esperança
na natação e no atletismo. Estamos muito atrás", disse ele, que
ainda classificou o futebol como "decepcionante", o basquete como "não muito bom" e
destacou possibilidade de sucesso só no vôlei feminino.
O dirigente, porém, não fez
previsão sobre o número de
medalhas que o país pode acumular durante os Jogos.
"O mais bonito nas competições esportivas é que você nunca sabe o resultado até elas acabarem", afirmou.
Com agências internacionais
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