São Paulo, domingo, 06 de março de 2011

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Scolari peita diretoria do Palmeiras

PAULISTA
Redução de gastos da nova administração irrita técnico


Rubens Cavallari/Folhapress
Scolari gesticula no empate contra o Santo André

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Em situação confortável na tabela do Paulista, o Palmeiras viveu uma crise devido à colisão entre o técnico Luiz Felipe Scolari e parte da diretoria do clube na véspera de enfrentar o Santo André.
O desentendimento resulta de uma insatisfação dele com a intenção da nova direção do clube de cortar gastos. Ele aceita reduzir despesas, mas até determinado limite.
O problema começou quando a diretoria mandou cortar dois dos 15 membros do estafe de apoio palmeirense. Entre eles, a nutricionista Alessandra Favano.
Contrariado com a ordem, Scolari chegou a dizer que se recusaria a ir para a concentração. Disse que Alessandra iria no seu lugar porque era mais importante para o time.
O treinador palmeirense já havia aceitado reduções nas vagas para a comissão técnica. Foram cortados de 25 para 15 os funcionários concentrados no hotel. Mas o novo corte não foi aceito por ele.
Ontem, antes do jogo, Scolari não quis falar sobre o assunto. "Não tenho que acabar com nada [rumores sobre a crise]. Vou falar do jogo. Sétima vez que digo: quer ouvir do jogo?", disse o técnico.
O vice de futebol Roberto Frizzo teve discursos contraditórios. À Folha negou o desentendimento. "É fofoca de blog. Estamos unidos", contou. "Vim com ele no ônibus conversando e não há problema." Ele negou cortes na comissão que ficou no hotel.
Para rádios o cartola admitiu que houve discordâncias sobre o corte de Alessandra, mas minimizou o episódio.
Internamente, existe, de fato, um embate entre Scolari e o grupo que quer reduzir despesas. Afinal, o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo deixou um rombo em torno de R$ 7 milhões mensais.
Mas o técnico alega que já ajudou na redução dos gastos ao aceitar a negociação de atletas como Danilo. E foram contratados jogadores mais baratos, como Cicinho.
Ainda assim há uma parte da atual situação que defende redução mais drástica nas despesas por conta do buraco nas contas deixado pela administração passada.
O salário do treinador -R$ 700 mil- é visto como muito alto por essa corrente.
Scolari não quer sair do Palmeiras, mas não está preocupado caso queiram sua saída. Entende que tem facilidade para arrumar um novo emprego, seja no Brasil ou em times da Europa.


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