São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Celebração de forasteiros rompe jejum do Pacaembu

Federação resolve fechar na capital, com os dois confrontos entre Paulista de Jundiaí e São Caetano, edição do Estadual que viu o fiasco tanto dos gigantes como dos nanicos da cidade

DA REPORTAGEM LOCAL

No aniversário de 450 anos da cidade, o estádio que fez a história dos tempos de ouro do futebol paulistano vai receber um presente oferecido por forasteiros.
A federação confirmou ontem que os jogos decisivos do Estadual entre São Caetano e Paulista irão acontecer no Pacaembu -o primeiro, às 16h, no próximo domingo. O segundo está marcado para o dia 18, no mesmo horário.
Há muito tempo o Pacaembu não sabe o que é ver um confronto válido por uma decisão.
A última vez aconteceu na edição de 1974, no primeiro jogo da final daquela temporada, entre Corinthians e Palmeiras. O segundo duelo foi no Morumbi. A última volta olímpica de um título paulista no Pacaembu aconteceu em 1972, com o Palmeiras, depois de um empate com o São Paulo.
Praticamente confinadas ao Morumbi a partir da década de 70, as decisões do Paulista fizeram raras incursões pelo interior.
Em 1988, o Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, viu o Corinthians triunfar. Dois anos depois, Bragantino e Novorizontino decidiram o título em seus estádios. Por último, em 1995, com os campos paulistanos cheios de problemas estruturais, Corinthians e Palmeiras foram para Ribeirão Preto decidir o título.
Enquanto era desprezado no torneio estadual, o Pacaembu abria seus portões para a definição de disputas mais importantes.
Lá aconteceram, por exemplo, as decisões dos Campeonatos Brasileiros nas temporadas de 1994 (Corinthians x Palmeiras) e 1995 (Santos x Botafogo).
Dona do mando das finais, a federação optou pelo estádio da prefeitura paulistana para tentar faturar mais e driblar a suspensão do estádio do Paulista, imposta pelos incidentes no jogo das quartas-de-final com a Ponte Preta.
A indicação também serve como consolo para uma cidade que planejou uma série de atividades para celebrar seu 450º aniversário, mas que tem poucos motivos para comemorar alguma coisa no futebol em 2004.
Com exceção da edição de 2002, que não teve grandes, todos os títulos paulistas a partir de 1991 ficaram com Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Agora, o time do Parque São Jorge quase foi rebaixado, o do Parque Antarctica foi eliminado nas semifinais, e o do Morumbi caiu nas quartas. Pior aconteceu com o Juventus, condenado à segunda divisão. A Portuguesa fez só papel de figurante.

O maior pesadelo
Se o Paulista nunca teve momentos inesquecíveis na elite no Pacaembu, o São Caetano sofreu lá a sua maior decepção.
Em 2002, na final da Libertadores, o clube precisava apenas de um empate contra os paraguaios do Olímpia para ficar com a taça.
O time acabou derrotado no tempo normal e viu o sonho do inédito título sul-americano acabar na cobrança de pênaltis.
Ninguém tem vantagem na final do Paulista-04. Caso os dois jogos terminem com os times empatados nos pontos e no saldo de gols, o vencedor do campeonato será definido nos pênaltis.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Por quê?: Morumbi, shows e atos religiosos alijaram estádio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.