São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2011

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Um por todos

No jogo de hoje à noite, Santos demarca futuro na Libertadores, o de seus astros e o de Muricy

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O técnico interino do Santos, Marcelo Martelotte, declarou ontem que poucas coisas no futebol são decididas em apenas uma partida.
Mas o confronto de hoje, às 21h50, contra o Colo Colo, na Vila Belmiro, vale muito mais do que sua despedida da equipe -Muricy Ramalho será apresentado amanhã.
A partida põe à prova o futuro do Santos, que não esconde que se preparou e priorizou a Libertadores. Uma derrota ante os chilenos praticamente elimina a equipe que encantou em 2010.
Parar na primeira fase do torneio é muito pouco para quem contratou Elano e segurou Neymar e Ganso, com o objetivo de disputar o Mundial de Clubes, em dezembro.
O futuro dos meninos da Vila também estará em jogo hoje. A disputa da Libertadores -e, consequentemente, do Mundial- foi um dos principais argumentos dos cartolas na hora de negociar e segurar seus jovens astros.
No fim do ano passado, Neymar recusou proposta do Chelsea. Já Ganso iniciou uma relação de desgaste com o clube e não esconde que pretende ir logo para a Europa. Pior: foi chamado de mercenário na derrota de domingo (1 a 0) para o Palmeiras.
Não é difícil imaginar que um mau resultado hoje atice a ira dos torcedores e acelere a despedida de Ganso.
A fase já é ruim. Elano disse que, há três meses, o clube vive dias conturbados. Se a eliminação vier, o clima poderá ficar insustentável.
Muricy estará na Vila, ao lado do presidente, assistindo à partida. E é aí que entra o terceiro peso do jogo.
"Estamos trabalhando para que ele [Muricy] encontre o time mais próximo da classificação e um bom ambiente", declarou Martelotte.
Pelo andar das negociações com Muricy, é conclusivo que o técnico quis "escapar" do duelo de hoje. Afinal, chegar ao Santos e, em poucos dias, carregar o peso de um revés na Libertadores seria um péssimo começo para sua carreira na nova equipe.
Mesmo se o Santos ganhar hoje, ainda estará sob pressão. Muricy terá de vencer os dois jogos que restam na primeira fase da Libertadores para avançar sem depender de resultados de rivais.
No Paulista, terá a missão de levar o Santos ao título em uma fase final marcada por confrontos únicos e decisivos -perdeu, acabou.
Impossível não lembrar que Muricy nunca foi um especialista em mata-mata. Pelo contrário. Se é um sucesso em pontos corridos, colecionou fracassos em jogos eliminatórios, principalmente quando dirigia o São Paulo.
A chance de mudar essa escrita começa amanhã. O jogo de hoje poderá dizer se a missão de Muricy será mais ou menos complicada.

SANTOS
Rafael; Pará, Durval, Edu Dracena e Léo; Adriano, Danilo, Elano e Ganso; Neymar e Zé Love
T.: Marcelo Martelotte

COLO COLO
Castillo; Magalhães, Cabrera, Scotti e Jérez; Salcedo, Mena, Wilchez e Fuenzalida; Jorquera e Miralles
T.: Americo Gallego

Estádio: Vila Belmiro
Horário: 21h50
Árbitro: Roberto Silvera (Uruguai)


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