São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

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Berezovski depõe sobre parceria

DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia seguinte ao fiasco na Libertadores, o Corinthians viu ressurgir outro tormento: a investigação sobre a parceria com a MSI no Ministério Público Federal.
Ontem pela manhã, o magnata russo Boris Berezovski, que, segundo o relatório da promotoria estadual é um dos financiadores da parceira corintiana, foi detido no aeroporto de Cumbica por agentes da Polícia Federal.
A pedido dos procuradores federais, o juiz da 6ª Vara Federal, Márcio Rached, autorizou a ordem de busca e apreensão do russo, que tem um comunicado internacional de prisão (difusão vermelha) contra ele, mas que sem uma homologação do Supremo Tribunal Federal não pode ser executado no Brasil.
Berezovski foi ouvido pelos procuradores Silvio Luís Martins de Oliveira e Rodrigo de Grandis, que assumiram o caso. A eles, negou sua participação na parceria.
O magnata, que usa passaporte especial para refugiados com o nome de Platon Elenin, é acusado de vários crimes na Rússia, como lavagem de dinheiro, ligação com a máfia tchetchena e assassinato.
O magnata, que vive exilado na Inglaterra, disse jamais ter investido em clubes de futebol no país e se disse vítima de perseguição.
"Ele falou que veio ao Brasil tratar de negócios com empresa aérea e petrolíferas", disse Oliveira.
Os seguranças do russo, todos estrangeiros, esboçaram reação quando abordados pelos policiais mas, segundo Oliveira. Berezovski interveio e não impediu o cumprimento da ordem judicial.
Na procuradoria, ele esteve acompanhado de um advogado e do empresário Renato Duprat, que intermediou a parceria Corinthians-MSI e serviu como intérprete para o russo.
Após oito horas de depoimento, Berezovski, lacônico na maior parte do tempo e bastante agitado, acabou liberado. O magnata, no entanto, teve apreendidos dois computadores, oito celulares e documentos.
A investigação não vinha a público há mais de um ano, quando o Gaeco, grupo que combate o crime organizado no Ministério Público Estadual, enviou seu relatório sobre a parceria à esfera federal do órgão.
Desde a semana passada, quando Berezovski esteve pela primeira vez no Brasil, o Gaeco e o deputado estadual Romeu Tuma Júnior (PMDB), conselheiro corintiano de oposição, movimentam-se para obter a prisão do magnata, que negocia a compra da Varig e também tenta firmar acordos com a Petrobras.
A estatal brasileira nega que tenha mantido contatos com o russo, que ontem mesmo deixou o Brasil. (RICARDO PERRONE, EDUARDO ARRUDA E LILIAN CHRISTOFOLETTI)


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