|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Berezovski depõe sobre parceria
DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia seguinte ao fiasco na Libertadores, o Corinthians viu ressurgir outro tormento: a investigação sobre a parceria com a MSI
no Ministério Público Federal.
Ontem pela manhã, o magnata
russo Boris Berezovski, que, segundo o relatório da promotoria
estadual é um dos financiadores
da parceira corintiana, foi detido
no aeroporto de Cumbica por
agentes da Polícia Federal.
A pedido dos procuradores federais, o juiz da 6ª Vara Federal,
Márcio Rached, autorizou a ordem de busca e apreensão do russo, que tem um comunicado internacional de prisão (difusão
vermelha) contra ele, mas que
sem uma homologação do Supremo Tribunal Federal não pode ser
executado no Brasil.
Berezovski foi ouvido pelos
procuradores Silvio Luís Martins
de Oliveira e Rodrigo de Grandis,
que assumiram o caso. A eles, negou sua participação na parceria.
O magnata, que usa passaporte
especial para refugiados com o
nome de Platon Elenin, é acusado
de vários crimes na Rússia, como
lavagem de dinheiro, ligação com
a máfia tchetchena e assassinato.
O magnata, que vive exilado na
Inglaterra, disse jamais ter investido em clubes de futebol no país e
se disse vítima de perseguição.
"Ele falou que veio ao Brasil tratar de negócios com empresa aérea e petrolíferas", disse Oliveira.
Os seguranças do russo, todos
estrangeiros, esboçaram reação
quando abordados pelos policiais
mas, segundo Oliveira. Berezovski interveio e não impediu o cumprimento da ordem judicial.
Na procuradoria, ele esteve
acompanhado de um advogado e
do empresário Renato Duprat,
que intermediou a parceria Corinthians-MSI e serviu como intérprete para o russo.
Após oito horas de depoimento,
Berezovski, lacônico na maior
parte do tempo e bastante agitado, acabou liberado. O magnata,
no entanto, teve apreendidos dois
computadores, oito celulares e
documentos.
A investigação não vinha a público há mais de um ano, quando
o Gaeco, grupo que combate o
crime organizado no Ministério
Público Estadual, enviou seu relatório sobre a parceria à esfera federal do órgão.
Desde a semana passada, quando Berezovski esteve pela primeira vez no Brasil, o Gaeco e o deputado estadual Romeu Tuma Júnior (PMDB), conselheiro corintiano de oposição, movimentam-se para obter a prisão do magnata,
que negocia a compra da Varig e
também tenta firmar acordos
com a Petrobras.
A estatal brasileira nega que tenha mantido contatos com o russo, que ontem mesmo deixou o
Brasil.
(RICARDO PERRONE, EDUARDO ARRUDA E LILIAN CHRISTOFOLETTI)
Texto Anterior: Os jogadores: Fiasco deve tirar poder de estrelas e pratas da casa Próximo Texto: O que ver na TV Índice
|