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Título é chave para diretoria santista abafar insurreição
Opositores planejam culpar carta-branca dada por Marcelo
Teixeira a Vanderlei Luxemburgo em caso de fracasso hoje
Insucesso diante do São
Caetano será senha para
desafetos do presidente
criticarem até gasto com
saco de cimento em obra
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O atrito de Vanderlei Luxemburgo com Rodrigo Tiuí e Pedro deu uma importância política à decisão de hoje.
Se o Santos perder o título
para o São Caetano, a oposição
ganhará força. Antes, a maioria
defendia esperar o desfecho da
Libertadores para ir a público
contra Marcelo Teixeira.
Até a confusão entre atletas e
treinador tumultuar o ambiente, opositores temiam ser responsabilizados por um fracasso, se criticassem abertamente
o presidente. Uma derrota jogará o ônus para o técnico e o
cartola, que lhe deu poder.
As acusações de Tiuí e Pedro
de que Luxemburgo indica empresário e se envolve até em
contrato discutido pela diretoria já fizeram alguns opositores
saírem da sombra.
"Se o Santos ganhar, vão passar uma borracha no que aconteceu nos últimos dias. Se perder, vai ser uma bola de neve.
Muita coisa vai aparecer", afirma Francisco Lopes, ex-diretor
de Teixeira. Ele é um dos principais críticos do técnico.
O fracasso no Estadual será a
senha para a oposição questionar publicamente a autonomia
dada ao treinador, o balanço do
clube e até os gastos com obras.
"Quando o time está ganhando, ninguém fala. Assim aprovaram o balanço. Mas ninguém
sabe quanto custou o quilo do
cimento nas obras do CT", diz o
opositor Celso Leite.
Uma das maiores queixas do
grupo contrário a Teixeira é o
fato de não ter sobrado nada do
dinheiro das vendas de Robinho, Diego e Elano.
Sempre que questionado sobre o assunto, o presidente alega que investiu em obras e numa comissão técnica forte.
"Mas, se o Luxemburgo não
ganhar títulos, como ele vai justificar os gastos?", fala Lopes.
A diretoria defende o treinador. "É um ótimo técnico. Gastamos com a comissão técnica
quanto achamos que devemos
gastar", diz Dagoberto dos Santos, o gerente de planejamento.
Em 2005, impulsionado pela
negociação de Robinho com o
Real Madrid, o Santos teve um
superávit de R$ 63,1 milhões.
O balanço de 2006 registra
um déficit de R$ 21,8 milhões.
Opositores estimam os gastos com a comissão técnica em
R$ 1 milhão mensais.
Para evitar polêmica, Teixeira optou pelo silêncio sobre a
confusão envolvendo Luxemburgo. Também fala pouco das
finanças. E menos ainda da
eleição de dezembro, na qual
não diz se será candidato.
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