São Paulo, domingo, 06 de maio de 2007

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Título é chave para diretoria santista abafar insurreição

Opositores planejam culpar carta-branca dada por Marcelo Teixeira a Vanderlei Luxemburgo em caso de fracasso hoje

Insucesso diante do São Caetano será senha para desafetos do presidente criticarem até gasto com saco de cimento em obra

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

O atrito de Vanderlei Luxemburgo com Rodrigo Tiuí e Pedro deu uma importância política à decisão de hoje.
Se o Santos perder o título para o São Caetano, a oposição ganhará força. Antes, a maioria defendia esperar o desfecho da Libertadores para ir a público contra Marcelo Teixeira.
Até a confusão entre atletas e treinador tumultuar o ambiente, opositores temiam ser responsabilizados por um fracasso, se criticassem abertamente o presidente. Uma derrota jogará o ônus para o técnico e o cartola, que lhe deu poder.
As acusações de Tiuí e Pedro de que Luxemburgo indica empresário e se envolve até em contrato discutido pela diretoria já fizeram alguns opositores saírem da sombra.
"Se o Santos ganhar, vão passar uma borracha no que aconteceu nos últimos dias. Se perder, vai ser uma bola de neve. Muita coisa vai aparecer", afirma Francisco Lopes, ex-diretor de Teixeira. Ele é um dos principais críticos do técnico.
O fracasso no Estadual será a senha para a oposição questionar publicamente a autonomia dada ao treinador, o balanço do clube e até os gastos com obras.
"Quando o time está ganhando, ninguém fala. Assim aprovaram o balanço. Mas ninguém sabe quanto custou o quilo do cimento nas obras do CT", diz o opositor Celso Leite.
Uma das maiores queixas do grupo contrário a Teixeira é o fato de não ter sobrado nada do dinheiro das vendas de Robinho, Diego e Elano.
Sempre que questionado sobre o assunto, o presidente alega que investiu em obras e numa comissão técnica forte.
"Mas, se o Luxemburgo não ganhar títulos, como ele vai justificar os gastos?", fala Lopes.
A diretoria defende o treinador. "É um ótimo técnico. Gastamos com a comissão técnica quanto achamos que devemos gastar", diz Dagoberto dos Santos, o gerente de planejamento.
Em 2005, impulsionado pela negociação de Robinho com o Real Madrid, o Santos teve um superávit de R$ 63,1 milhões.
O balanço de 2006 registra um déficit de R$ 21,8 milhões.
Opositores estimam os gastos com a comissão técnica em R$ 1 milhão mensais.
Para evitar polêmica, Teixeira optou pelo silêncio sobre a confusão envolvendo Luxemburgo. Também fala pouco das finanças. E menos ainda da eleição de dezembro, na qual não diz se será candidato.


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