São Paulo, domingo, 06 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Promessas desafiam "praga" do ABC

Em alta na final do Paulista, negociáveis tentam mudar histórico do São Caetano de empurrar ídolos para o ostracismo

Destaques no "Azulão", Adhemar, César, Claudecir, Dininho, Marcinho e Silvio Luiz não deram certo na carreira longe do clube

DA REPORTAGEM LOCAL

Propostas, muita especulação e uma dose de ansiedade.
Para alguns jogadores do São Caetano, a combinação acima fez sentido nas últimas semanas. Em evidência, os quase campeões paulistas sonham com transferências para os grandes clubes do país.
Mas a jovem história do time mostra que o salto dado do trampolim do Anacleto Campanella resultou em quedas bruscas -e doloridas- para várias das promessas do clube.
O exemplo mais recente foi o goleiro Silvio Luiz. Recordista em número de jogos no São Caetano (451), o atleta conseguiu, aos 30 anos, ser emprestado para jogar o último Brasileiro pelo Corinthians.
Preterido por Leão, ficou na reserva do prata da casa Marcelo. Voltou frustrado para o ABC, onde passou a treinar. Nos últimos dias, acertou com o Vasco, onde tenta nova sorte.
Como ele, boa parte da geração que alcançou duas finais nacionais, em 2000 e 2001, e uma da Taça Libertadores da América, em 2002, naufragou.
Maior artilheiro da história do clube, com 68 gols, Adhemar tentou manter a fama no Stuttgart, da Alemanha. Foi bem no início. Depois, caiu de rendimento, passou pela Coréia do Sul e retornou ao ABC antes de parar de vez, no ano passado.
Recentemente, foi cogitado até para atuar como "kicker" -jogador responsável pelos chutes no futebol americano- em Miami. Preferiu o aconchego da casa em Porto Feliz (SP).
"Agora sosseguei de vez", diz o ex-atacante, hoje com 35 anos e cujo principal hobby é cuidar de animais exóticos -inclui na lista iguanas, um tucano e um "peixe africano".
Já Claudecir chegou ao Palmeiras para ser o xerife do meio-campo. Entre idas e vindas no grupo, deixou recentemente o clube reclamando de salários atrasados.
Outro que não vingou foi o lateral-esquerdo César, com passagens pelas italianas Lazio e Inter de Milão antes de chegar ao Corinthians no ano passado.
Jogou pouco e voltou para a Itália, onde atualmente defende o modesto Livorno.
Da safra mais jovem dos ídolos sul-caetanenses, Dininho e Marcinho seguiram os passos de Claudecir e buscaram o estrelato no Palmeiras.
O zagueiro, que também jogou no Japão, assumiu a zaga do time em 2006. Distante dos bons tempos de São Caetano, o jogador já é visto como moeda de troca do clube para o segundo semestre deste ano. O meia esteve no Parque Antarcitca por dois anos (2005 e 2006) e nunca foi unanimidade. Criticado, largou o barco e se mudou para Belo Horizonte em 2007 -tenta reescrever sua história no Cruzeiro.
Semelhanças entre a velha e a nova geração de apostas do São Caetano são inevitáveis. Como naquele tempo, os atletas aproveitam o bom momento para se valorizarem.
Com exceção do goleiro Luiz, do zagueiro Maurício e do atacante Luiz Henrique, quase todos os titulares despertaram o interesse de outros times.
O lateral-direito Paulo Sérgio, 28, é dado como contratação certa no Palmeiras.
Thiago, ex-parceiro de Dininho na zaga, é "anunciado" diariamente como provável reforço do São Paulo. "Difícil falar [em transferência]. Sou feliz aqui. Talvez seja a hora de eu ir para outro clube, talvez não. Mas só vou ver isso após o campeonato", afirmou o atleta.
Caso deixe o ABC, Thiago espera ter melhor sorte do que o ex-companheiro, apesar de, em sua opinião, o jogador ainda ter muito o que mostrar no Palmeiras. "O Dininho tem tudo para chegar à seleção."
Triguinho estaria próximo de ser o novo lateral-esquerdo do Internacional. "Por enquanto, é só especulação. Também não quero falar nada para não atrapalhar na decisão."
Quem deve mesmo sair é o volante Luiz Alberto, com destino ao Rubin Kazan, da Rússia. O atacante Somália, artilheiro do campeonato com 13 gols, afirmou ter duas propostas de clubes da segunda divisão espanhola e uma do Catar.
Sem falar no técnico Dorival Júnior, bola da vez para assumir a vaga de Paulo Autuori no Cruzeiro. Durante a semana, o treinador repetiu que só tocará no assunto a partir de amanhã. "A prioridade é o trabalho dentro do São Caetano. Vai depender da diretoria do clube", afirmou Dorival Jr. (RENAN CACIOLI)


Texto Anterior: Juca Kfouri: Hoje é o dia do Santos
Próximo Texto: [+]Exceções: Atletas menos badalados vingaram e chegaram à seleção
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.