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Promessas desafiam "praga" do ABC
Em alta na final do Paulista, negociáveis tentam mudar histórico do São Caetano de empurrar ídolos para o ostracismo
Destaques no "Azulão", Adhemar, César, Claudecir, Dininho, Marcinho e Silvio Luiz não deram certo na carreira longe do clube
DA REPORTAGEM LOCAL
Propostas, muita especulação e uma dose de ansiedade.
Para alguns jogadores do São
Caetano, a combinação acima
fez sentido nas últimas semanas. Em evidência, os quase
campeões paulistas sonham
com transferências para os
grandes clubes do país.
Mas a jovem história do time
mostra que o salto dado do
trampolim do Anacleto Campanella resultou em quedas
bruscas -e doloridas- para várias das promessas do clube.
O exemplo mais recente foi o
goleiro Silvio Luiz. Recordista
em número de jogos no São
Caetano (451), o atleta conseguiu, aos 30 anos, ser emprestado para jogar o último Brasileiro pelo Corinthians.
Preterido por Leão, ficou na
reserva do prata da casa Marcelo. Voltou frustrado para o
ABC, onde passou a treinar.
Nos últimos dias, acertou com
o Vasco, onde tenta nova sorte.
Como ele, boa parte da geração que alcançou duas finais
nacionais, em 2000 e 2001, e
uma da Taça Libertadores da
América, em 2002, naufragou.
Maior artilheiro da história
do clube, com 68 gols, Adhemar
tentou manter a fama no Stuttgart, da Alemanha. Foi bem no
início. Depois, caiu de rendimento, passou pela Coréia do
Sul e retornou ao ABC antes de
parar de vez, no ano passado.
Recentemente, foi cogitado
até para atuar como "kicker"
-jogador responsável pelos
chutes no futebol americano-
em Miami. Preferiu o aconchego da casa em Porto Feliz (SP).
"Agora sosseguei de vez", diz
o ex-atacante, hoje com 35 anos
e cujo principal hobby é cuidar
de animais exóticos -inclui na
lista iguanas, um tucano e um
"peixe africano".
Já Claudecir chegou ao Palmeiras para ser o xerife do
meio-campo. Entre idas e vindas no grupo, deixou recentemente o clube reclamando de
salários atrasados.
Outro que não vingou foi o lateral-esquerdo César, com passagens pelas italianas Lazio e
Inter de Milão antes de chegar
ao Corinthians no ano passado.
Jogou pouco e voltou para a
Itália, onde atualmente defende o modesto Livorno.
Da safra mais jovem dos ídolos sul-caetanenses, Dininho e
Marcinho seguiram os passos
de Claudecir e buscaram o estrelato no Palmeiras.
O zagueiro, que também jogou no Japão, assumiu a zaga
do time em 2006. Distante dos
bons tempos de São Caetano, o
jogador já é visto como moeda
de troca do clube para o segundo semestre deste ano. O meia
esteve no Parque Antarcitca
por dois anos (2005 e 2006) e
nunca foi unanimidade. Criticado, largou o barco e se mudou
para Belo Horizonte em 2007
-tenta reescrever sua história
no Cruzeiro.
Semelhanças entre a velha e
a nova geração de apostas do
São Caetano são inevitáveis.
Como naquele tempo, os atletas aproveitam o bom momento para se valorizarem.
Com exceção do goleiro Luiz,
do zagueiro Maurício e do atacante Luiz Henrique, quase todos os titulares despertaram o
interesse de outros times.
O lateral-direito Paulo Sérgio, 28, é dado como contratação certa no Palmeiras.
Thiago, ex-parceiro de Dininho na zaga, é "anunciado" diariamente como provável reforço do São Paulo. "Difícil falar
[em transferência]. Sou feliz
aqui. Talvez seja a hora de eu ir
para outro clube, talvez não.
Mas só vou ver isso após o campeonato", afirmou o atleta.
Caso deixe o ABC, Thiago espera ter melhor sorte do que o
ex-companheiro, apesar de, em
sua opinião, o jogador ainda ter
muito o que mostrar no Palmeiras. "O Dininho tem tudo
para chegar à seleção."
Triguinho estaria próximo
de ser o novo lateral-esquerdo
do Internacional. "Por enquanto, é só especulação. Também
não quero falar nada para não
atrapalhar na decisão."
Quem deve mesmo sair é o
volante Luiz Alberto, com destino ao Rubin Kazan, da Rússia.
O atacante Somália, artilheiro
do campeonato com 13 gols,
afirmou ter duas propostas de
clubes da segunda divisão espanhola e uma do Catar.
Sem falar no técnico Dorival
Júnior, bola da vez para assumir a vaga de Paulo Autuori no
Cruzeiro. Durante a semana, o
treinador repetiu que só tocará
no assunto a partir de amanhã.
"A prioridade é o trabalho dentro do São Caetano. Vai depender da diretoria do clube", afirmou Dorival Jr.
(RENAN CACIOLI)
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