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Falta de apoio faz uruguaio deixar o Acre
DA ENVIADA A JOÃO PESSOA
Nas pistas, Gustavo Nicolas Altez, 28, ainda defende as cores do Acre. No
dia-a-dia, porém, é em
Manaus (AM) que ele aprimora as passadas para tentar correr no Pan do Rio.
Mais uma mudança que
o uruguaio naturalizado
brasileiro fez em busca de
melhores treinos.
Em 2000, a convite da
federação local, ele deixou
seu país natal para viver
no Acre. Especialista nos
3.000 m, já disputava provas de rua pelo Norte e
Nordeste à procura de
prêmios em dinheiro.
"Fui para lá com a promessa de um monte de benefícios, mas não os recebi. Só ganho passagens para as viagens. Então, segui
para Manaus", conta ele.
Se continuasse no Acre,
seria o único atleta radicado no Estado a disputar os
Jogos do Rio de Janeiro.
Altez encontrou abrigo
na Vila Olímpica de Manaus, mantida por programa da Confederação Brasileira de Atletismo e do
governo do Estado que levou a nata do esporte para
a cidade. Mudanças políticas, porém, fizeram o investimento minguar.
"Isso aqui já foi melhor.
Temos uma boa pista, mas
a academia é precária. A
comida também piorou
bastante", avalia ele.
Altez já tem dois patrocínios. Deixou o alojamento e mora em casa alugada,
com a mulher, acreana.
Brasileiro desde 2005, viu
o preconceito contra ele
arrefecer. Mas sente na
pele a desigualdade entre
centros esportivos do país.
"Só fiz uma corrida na
pista neste ano. No Norte
há mais provas de rua. E
sair para correr no Sul sai
muito caro", lamenta.
O Pan é sua principal
meta. As duas vagas serão
do campeão do Troféu
Brasil, em junho, e do líder
do ranking. Se os dois forem o mesmo atleta, o segundo da lista, no caso, Altez, ganha o posto.
(ML)
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