São Paulo, domingo, 06 de maio de 2007

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Falta de apoio faz uruguaio deixar o Acre

DA ENVIADA A JOÃO PESSOA

Nas pistas, Gustavo Nicolas Altez, 28, ainda defende as cores do Acre. No dia-a-dia, porém, é em Manaus (AM) que ele aprimora as passadas para tentar correr no Pan do Rio.
Mais uma mudança que o uruguaio naturalizado brasileiro fez em busca de melhores treinos.
Em 2000, a convite da federação local, ele deixou seu país natal para viver no Acre. Especialista nos 3.000 m, já disputava provas de rua pelo Norte e Nordeste à procura de prêmios em dinheiro.
"Fui para lá com a promessa de um monte de benefícios, mas não os recebi. Só ganho passagens para as viagens. Então, segui para Manaus", conta ele.
Se continuasse no Acre, seria o único atleta radicado no Estado a disputar os Jogos do Rio de Janeiro.
Altez encontrou abrigo na Vila Olímpica de Manaus, mantida por programa da Confederação Brasileira de Atletismo e do governo do Estado que levou a nata do esporte para a cidade. Mudanças políticas, porém, fizeram o investimento minguar.
"Isso aqui já foi melhor. Temos uma boa pista, mas a academia é precária. A comida também piorou bastante", avalia ele.
Altez já tem dois patrocínios. Deixou o alojamento e mora em casa alugada, com a mulher, acreana. Brasileiro desde 2005, viu o preconceito contra ele arrefecer. Mas sente na pele a desigualdade entre centros esportivos do país.
"Só fiz uma corrida na pista neste ano. No Norte há mais provas de rua. E sair para correr no Sul sai muito caro", lamenta.
O Pan é sua principal meta. As duas vagas serão do campeão do Troféu Brasil, em junho, e do líder do ranking. Se os dois forem o mesmo atleta, o segundo da lista, no caso, Altez, ganha o posto. (ML)


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