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Falante, Corinthians agora ousa
Time deixa timidez de lado, e falatório é novo trunfo contra São Caetano, hoje, pela Copa do Brasil
Técnico Mano Menezes elogia mudança de atitude dos jogadores em vitória sobre Goiás e afirma que equipe será mais agressiva
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A ITU
No Paulista, o Corinthians
era um time acanhado e pressionado pelos rivais. Após a vitória sobre o Goiás, na Copa do
Brasil, tornou-se uma equipe
agressiva e ofensiva. Esse cenário foi construído com atletas
mais falantes e mais cobranças.
E é esse novo Corinthians
que pegará o São Caetano, hoje,
no primeiro jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil.
A nova cara foi perceptível no
treino de ontem em Itu. Durante o trabalho, os jogadores falavam e gritavam muito uns com
os outros. Indicavam jogadas,
espaços abertos e erros.
Em determinado momento,
o reserva Wellington Saci passou livre após uma tabela. O zagueiro William, o mais falante
do grupo, deu dura bronca em
Perdigão, que o acompanhava.
"Não pode deixar o Wellington
passar. Tem que acompanhar
ou matar na frente", cobrou.
William deu ordens para todos os companheiros de zaga
no acerto do novo sistema de
marcação. O capitão chega a ser
líbero em algumas ocasiões.
Quando o time reserva saía
com a bola, sobravam gritos para incentivar a marcação por
pressão, nova arma do time para ser mais ofensivo. "Tem que
ser nossa", diziam os titulares.
Quando André Santos foi
cercado por adversários, ao
menos três titulares gritaram
"ladrão". Nos treinos de bola
parada, havia verdadeiras conferências para decidir quem
marcava quem. Bate-papos em
dupla eram constantes.
Para o técnico Mano Menezes, a mudança na atitude da
equipe começou pouco antes
da vitória sobre o Goiás, por 4 a
0, nas oitavas-de-final. "Acontece naturalmente. Quando o
time ganha, o jogador tem mais
autoridade para cobrar o colega. É mais natural. Quando perde, o jogador se retrai um pouco", explicou o treinador.
Ao lado desse fator psicológico, também houve uma alteração física na equipe, segundo
Mano. Com mais tempo para
treinar após a desclassificação
no Paulista, o elenco melhorou
seu condicionamento e, conseqüentemente, pôde ser mais
cobrado pelo técnico.
Foi isso que gerou a mudança
no esquema. O time, que jogava
com três zagueiros e dois volantes, passou para o 4-4-2 não
fixo com três meias, Lulinha,
Dentinho e Diogo Rincón -os
dois primeiros, mais abertos.
Por ter liberado dessa forma
o time, Mano prendeu mais Fabinho, que fica como terceiro
zagueiro quando a equipe é atacada -ele sai para o meio quando o time avança. Mas a principal mudança foi a marcação no
campo do rival, como Mano
gostava de fazer no Grêmio.
"Até pelo estágio da preparação física, podemos ser mais
ousados", explicou ele, que prevê o Corinthians mais ofensivo
do que o São Caetano.
"A maneira que ele [Mano]
quer a gente jogando é agressiva", frisou Diogo Rincón.
No novo posicionamento corintiano, a maioria dos lances é
feita para a conclusão do meia.
Assim, Mano deve repetir o
time que goleou o Goiás. Mas
ele admitiu que perdeu o fator
surpresa. E espera um São Caetano mais forte na marcação
em relação ao time que venceu
o do Parque São Jorge no Paulista. "Daquela vez jogamos como o Zaire", brincou Mano.
O histórico de duelos entre
os dois clubes também não ajuda os corintianos. Foram 12
derrotas, cinco vitórias e três
empates até hoje. O novo Corinthians quer, no grito, modificar esse retrospecto.
NA TV - Corinthians x São Caetano
Sportv, ao vivo, às 21h
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