São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2008

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Falante, Corinthians agora ousa

Time deixa timidez de lado, e falatório é novo trunfo contra São Caetano, hoje, pela Copa do Brasil

Técnico Mano Menezes elogia mudança de atitude dos jogadores em vitória sobre Goiás e afirma que equipe será mais agressiva


RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A ITU

No Paulista, o Corinthians era um time acanhado e pressionado pelos rivais. Após a vitória sobre o Goiás, na Copa do Brasil, tornou-se uma equipe agressiva e ofensiva. Esse cenário foi construído com atletas mais falantes e mais cobranças.
E é esse novo Corinthians que pegará o São Caetano, hoje, no primeiro jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil.
A nova cara foi perceptível no treino de ontem em Itu. Durante o trabalho, os jogadores falavam e gritavam muito uns com os outros. Indicavam jogadas, espaços abertos e erros.
Em determinado momento, o reserva Wellington Saci passou livre após uma tabela. O zagueiro William, o mais falante do grupo, deu dura bronca em Perdigão, que o acompanhava. "Não pode deixar o Wellington passar. Tem que acompanhar ou matar na frente", cobrou.
William deu ordens para todos os companheiros de zaga no acerto do novo sistema de marcação. O capitão chega a ser líbero em algumas ocasiões.
Quando o time reserva saía com a bola, sobravam gritos para incentivar a marcação por pressão, nova arma do time para ser mais ofensivo. "Tem que ser nossa", diziam os titulares.
Quando André Santos foi cercado por adversários, ao menos três titulares gritaram "ladrão". Nos treinos de bola parada, havia verdadeiras conferências para decidir quem marcava quem. Bate-papos em dupla eram constantes.
Para o técnico Mano Menezes, a mudança na atitude da equipe começou pouco antes da vitória sobre o Goiás, por 4 a 0, nas oitavas-de-final. "Acontece naturalmente. Quando o time ganha, o jogador tem mais autoridade para cobrar o colega. É mais natural. Quando perde, o jogador se retrai um pouco", explicou o treinador.
Ao lado desse fator psicológico, também houve uma alteração física na equipe, segundo Mano. Com mais tempo para treinar após a desclassificação no Paulista, o elenco melhorou seu condicionamento e, conseqüentemente, pôde ser mais cobrado pelo técnico.
Foi isso que gerou a mudança no esquema. O time, que jogava com três zagueiros e dois volantes, passou para o 4-4-2 não fixo com três meias, Lulinha, Dentinho e Diogo Rincón -os dois primeiros, mais abertos.
Por ter liberado dessa forma o time, Mano prendeu mais Fabinho, que fica como terceiro zagueiro quando a equipe é atacada -ele sai para o meio quando o time avança. Mas a principal mudança foi a marcação no campo do rival, como Mano gostava de fazer no Grêmio.
"Até pelo estágio da preparação física, podemos ser mais ousados", explicou ele, que prevê o Corinthians mais ofensivo do que o São Caetano.
"A maneira que ele [Mano] quer a gente jogando é agressiva", frisou Diogo Rincón.
No novo posicionamento corintiano, a maioria dos lances é feita para a conclusão do meia.
Assim, Mano deve repetir o time que goleou o Goiás. Mas ele admitiu que perdeu o fator surpresa. E espera um São Caetano mais forte na marcação em relação ao time que venceu o do Parque São Jorge no Paulista. "Daquela vez jogamos como o Zaire", brincou Mano.
O histórico de duelos entre os dois clubes também não ajuda os corintianos. Foram 12 derrotas, cinco vitórias e três empates até hoje. O novo Corinthians quer, no grito, modificar esse retrospecto.


NA TV - Corinthians x São Caetano
Sportv, ao vivo, às 21h



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