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Pássaros impedem que a grama cresça no campo de treino do Brasil
DE JOHANNESBURGO
Se no hotel que abrigará a seleção brasileira o atraso é causado pela natureza, no campo
em que a equipe de Dunga vai
treinar durante mais de um
mês na Copa do Mundo, a culpa
é da rica fauna sul-africana.
O gramado, numa escola de
segundo grau a cerca de quatro
quilômetros do hotel que servirá de concentração, ainda precisa ser diariamente semeado.
A dificuldade, segundo dois trabalhadores que ontem faziam
esse serviço, é que os pássaros
estão comendo as sementes.
Em alguns trechos do campo,
lençóis brancos foram colocados para tentar evitar a ação
das aves. Mas, primeiro, é preciso que a grama "pegue". Antes
disso, ela está vulnerável.
O campo a ser usado pela seleção é utilizado para o rúgbi,
que requer tipo de grama mais
duro. Para servir ao futebol, a
grama precisou ser arrancada e
substituída por outra, "suave".
O local pertence à Hoerskool
Randburg, escola secundária
que ensina na língua africâner,
derivada do holandês, que é falada sobretudo pela minoria
branca no país.
A diretoria da escola havia
prometido privacidade total
sobre o campo, mas por enquanto apenas uma cerca de
madeira com arame liso, encontrada em fazendas, foi erguida ao redor do gramado.
Até 9 de junho, a dois dias do
início da Copa, a escola terá aulas, e a estrutura por enquanto
não protege a seleção de olhares externos. A estreia do Brasil
será no dia 15, contra a Coreia
do Norte, em Johannesburgo.
Ao lado do campo, há três
prédios de tijolo aparente, usados como salas de aula. Tendem a se tornar arquibancadas
improvisadas nos treinos.
O local foi a segunda opção de
Dunga para sediar os treinos de
sua seleção. A primeira foi descartada por ser distante do hotel-concentração. Uma sala de
ginástica ficará à disposição dos
jogadores, assim como uma
piscina, que tende a ficar ociosa
em razão do rigoroso inverno
sul-africano na época da Copa.
A reforma toda sairá por US$
500 mil, bancados pela Fifa.
Outra parte ainda em obras
são os vestiários. Ontem, meia
dúzia de homens trabalhava na
reforma do local, prometendo
entregá-lo daqui a dez dias.
A escola é de elite. A anuidade é considerada salgada no
país: 15 mil rands (R$ 3.500).
Mas o investimento compensa. A escola, com cerca de 700
estudantes, geralmente entra
na lista das melhores de Johannesburgo. Mais de 90% dos alunos são brancos, alguns são
mulatos, e um ou outro é negro.
A direção da escola não quis
atender à reportagem, dizendo
que não tinha autorização da
CBF para isso.0
(FZ)
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