São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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Pássaros impedem que a grama cresça no campo de treino do Brasil

DE JOHANNESBURGO

Se no hotel que abrigará a seleção brasileira o atraso é causado pela natureza, no campo em que a equipe de Dunga vai treinar durante mais de um mês na Copa do Mundo, a culpa é da rica fauna sul-africana.
O gramado, numa escola de segundo grau a cerca de quatro quilômetros do hotel que servirá de concentração, ainda precisa ser diariamente semeado. A dificuldade, segundo dois trabalhadores que ontem faziam esse serviço, é que os pássaros estão comendo as sementes.
Em alguns trechos do campo, lençóis brancos foram colocados para tentar evitar a ação das aves. Mas, primeiro, é preciso que a grama "pegue". Antes disso, ela está vulnerável.
O campo a ser usado pela seleção é utilizado para o rúgbi, que requer tipo de grama mais duro. Para servir ao futebol, a grama precisou ser arrancada e substituída por outra, "suave".
O local pertence à Hoerskool Randburg, escola secundária que ensina na língua africâner, derivada do holandês, que é falada sobretudo pela minoria branca no país.
A diretoria da escola havia prometido privacidade total sobre o campo, mas por enquanto apenas uma cerca de madeira com arame liso, encontrada em fazendas, foi erguida ao redor do gramado.
Até 9 de junho, a dois dias do início da Copa, a escola terá aulas, e a estrutura por enquanto não protege a seleção de olhares externos. A estreia do Brasil será no dia 15, contra a Coreia do Norte, em Johannesburgo.
Ao lado do campo, há três prédios de tijolo aparente, usados como salas de aula. Tendem a se tornar arquibancadas improvisadas nos treinos.
O local foi a segunda opção de Dunga para sediar os treinos de sua seleção. A primeira foi descartada por ser distante do hotel-concentração. Uma sala de ginástica ficará à disposição dos jogadores, assim como uma piscina, que tende a ficar ociosa em razão do rigoroso inverno sul-africano na época da Copa.
A reforma toda sairá por US$ 500 mil, bancados pela Fifa.
Outra parte ainda em obras são os vestiários. Ontem, meia dúzia de homens trabalhava na reforma do local, prometendo entregá-lo daqui a dez dias.
A escola é de elite. A anuidade é considerada salgada no país: 15 mil rands (R$ 3.500).
Mas o investimento compensa. A escola, com cerca de 700 estudantes, geralmente entra na lista das melhores de Johannesburgo. Mais de 90% dos alunos são brancos, alguns são mulatos, e um ou outro é negro.
A direção da escola não quis atender à reportagem, dizendo que não tinha autorização da CBF para isso.0 (FZ)

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