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Os bons torneios da Inglaterra e da Itália
MATINAS SUZUKI JR.
da Equipe de Articulistas
Comentei, na semana passada, a volta das tabelinhas.
Estava referindo-me mais aos
casos brasileiros, mas o fenômeno também ocorre lá fora.
Graças à nova filosofia de jogo
mais ofensivo, que voltou, felizmente, ao futebol.
Na Inglaterra, com o seu campeonato mais empolgante dos
últimos tempos, há uma dobradinha fazendo sucesso. Trata-se da dupla de pérolas negras
do Manchester United, Dwight
Yorke e Andy Cole.
Yorke e Cole realizaram uma
das tabelinhas do ano (os ingleses chamam-na de "um-dois') em um jogo contra o Barcelona, em pleno Camp Nou. A
dupla também foi responsável
pelos gols marcados no jogo
contra a Juventus, que levaram
a esquadra inglesa às finais da
Copa dos Campeões desta temporada, a ser jogada contra o
Bayern de Munique.
Há vários sinais de que os técnicos que podem trabalhar com
mais planejamento estão à procura não somente de dois bons
atacantes para atuar na linha
de frente de seus times, mas de
uma dupla que possa render
até mais do que a individualidade de cada um.
Veja o caso de Edmundo e Batistuta. Dois grandes jogadores,
duas raras vocações para encurtar a distância do gol e, no
entanto, jamais conseguiram
chegar a um dueto pleno que,
como se dizia tempos atrás, joga por música. Quem acabou
sendo penalizada pelo não entendimento perfeito dos dois
foi a Fiorentina. O time púrpura da belíssima Florença tirou
dele mesmo a chance de faturar
um raríssimo título italiano.
Por falar em Inglaterra e Itália, a julgar pelo que ocorre
nesta temporada nas maiores
ligas dos dois países, o novo regime de livre circulação dos jogadores, instaurado depois da
Lei Bosman, foi aprovado.
Os times ingleses melhoraram
muito seu futebol com a chegada não só de jogadores estrangeiros, mas também de técnicos
de outras nacionalidades.
Veja, por exemplo, o estilo "à
francesa' (no passado seria
uma heresia dizer isso para as
ultra-regionalistas torcidas inglesas) do Arsenal, formatado
pelo técnico que nasceu do outro lado do canal, Arsène Wenger, uma espécie de intelectual
da bola, que não vacilou em
utilizar vários jogadores franceses (como o raçudo capitão
da seleção francesa Emmanuel
Petit) e holandeses (como o fino atacante Dennis Berkamp).
Na Itália, além das arrancadas de Lazio e Milan para disputar, cabeça com cabeça, o título de uma temporada memorável, a batalha pelas outras
vagas dos torneios europeus
tem gerado jogos sensacionais.
Enfim, parece que o bom senso conspira a favor do futebol.
Quem viu jogar o garoto Edu,
substituto de Raí na virada
contra a Matonense, fala maravilhas do futebol do jovem
meia são-paulino.
Não é só o excesso de jogos
que atrapalha o bom rendimento de um jogador. Some a
ele o desgaste de viagens (muitas delas de avião) e de aeroportos, a falta de convivência
com amigos e família e o excesso de convivência com outros
jogadores em ambientes fechados (hotéis, concentrações).
Em situações altamentes estressantes como essas fica difícil até dormir e se alimentar
bem, que dirá jogar futebol.
²
Matinas Suzuki Jr. escreve às quintas e é diretor editorial-adjunto da Abril S/A
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