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Remo diz que jogo foi estranho
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local
Mais do que o placar da derrota
para a Lusa, em fevereiro do ano
passado, no Canindé, o que deixou
a diretoria do Remo ressabiada foi
a apatia demonstrada pelos paraenses naquela partida.
O radialista Hamilton Gualberto,
que na ocasião acumulava a vice-presidência administrativa com a
vice do futebol, disse que achou
"estranha" a atuação do Remo.
Em entrevista à Folha, por telefone, ele disse que a equipe paraense foi tomada por "um marasmo
esquisito".
"Que foi um jogo estranho, foi. O
nosso time foi acometido por um
marasmo total, bem esquisito. Não
era uma situação difícil, dava para
o Remo se classificar. Não sei o que
aconteceu, mas ficou uma sensação estranha. Pelo menos foi o que
eu senti", disse ele.
Gualberto lembra que, depois da
vitória em casa contra a mesma
Lusa, a situação do Remo era igual
à do Juventude, que eliminou o
Corinthians em São Paulo, há seis
dias, pela Copa do Brasil.
"Assim como o Juventude, nós
vencemos em casa por 2 a 0. No jogo em São Paulo, era simples. Era
só fazer um gol que eles precisariam marcar quatro. Estávamos
com a faca e o queijo na mão. Só
que, ao contrário do Juventude
contra o Corinthians, o mínimo
que a gente pode dizer é que o Remo entrou apático no jogo", explicou o ex-dirigente.
Segundo Gualberto, que disse ter
sido o chefe da delegação do time
paraense na viagem a São Paulo,
tanto é verdade que achou o comportamento do Remo estranho,
que desceu ao vestiário no intervalo para dar ele próprio a preleção
aos jogadores.
Ao final do primeiro tempo, sua
equipe, na época dirigida pelo ex-jogador Raimundo Mesquita, perdia por 3 a 0.
Depois da derrota, a direção do
Remo teria se reunido, já em Belém, e considerado abaixo da média o comportamento do sistema
defensivo no jogo do Canindé.
Procurados pela Folha, os atuais
dirigentes do Remo não foram encontrados e não ligaram de volta
para o jornal até o fechamento desta edição, apesar de terem sido deixados seis recados na sede do clube
paraense.
A diretoria que comandava o
clube em 1998 foi substituída por
uma Junta Governativa, em janeiro de 1999, encabeçada por Antônio Carlos Teixeira, já que, devido
à crise financeira do clube, não
houve candidatos à presidência.
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