São Paulo, domingo, 06 de junho de 2004

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Em 2000, seleção saiu de 3 a 1 nos argentinos para sofrer em Santiago sua pior derrota nas eliminatórias

No Chile, seleção desafia déjà vu

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

Euforia por uma vitória sobre o maior rival, boa posição na classificação das eliminatórias sul-americanas, a idéia de um time embalado e o Chile pela frente.
Há quatro anos, a seleção brasileira vivia a mesma situação que tem hoje, quando enfrenta, às 22h30, novamente os chilenos.
E o que parecia a chegada ao paraíso se transformou na entrada para o inferno depois da derrota por 3 a 0 que iniciou uma crise que sacrificou dois técnicos e fez o país penar para ganhar vaga na Copa do Mundo de 2002.
No time atual, ninguém pensa que a história se repetirá. Depois da vitória de 3 a 1 sobre a Argentina, mesmo placar do clássico que antecedeu o jogo contra o Chile em 2000, Carlos Alberto Parreira tentou cortar a euforia gerada pelo triunfo e pela liderança.
"Foi ótimo ter vindo para cá cedo, para sair daquele clima de euforia. Aqui estamos sossegados", disse o treinador, que deixou Belo Horizonte rumo a Santiago na quinta-feira, menos de 24 horas depois do jogo contra os argentinos. Jogo que, segundo Parreira, já "pertence ao passado".
O treinador quer uma nova vitória para manter a boa fase. "Agora engrenamos e não podemos perder esse embalo."
Contra os mesmos adversários que confrontou até agora, a seleção tinha 11 pontos depois de seis rodadas nas eliminatórias passada. Agora tem 12. Como há quatro anos, enfrentará o Chile numa noite fria de Santiago, a mais gelada capital sul-americana.
A derrota de 2000 foi a de placar mais dilatado das sete partidas que o Brasil já perdeu por eliminatórias para Mundiais.
Parreira não terá hoje três de seus titulares -o zagueiro Lúcio e o meia-atacante Ronaldinho estão machucados, e o meia Zé Roberto cumpre suspensão.
Uma derrota pode ter efeitos nefastos para o Brasil. Líder das eliminatórias até o início da rodada, o time pode terminar a sétima jornada em um modesto quarto lugar na tabela -os quatro primeiros vão ao Mundial da Alemanha, e o quinto tentará a repescagem contra um time da Oceania.
"A atenção e a motivação devem ser dobradas. Na teoria, esse jogo é fácil, mas sabemos que precisamos jogar muito para manter o ritmo", diz Cafu sobre o jogo em Santiago, onde, além da derrota de 2000, o Brasil tem outro trauma -um empate de 1 a 1 para o classificatório da Copa-90, quando Romário foi expulso.
O Chile entra em campo embalado por duas vitórias consecutivas nas eliminatórias. Se vencer, irá ultrapassar o Brasil e pode até ser o novo líder no torneio.
Depois de hoje o qualificatório pára. A competição só terá jogos em setembro, quando o time nacional recebe, em São Paulo, a Bolívia. Em 2004, ainda enfrenta Venezuela, Colômbia e Equador. As eliminatórias sul-americanas só acabam no final de 2005.


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