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Brasileiros tentam evitar nova decepção no frio
DO ENVIADO A SANTIAGO
É verdade que os jogadores que
formam a seleção brasileira estão
acostumados a jogar com baixas
temperaturas. Mas também é verdade que a arma escolhida pelos
chilenos para amedrontar Ronaldo e companhia, pelo retrospecto
da gestão Carlos Alberto Parreira
no time, pode funcionar.
Nas quatro partidas que disputou nos últimos dois anos com as
temperaturas mais baixas, a seleção só venceu uma vez.
Hoje, a previsão da meteorologia para o horário do jogo é de
apenas 4C. O Chile agendou a
partida para as 21h30 locais
(22h30 de Brasília) na esperança
de tirar proveito da falta de adaptação dos brasileiros ao frio. Esqueceu de que quase todos os rivais atuam no inverno europeu.
Mas, com temperaturas próximas à que terá em Santiago hoje, o
Brasil penou nos últimos tempos.
Em fevereiro do ano passado,
na estréia de Parreira, empatou
sem gols com o modesto time da
China, em Guangzhou, com os
termômetros marcando 8C.
A primeira derrota do treinador
aconteceu no final do inverno da
Europa contra Portugal, no Porto,
que além das baixas temperaturas
ainda tinha chuva, o que reduzia
ainda mais a sensação térmica.
No frio outono inglês, o Brasil
teve uma vitória pela contagem
mínima contra a tropical Jamaica,
num jogo realizado em Leicester.
O recorde de baixa temperatura
para o time nacional a partir de
2003 aconteceu no início deste
ano. Em Dublin, ao final de um
morno empate sem gols, os termômetros marcavam 2C.
Na sua até agora invicta campanha nas eliminatórias o Brasil
sempre atuou com temperaturas
superiores ou próximas aos 20C.
Metade dos jogos aconteceu em
cidades onde o clima era muito
quente: mais de 30C.
E os resultados foram melhores
do que no frio -bateu a Colômbia na caribenha Barranquilla,
venceu o Equador no calor amazônico de Manaus e empatou
com o Paraguai em Assunção, onde faziam 32C quando o jogo começou, quase às 22h locais.
Na seleção, ninguém crê que a
baixa temperatura possa influenciar o resultado do confronto.
"O frio pode ser até bom para a
gente. Com ele, os jogadores correm mais, e a partida acaba ficando mais quente", explica Parreira.
"O segredo é fazer um bom
aquecimento, especialmente nos
alongamentos", afirma Juninho
Pernambucano.
Mas, mais do que o clima, o desempenho do time é o que preocupa. "Não podemos dar para eles
a mesma liberdade que a Argentina teve no primeiro tempo", diz
Kaká. "Precisamos segurar mais a
bola", afirma Edmílson, que até
anteontem era o único jogador
não confirmado para o duelo de
hoje -ele disputava o posto, com
ampla vantagem, com Gilberto
Silva, que estava suspenso.
"Não teremos que correr o mesmo risco do jogo contra a Argentina, quando tivemos de tomar a
iniciativa do jogo", diz Parreira,
dando pistas de que irá pedir mais
cautela ao seus jogadores.
(PC)
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