São Paulo, domingo, 06 de junho de 2004

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Brasileiros tentam evitar nova decepção no frio

DO ENVIADO A SANTIAGO

É verdade que os jogadores que formam a seleção brasileira estão acostumados a jogar com baixas temperaturas. Mas também é verdade que a arma escolhida pelos chilenos para amedrontar Ronaldo e companhia, pelo retrospecto da gestão Carlos Alberto Parreira no time, pode funcionar.
Nas quatro partidas que disputou nos últimos dois anos com as temperaturas mais baixas, a seleção só venceu uma vez.
Hoje, a previsão da meteorologia para o horário do jogo é de apenas 4C. O Chile agendou a partida para as 21h30 locais (22h30 de Brasília) na esperança de tirar proveito da falta de adaptação dos brasileiros ao frio. Esqueceu de que quase todos os rivais atuam no inverno europeu.
Mas, com temperaturas próximas à que terá em Santiago hoje, o Brasil penou nos últimos tempos.
Em fevereiro do ano passado, na estréia de Parreira, empatou sem gols com o modesto time da China, em Guangzhou, com os termômetros marcando 8C.
A primeira derrota do treinador aconteceu no final do inverno da Europa contra Portugal, no Porto, que além das baixas temperaturas ainda tinha chuva, o que reduzia ainda mais a sensação térmica.
No frio outono inglês, o Brasil teve uma vitória pela contagem mínima contra a tropical Jamaica, num jogo realizado em Leicester.
O recorde de baixa temperatura para o time nacional a partir de 2003 aconteceu no início deste ano. Em Dublin, ao final de um morno empate sem gols, os termômetros marcavam 2C.
Na sua até agora invicta campanha nas eliminatórias o Brasil sempre atuou com temperaturas superiores ou próximas aos 20C. Metade dos jogos aconteceu em cidades onde o clima era muito quente: mais de 30C.
E os resultados foram melhores do que no frio -bateu a Colômbia na caribenha Barranquilla, venceu o Equador no calor amazônico de Manaus e empatou com o Paraguai em Assunção, onde faziam 32C quando o jogo começou, quase às 22h locais.
Na seleção, ninguém crê que a baixa temperatura possa influenciar o resultado do confronto.
"O frio pode ser até bom para a gente. Com ele, os jogadores correm mais, e a partida acaba ficando mais quente", explica Parreira.
"O segredo é fazer um bom aquecimento, especialmente nos alongamentos", afirma Juninho Pernambucano.
Mas, mais do que o clima, o desempenho do time é o que preocupa. "Não podemos dar para eles a mesma liberdade que a Argentina teve no primeiro tempo", diz Kaká. "Precisamos segurar mais a bola", afirma Edmílson, que até anteontem era o único jogador não confirmado para o duelo de hoje -ele disputava o posto, com ampla vantagem, com Gilberto Silva, que estava suspenso.
"Não teremos que correr o mesmo risco do jogo contra a Argentina, quando tivemos de tomar a iniciativa do jogo", diz Parreira, dando pistas de que irá pedir mais cautela ao seus jogadores. (PC)



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