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FUTEBOL
Técnicos do Estado dominam lista de demitidos no Brasileiro deste ano
Rio assiste à decadência também em sua prancheta
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
FÁBIO TURA
DO DATAFOLHA
Eles entraram no Nacional como representantes do Estado que
mais forneceu treinadores para os
24 clubes do torneio. Oito rodadas mais tarde, quatro deles já foram demitidos por seus clubes.
Essa é a situação dos técnicos do
Rio de Janeiro, local em que não
são só os times que agonizam. A
prancheta também está em baixa.
Dos cinco representantes restantes, o melhor é o 11º colocado.
Até agora, sete técnicos foram
substituídos na competição. Quatro cariocas, dois paulistas e apenas um paranaense.
Do Rio, Oswaldo de Oliveira
deixou o Corinthians, hoje com o
gaúcho Tite. Paulo César Gusmão
saiu do Cruzeiro, agora do paulista Emerson Leão. Joel Santana
deu seu lugar no Guarani ao paulista Zetti. No Paysandu, Artur
Neto foi trocado por Givanildo
Oliveira, de Pernambuco.
Nenhum deles até agora conseguiu se recolocar no mercado. Na
mesma situação só está o paulista
Jair Picerni, que foi mandado embora pela diretoria do Palmeiras.
Os outros dois arrumaram emprego rápido. O paranaense Levir
Culpi, que caiu no Botafogo, hoje
é o quarto colocado com o Atlético-PR. Leão assumiu o Cruzeiro
após perder a vaga no Santos.
Oliveira, Gusmão e Joel Santana
deixaram seus cargos após intensa pressão de torcedores e conselheiros de seus ex-clubes.
"O Joel é trabalhador, tentou
ajudar, mas os resultados não
apareceram e decidimos que era o
momento da troca", declarou o
presidente do clube de Campinas,
José Luiz Lourencetti.
No caso do ex-técnico do Corinthians, que teve aproveitamento
de 33% no campeonato, a torcida
chegou a protestar diante da casa
do presidente do clube, Alberto
Dualib, para pedir a saída do técnico, entre outras exigências.
A pressão dos torcedores começou a aumentar depois da goleada
para o Palmeiras, por 4 a 0. Na saída do Morumbi, o treinador discutiu com integrantes da torcida
organizada Gaviões da Fiel.
Já Gusmão foi demitido com o
time entre os líderes do Nacional e
aproveitamento de 61%, o melhor
desempenho de um técnico carioca até agora neste Brasileiro.
"Ainda não sei porque saí. É
melhor perguntar para a diretoria
do Cruzeiro", disse, resignado, o
ex-auxiliar de Luxemburgo.
A situação dos cinco cariocas
que restaram no torneio também
é delicada. A começar justamente
por seu representante mais ilustre: Vanderlei Luxemburgo.
Técnico mais vitorioso do país
em 2003 com o Cruzeiro, ele foi
demitido do clube mineiro, antes
de o Nacional começar, por desavenças com a diretoria e assumiu
o Santos na quinta rodada do Brasileiro. Além de fracassar na Libertadores, ainda tenta sua primeira vitória no Nacional.
Hoje, o badalado Luxemburgo
tem o pior aproveitamento
(11,1%) entre os 24 treinadores da
primeira divisão e já começa a sofrer pressão da diretoria santista.
O conterrâneo dele, Antonio
Lopes, agoniza no Coritiba. Campeão paranaense com o clube, ele
balança no cargo por causa da pífia campanha no Brasileiro -
apenas uma vitória, três empates
e quatro derrotas. A equipe, a 21º
colocada, estaria rebaixada hoje.
Situação parecida vive Abel Braga no Flamengo, que ainda não
venceu nenhuma partida no torneio e amarga a antepenúltima
colocação no Nacional após
triunfar com o clube mais popular
do país no Estadual.
Pouco melhor está Ricardo Gomes no Fluminense. Depois de
apagar incêndios com as estrelas
do time, Romário e Edmundo, a
equipe se estabilizou, ocupa a 11ª
posição e sofreu só uma derrota.
"O time já está com um padrão
de jogo. Agora estamos com cara
de time", declarou o treinador,
que fracassou no comando da seleção olímpica -não conseguiu
uma vaga nos Jogos de Atenas.
Já o Paraná, comandado por
Paulo Campos, faz campanha irregular. É o 14º colocado.
Além do Flamengo, outro time
do Rio de Janeiro, o Botafogo, está
entre os quatro piores, na zona de
rebaixamento. O clube, que voltou em 2004 a disputar a elite do
Nacional, é o penúltimo.
Segundo melhor time carioca
na competição, o Vasco ocupa
apenas o 17º lugar no torneio.
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