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FUTEBOL
Pela 1ª vez com santista e Ronaldinho como titulares nas eliminatórias, seleção bate recorde de fintas da era Parreira
Robinho pedala e lidera festival de dribles
DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
No primeiro jogo "para valer"
com Ronaldinho e Robinho como
titulares, a seleção brasileira bateu
o recorde de dribles nas eliminatórias e também na nova gestão
de Parreira, iniciada em 2003.
Segundo o Datafolha, foram 38
fintas ontem contra o Paraguai.
Até então, a melhor marca havia
sido 36, atingida na estréia do time no qualificatório sul-americano, uma vitória por 2 a 1 sobre a
Colômbia em Barranquilla.
O campeão em dribles no Beira-Rio foi o atacante santista, nove.
Em seguida, apareceram Ronaldinho e Kaká, ambos com oito.
Outro número que traduz a boa
exibição brasileira em Porto Alegre foi o de finalizações. Diante de
um Paraguai quase inofensivo, a
seleção fez 22 arremates ao gol de
Villar, bem acima da média que
tinha até ontem nas eliminatórias,
16, e a segunda melhor marca do
time na corrida sul-americana.
Dez deles tiveram direção certa,
uma eficiência de 45,5%.
Os mais festejados pelo público
ontem, Ronaldinho e Robinho já
haviam jogado juntos desde o início, mas num amistoso contra a
frágil Hong Kong, quando ajudaram a fazer a maior goleada da
nova gestão Parreira, 7 a 1.
Ontem, em que pese a falta de
entrosamento, os dois foram, ao
lado de Zé Roberto e Kaká, os destaques da seleção. O craque do
Barcelona não só fez os dois primeiros gols como participou da
jogada que originou o primeiro.
Além de dar bons passes, como
aos 15min, quando urdiu com Zé
Roberto e Kaká um dos mais belos lances o jogo, Robinho pedalou e sofreu pênalti de Da Silva,
que originou o segundo gol, e fez
o quarto, entre as pernas de Villar.
O santista atormentou a defesa
paraguaia, que, apesar de não ter
cometido muitas faltas (11), recorreu pelo menos duas vezes à violência para pará-lo. Paredes e
Mansur levaram cartões amarelos
por faltas duras no brasileiro. Robinho acabou sendo o mais caçado da seleção, recebendo quatro
faltas. Ronaldinho foi o segundo
mais perseguido -sofreu duas.
Num duelo em que Dida praticamente não trabalhou, o time de
Parreira se valeu de jogadas pela
lateral esquerda, com Roberto
Carlos, e da habilidade do seu
quarteto ofensivo, à exceção de
Adriano, numa tarde discreta.
É verdade que, até marcar os
dois primeiros gols, Ronaldinho
não esteve inspirado como no
Barcelona, mas depois cresceu na
partida. Em sua cidade natal, o
atacante comemorou os gols com
o que já virou um gesto característico seu, os dedos mínimo e polegar levantados, saudação comum
entre surfistas. Também sambou
com Robinho próximo à bandeirinha de escanteio.
Comumente criticado por cumprir um papel defensivo no time
de Parreira, Zé Roberto coroou
sua atuação com um gol, o terceiro -um chute colocado, no ângulo-, e jogadas de efeito. Ouviu
a torcida gritar seu nome.
O gol do Paraguai cumpriu uma
espécie de profecia de Parreira.
Na volta para o segundo tempo, o
técnico alertou para o perigo das
jogadas aéreas do rival.
Aos 28min da etapa final, Roque
Santa Cruz subiu mais que a zaga
brasileira e cabeceou nas costas de
Lúcio para diminuir.
Aos 34min, o mesmo Lúcio, que
já tinha recebido cartão amarelo
por uma entrada dura, fez falta
violenta em Paredes e foi expulso.
No final, com os três pontos garantidos, a seleção tocou a bola,
tentou firulas e ouviu a torcida
gritar "olé".(PAULO COBOS)
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