São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Pela 1ª vez com santista e Ronaldinho como titulares nas eliminatórias, seleção bate recorde de fintas da era Parreira

Robinho pedala e lidera festival de dribles

DO ENVIADO A PORTO ALEGRE

No primeiro jogo "para valer" com Ronaldinho e Robinho como titulares, a seleção brasileira bateu o recorde de dribles nas eliminatórias e também na nova gestão de Parreira, iniciada em 2003.
Segundo o Datafolha, foram 38 fintas ontem contra o Paraguai. Até então, a melhor marca havia sido 36, atingida na estréia do time no qualificatório sul-americano, uma vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia em Barranquilla.
O campeão em dribles no Beira-Rio foi o atacante santista, nove. Em seguida, apareceram Ronaldinho e Kaká, ambos com oito.
Outro número que traduz a boa exibição brasileira em Porto Alegre foi o de finalizações. Diante de um Paraguai quase inofensivo, a seleção fez 22 arremates ao gol de Villar, bem acima da média que tinha até ontem nas eliminatórias, 16, e a segunda melhor marca do time na corrida sul-americana.
Dez deles tiveram direção certa, uma eficiência de 45,5%.
Os mais festejados pelo público ontem, Ronaldinho e Robinho já haviam jogado juntos desde o início, mas num amistoso contra a frágil Hong Kong, quando ajudaram a fazer a maior goleada da nova gestão Parreira, 7 a 1.
Ontem, em que pese a falta de entrosamento, os dois foram, ao lado de Zé Roberto e Kaká, os destaques da seleção. O craque do Barcelona não só fez os dois primeiros gols como participou da jogada que originou o primeiro.
Além de dar bons passes, como aos 15min, quando urdiu com Zé Roberto e Kaká um dos mais belos lances o jogo, Robinho pedalou e sofreu pênalti de Da Silva, que originou o segundo gol, e fez o quarto, entre as pernas de Villar.
O santista atormentou a defesa paraguaia, que, apesar de não ter cometido muitas faltas (11), recorreu pelo menos duas vezes à violência para pará-lo. Paredes e Mansur levaram cartões amarelos por faltas duras no brasileiro. Robinho acabou sendo o mais caçado da seleção, recebendo quatro faltas. Ronaldinho foi o segundo mais perseguido -sofreu duas.
Num duelo em que Dida praticamente não trabalhou, o time de Parreira se valeu de jogadas pela lateral esquerda, com Roberto Carlos, e da habilidade do seu quarteto ofensivo, à exceção de Adriano, numa tarde discreta.
É verdade que, até marcar os dois primeiros gols, Ronaldinho não esteve inspirado como no Barcelona, mas depois cresceu na partida. Em sua cidade natal, o atacante comemorou os gols com o que já virou um gesto característico seu, os dedos mínimo e polegar levantados, saudação comum entre surfistas. Também sambou com Robinho próximo à bandeirinha de escanteio.
Comumente criticado por cumprir um papel defensivo no time de Parreira, Zé Roberto coroou sua atuação com um gol, o terceiro -um chute colocado, no ângulo-, e jogadas de efeito. Ouviu a torcida gritar seu nome.
O gol do Paraguai cumpriu uma espécie de profecia de Parreira. Na volta para o segundo tempo, o técnico alertou para o perigo das jogadas aéreas do rival.
Aos 28min da etapa final, Roque Santa Cruz subiu mais que a zaga brasileira e cabeceou nas costas de Lúcio para diminuir.
Aos 34min, o mesmo Lúcio, que já tinha recebido cartão amarelo por uma entrada dura, fez falta violenta em Paredes e foi expulso.
No final, com os três pontos garantidos, a seleção tocou a bola, tentou firulas e ouviu a torcida gritar "olé".(PAULO COBOS)

Texto Anterior: Vizinhos destacam "Parreiragate"
Próximo Texto: Estatística: Brasil é o senhor dos pênaltis nas eliminatórias
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.