Solução para evitar extensão dos problemas nos pés de Ronaldo foi alargar calcanhares do calçado

Técnicos da empresa foram enviados a Frankfurt, reuniram-se com Ronaldo e depois recolheram as chuteiras usadas nos treinos

DOS ENVIADOS KÖNIGSTEIN

A Nike montou uma operação em Frankfurt, ontem, para solucionar a crise provocada pelas chuteiras de Ronaldo.
Dois funcionários da empresa se reuniram por algumas horas com o atacante, de folga na cidade a cerca de 20 km da concentração da seleção brasileira.
O resultado do encontro foi uma solução nada sofisticada. Com a ajuda dos roupeiros da CBF, os calçados serão alargados na altura do calcanhar.
Ao ouvir o jogador, a Nike concluiu que a chuteira apertava essa região causando bolhas. E ela foi feita sob medida para Ronaldo, na Itália. De lá veio pelo menos um dos técnicos encarregados do problema.
Primeiro, a dupla foi até o hotel da seleção. Ficou lá por mais de uma hora. Saiu com uma sacola de chuteiras. Recolheu todas as que têm sido usadas pelo atacante desde o início da preparação brasileira na Europa.
Os dois se recusaram a dar entrevistas. Um deles disse apenas existir um problema grave, que devia ser resolvido.
Pelo menos por enquanto, nenhuma das chuteiras voltará para a fábrica. Todas serão alargadas na Alemanha mesmo. De acordo com a assessoria de imprensa da Nike, ao menos uma já foi devolvida para que o atacante possa usar no treino de hoje, se for liberado.
A empresa preocupou-se apenas com os últimos treinamentos antes da Copa. As chuteiras que serão usadas no Mundial não foram definidas.
O motivo para o calçado provocar os ferimentos não foi divulgado pela fábrica.
Um amigo do jogador, porém, diz desconfiar que o jogador não teve tempo suficiente para amaciar a chuteira. Normalmente, os atletas a entregam para juniores vestirem primeiro. Assim, recebem o material mais confortável.
Mas o atacante não explicou se usava um calçado novo no jogo contra a Nova Zelândia, anteontem, quando as bolhas no pé esquerdo se agravaram e o impediram de continuar.
"São as mesmas chuteiras que uso desde fevereiro", declarou ele, após o amistoso do último domingo, em Genebra, mas referindo-se ao modelo.
Na outra partida da preparação na Suíça, contra o Lucerna, Ronaldo também teve dor de cabeça com a chuteira. Horas antes do jogo na Basiléia, pediu a funcionários da CBF para comprar uma palmilha.
Sua assessoria de imprensa disse que ele sempre atua com uma palmilha extra e havia esquecido o material em Weggis, onde a seleção treinava.
Além de um produto machucar um dos principais jogadores do time, a empresa também viu-se envolvida em outra polêmica com um dos reservas.
Acionou um tribunal na Holanda para que Robinho seja ouvido sobre o impasse com a fábrica, que cobra do jogador uma renovação automática de contrato. (EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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