Santos vê sua média de gols cair quase pela metade após saída de Rodrigo Tiuí

Luxemburgo minimiza queda, afirma que seu time precisa jogar bem para vazar o adversário e pede "clima de Libertadores" no estádio

DA ENVIADA A SANTOS

A tarefa santista na noite de hoje não será fácil. Ainda mais para um time que vê seu poderio ofensivo decrescendo justamente no momento em que mais precisa dele.
Além do fato de ter de marcar no mínimo dois gols para ter a chance de ao menos provocar a decisão por pênaltis -neste caso, o Grêmio não pode vazar Fábio Costa-, o Santos sofre com o declínio de sua capacidade de balançar as redes.
Coincidentemente, desde que o atacante Rodrigo Tiuí deixou a Vila Belmiro, após enfrentar problemas com o Vanderlei Luxemburgo para renovar seu contrato, o time tem sofrido com sua dupla ofensiva.
Nos tempos em que o atleta, sempre contestado pela sua qualidade técnica, formava o ataque alvinegro com Marcos Aurélio, a média de gols do Santos era de 2,17 tentos por jogo.
Depois que Tiuí foi embora, o Santos jogou 14 vezes, e sua média de gols marcados caiu quase pela metade, para 1,27.
Apesar da diminuição do rendimento do ataque, Luxemburgo não vê a escassez de gols como um problema para hoje.
"Isso não me preocupa. Contra o São Caetano [na final do Paulista] não foi diferente. É a mesma situação. O importante é nós conseguirmos jogar bem. E os gols vão sair", analisa.
O fato de precisar fazer o placar para conquistar a vaga, segundo o treinador, também não quer dizer que o sistema ofensivo esteja requerendo uma atenção especial.
"São dois gols de vantagem para nós revertemos. E isso não quer dizer que eu esteja trabalhando mais o ataque. De repente, eu estou mais preocupado com a defesa, que não pode levar gols", salientou.
Para motivar a equipe, a diretoria do Santos autorizou que cerca 70 torcedores de uma torcida organizada do clube acompanhassem o treino de ontem.
"O que eles [torcedores] fizeram hoje [ontem] foi muito bom, mas quero ver amanhã, na Vila. Não adianta nada criarem este clima aqui se não tivermos o clima de Libertadores no jogo, como fez a torcida do Grêmio no Sul", esbravejou Luxemburgo, que terá a Vila Belmiro como quer hoje: lotada.
Antes do treino de ontem, o técnico santista ficou cerca de meia hora reunido com o grupo no centro do gramado.
"Ele repetiu para nós termos tranqüilidade e pensamento positivo, pois este é o jogo mais importante desta temporada."
Mas e se o Santos não passar? Luxemburgo já tem o discurso pronto. "Vamos dar os parabéns e torcer pelo Grêmio, pois é um brasileiro na Libertadores."0 (JULYANA TRAVAGLIA)