|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com o tempo, seleção de Dunga piora
Time empata sem gols contra a Turquia, na Alemanha, e segue em decadência técnica sob o comando de seu treinador
Thomas Bohlen/Reuters
|
O lateral Maicon, que, como quase toda a seleção brasileira, jogou mal ontem contra a Turquia |
Brasil 0
Turquia 0
DA REPORTAGEM LOCAL
No modorrento empate de
ontem contra a Turquia, na
Alemanha, a seleção brasileira
mergulhou de vez num roteiro
que foge totalmente do planejado por qualquer treinador.
Quanto mais joga, o time de
Dunga fica pior. Depois de um
início animador, o treinador
viu seu time empatar sem gols
com um oponente mediano.
O futebol foi pífio, seja com
os astros Ronaldinho e Kaká
em campo ou sem eles.
Nos cinco primeiro jogos da
era Dunga contra seleções nacionais, o Brasil venceu quatro
vezes (uma delas em atuação de
gala diante da Argentina) e empatou outra. Teve média de
dois gols por jogo.
Nas últimas cinco partidas
reconhecidas pela Fifa, a seleção venceu só duas vezes, empatou outras duas e perdeu
uma. Nesses confrontos, balançou a rede apenas seis vezes,
sendo que quatro foram contra
uma frágil seleção chilena.
Como também fez um jogo
não reconhecido pela Fifa, contra um combinado do Kuait,
Dunga comandou o time pela
11ª vez contra os turcos em um
estádio com mais da metade
dos lugares vazios -mesmo assim, problemas na entrada dos
torcedores fizeram a organização cogitar atrasar o início da
partida em 30 minutos.
Nesse mesmo número de jogos, Luiz Felipe Scolari, por
exemplo, que assumiu em um
ambiente de terra arrasada,
conquistava a confiança do torcedor ao ganhar da Venezuela e
classificar o Brasil para a Copa
do Mundo de 2002.
Ontem, o time de Dunga não
foi vibrante, como no início do
seu trabalho, ou mostrou qualidade, como no triunfo diante
dos argentinos.
No primeiro tempo, com a
base de ex-santistas que fracassaram no time pré-olímpico, a
performance foi tenebrosa. O
goleiro turco não precisou fazer uma mísera defesa.
A dupla Diego e Robinho lamentou o número de passes errados e o tempo de separação.
O discurso era que Ronaldinho e Kaká, que em entrevista à
prestigiosa revista "Vanity
Fair" disse que foi difícil casar
virgem ("o desejo existia, mas
sempre soubemos parar"), começaram na reserva porque o
time que vai jogar a Copa América precisava ser testado.
Mas o futebol ruim da primeira etapa fez com que o treinador apelasse à dupla no segundo tempo.
O Brasil até criou um pouco
mais, mas ainda assim os turcos, que vinham de derrota para a modesta Bósnia, tiveram
mais oportunidades -o estreante Doni, que viu uma bola
explodir na trave que defendia
no primeiro tempo, mostrou
segurança e foi um dos poucos
que se safaram da mediocridade brasileira.
O jogo foi tão arrastado que o
juiz não deu minutos de acréscimos nas duas etapas.
O Brasil parte agora para a
Copa América. Os treinos para
a competição começam no dia
12, em Teresópolis. A viagem
para a Venezuela acontece no
dia 20. Uma semana depois o
Brasil faz sua estréia, diante
da seleção mexicana.
Texto Anterior: Régis Andaku: Fazer valer o momento Próximo Texto: Lista: Time da Copa América é anunciado hoje Índice
|