São Paulo, quarta-feira, 06 de junho de 2007

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Com o tempo, seleção de Dunga piora

Time empata sem gols contra a Turquia, na Alemanha, e segue em decadência técnica sob o comando de seu treinador

Thomas Bohlen/Reuters
O lateral Maicon, que, como quase toda a seleção brasileira, jogou mal ontem contra a Turquia


Brasil 0
Turquia 0

DA REPORTAGEM LOCAL

No modorrento empate de ontem contra a Turquia, na Alemanha, a seleção brasileira mergulhou de vez num roteiro que foge totalmente do planejado por qualquer treinador.
Quanto mais joga, o time de Dunga fica pior. Depois de um início animador, o treinador viu seu time empatar sem gols com um oponente mediano.
O futebol foi pífio, seja com os astros Ronaldinho e Kaká em campo ou sem eles.
Nos cinco primeiro jogos da era Dunga contra seleções nacionais, o Brasil venceu quatro vezes (uma delas em atuação de gala diante da Argentina) e empatou outra. Teve média de dois gols por jogo.
Nas últimas cinco partidas reconhecidas pela Fifa, a seleção venceu só duas vezes, empatou outras duas e perdeu uma. Nesses confrontos, balançou a rede apenas seis vezes, sendo que quatro foram contra uma frágil seleção chilena.
Como também fez um jogo não reconhecido pela Fifa, contra um combinado do Kuait, Dunga comandou o time pela 11ª vez contra os turcos em um estádio com mais da metade dos lugares vazios -mesmo assim, problemas na entrada dos torcedores fizeram a organização cogitar atrasar o início da partida em 30 minutos.
Nesse mesmo número de jogos, Luiz Felipe Scolari, por exemplo, que assumiu em um ambiente de terra arrasada, conquistava a confiança do torcedor ao ganhar da Venezuela e classificar o Brasil para a Copa do Mundo de 2002.
Ontem, o time de Dunga não foi vibrante, como no início do seu trabalho, ou mostrou qualidade, como no triunfo diante dos argentinos.
No primeiro tempo, com a base de ex-santistas que fracassaram no time pré-olímpico, a performance foi tenebrosa. O goleiro turco não precisou fazer uma mísera defesa.
A dupla Diego e Robinho lamentou o número de passes errados e o tempo de separação.
O discurso era que Ronaldinho e Kaká, que em entrevista à prestigiosa revista "Vanity Fair" disse que foi difícil casar virgem ("o desejo existia, mas sempre soubemos parar"), começaram na reserva porque o time que vai jogar a Copa América precisava ser testado.
Mas o futebol ruim da primeira etapa fez com que o treinador apelasse à dupla no segundo tempo.
O Brasil até criou um pouco mais, mas ainda assim os turcos, que vinham de derrota para a modesta Bósnia, tiveram mais oportunidades -o estreante Doni, que viu uma bola explodir na trave que defendia no primeiro tempo, mostrou segurança e foi um dos poucos que se safaram da mediocridade brasileira.
O jogo foi tão arrastado que o juiz não deu minutos de acréscimos nas duas etapas.
O Brasil parte agora para a Copa América. Os treinos para a competição começam no dia 12, em Teresópolis. A viagem para a Venezuela acontece no dia 20. Uma semana depois o Brasil faz sua estréia, diante da seleção mexicana.


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