Depois de ótimo semestre, Santos, equipe que mais jogou em 2010, acusa cansaço e comemora recesso

Ricardo Saibun/AGIF/Folhapress

O técnico Dorival Jr. orienta os santistas no coletivo

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O Santos encerra hoje um primeiro semestre que mais lhe pareceu um sonho.
Mas é unânime nos corredores da Vila Belmiro, onde hoje o time recebe o Vasco, que a pausa para a Copa do Mundo veio para salvar o restante do ano santista.
A nítida queda de rendimento nos últimos jogos, que se refletiu em péssimas atuações, derrotas e pouca inspiração dos astros, para o técnico Dorival Jr. tem um motivo: o cansaço dos jogadores.
Apesar do discurso comum entre treinadores, Dorival Jr. tem alguma razão.
Dos 20 clubes que disputam o Campeonato Brasileiro, o Santos é, ao lado de Internacional e Vitória, o que mais jogou neste ano.
Contando apenas jogos oficiais, foram 38 vezes. O Santos ainda fez um amistoso nos Estados Unidos, mas, dos titulares, apenas Neymar, desfalque hoje, jogou.
E o time do litoral ainda tem um agravante: destes 38 jogos, apenas em dois ou três foi usado um time misto.
O atacante André, por exemplo, atuou em 35 jogos. O goleiro Felipe, que virou reserva na última rodada, fez 37 jogos. O zagueiro Durval, que já não é um menino (29 anos), atuou em 34 partidas.
"Há muito tempo não conseguimos treinar, pois jogamos quarta e domingo. A parada será importante, a equipe está num desgaste violento. O motivo [da queda] é o desgaste", disse Dorival.
Por isso, a partir de amanhã, todo o elenco do Santos ganha férias de 15 dias. Nos 22 dias restantes, o time fará treinamentos e amistosos com um objetivo principal: a conquista da Copa do Brasil.
Contra o Vitória, decidirá o título nos dias 28 de julho e 4 de agosto -a final é na Bahia. Quando passou pelo Grêmio na semifinal, Dorival chegou a reclamar da parada de quase 40 dias. Após as más atuações, ele está aliviado com a chance de arrumar o time novamente.
"Espero ter tempo para uma recomposição total, e voltemos um pouco mais preparados, já que a sequência de jogos será difícil."
A queda de rendimento, porém, não significa que haja uma crise, afirma. "O importante é que nos momentos necessários o Santos respondeu à altura. Ganhamos o Paulista e estamos na final da Copa do Brasil. E ainda estamos em crise...", ironizou.
No Nacional, o Santos é o quinto colocado, dentro da margem de segurança imposta pelo treinador, que falava em deixar o time entre a quinta e oitava posição até o início do Mundial.
Após o recesso, Robinho retornará, mas apenas para jogar as finais do torneio. Depois, deve voltar à Europa, provável destino, também, do meio-campista Wesley.

SANTOS
Rafael; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Rodriguinho, Wesley, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Madson e André.
Técnico: Dorival Jr.

VASCO
Fernando Prass; Élder Granja, Dedé, Cesinha e Ernani; Rafael Carioca, Léo Gago, Souza e Jeferson; Philippe Coutinho e Rafael Coelho.
Técnico: Celso Roth