São Paulo, sábado, 06 de julho de 2002

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FUTEBOL

Liminar longe dos tribunais desportivos exige vaga a gaúchos na elite

Com ação de prefeitura, Caxias ameaça o Nacional

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais uma vez a CBF está no meio de um imbróglio que ameaça o Campeonato Brasileiro, com início previsto para agosto.
Ontem, a Prefeitura de Caxias do Sul entrou com uma ação na Justiça comum para obrigar a entidade a colocar o Caxias na primeira divisão do Nacional.
A equipe gaúcha se considera prejudicada pela decisão da CBF, que colocou o Figueirense-SC na elite, após o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) rever a sua decisão numa disputa entre as duas equipes.
O pedido de liminar -que incluiria o time na primeira divisão enquanto o processo tramitasse- da prefeitura deverá ser analisado até a próxima segunda pelo juiz da 6ª Vara Cível de Caxias, Antonio Flores Ceccatto.
A situação do clube gaúcho é semelhante à vivida pelo Gama, que em 2000 se valeu de uma ação de terceiros para exigir na Justiça comum a sua presença na elite.
Aquele episódio gerou a organização da Copa JH, e mesmo assim o Gama conseguiu uma vaga no torneio substituto. As ações em nome de outras entidades evitam punições pelo fato de os clubes irem à Justiça comum.
A disputa entre Caxias e Figueirense começou no último jogo entre os dois pelo quadrangular final da Série B, no ano passado. Os catarinenses venceram por 1 a 0, mas o jogo foi encerrado pouco antes do fim dos acréscimos porque a torcida do Figueirense, que atuava em casa, invadiu o campo.
O resultado dava a vaga na elite ao time de Santa Catarina, mas o caso foi parar na Justiça desportiva, pois o juiz Alfredo Loebeling havia confirmado que a partida não havia ido até o seu final.
Em seu relatório, ele afirmou o contrário. Depois, voltou atrás e disse que fora pressionado por Armando Marques, que chegou a ser afastado do comando da arbitragem nacional.
Após perder em primeira instância, o Caxias viu o STJD tirar os pontos do rival e declarar que o gol não poderia ser levado em conta. Nesse caso, os gaúchos venceriam o desempate pela vaga no saldo de gols.
Os catarinenses pediram e conseguiram a revisão do resultado. No novo julgamento, o STJD manteve a decisão de tirar os pontos do time da casa, mas se declarou incompetente para decidir sobre a validade dos gols para o desempate no saldo.
"No primeiro julgamento, o STJD foi além do que poderia julgar, pois no artigo em questão não havia nenhuma referência a gols marcados no jogo", disse Luiz Zveiter, presidente do STJD.
O Caxias já entrou com um pedido no STJD para que a última decisão seja revista. "O clube vai ficar na esfera desportiva, mas acho que coisas absurdas e estranhas aconteceram", disse Rudimar Pontalti, coordenador do colegiado que administra o Caxias.



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