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FUTEBOL
Liminar longe dos tribunais desportivos exige vaga a gaúchos na elite
Com ação de prefeitura,
Caxias ameaça o Nacional
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais uma vez a CBF está no
meio de um imbróglio que ameaça o Campeonato Brasileiro, com
início previsto para agosto.
Ontem, a Prefeitura de Caxias
do Sul entrou com uma ação na
Justiça comum para obrigar a entidade a colocar o Caxias na primeira divisão do Nacional.
A equipe gaúcha se considera
prejudicada pela decisão da CBF,
que colocou o Figueirense-SC na
elite, após o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) rever
a sua decisão numa disputa entre
as duas equipes.
O pedido de liminar -que incluiria o time na primeira divisão
enquanto o processo tramitasse- da prefeitura deverá ser analisado até a próxima segunda pelo
juiz da 6ª Vara Cível de Caxias,
Antonio Flores Ceccatto.
A situação do clube gaúcho é semelhante à vivida pelo Gama, que
em 2000 se valeu de uma ação de
terceiros para exigir na Justiça comum a sua presença na elite.
Aquele episódio gerou a organização da Copa JH, e mesmo assim
o Gama conseguiu uma vaga no
torneio substituto. As ações em
nome de outras entidades evitam
punições pelo fato de os clubes
irem à Justiça comum.
A disputa entre Caxias e Figueirense começou no último jogo entre os dois pelo quadrangular final
da Série B, no ano passado. Os catarinenses venceram por 1 a 0,
mas o jogo foi encerrado pouco
antes do fim dos acréscimos porque a torcida do Figueirense, que
atuava em casa, invadiu o campo.
O resultado dava a vaga na elite
ao time de Santa Catarina, mas o
caso foi parar na Justiça desportiva, pois o juiz Alfredo Loebeling
havia confirmado que a partida
não havia ido até o seu final.
Em seu relatório, ele afirmou o
contrário. Depois, voltou atrás e
disse que fora pressionado por
Armando Marques, que chegou a
ser afastado do comando da arbitragem nacional.
Após perder em primeira instância, o Caxias viu o STJD tirar os
pontos do rival e declarar que o
gol não poderia ser levado em
conta. Nesse caso, os gaúchos
venceriam o desempate pela vaga
no saldo de gols.
Os catarinenses pediram e conseguiram a revisão do resultado.
No novo julgamento, o STJD
manteve a decisão de tirar os pontos do time da casa, mas se declarou incompetente para decidir sobre a validade dos gols para o desempate no saldo.
"No primeiro julgamento, o
STJD foi além do que poderia julgar, pois no artigo em questão
não havia nenhuma referência a
gols marcados no jogo", disse
Luiz Zveiter, presidente do STJD.
O Caxias já entrou com um pedido no STJD para que a última
decisão seja revista. "O clube vai
ficar na esfera desportiva, mas
acho que coisas absurdas e estranhas aconteceram", disse Rudimar Pontalti, coordenador do colegiado que administra o Caxias.
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