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PORTUGAL 0 X 1 FRANÇA
O dia Z
Zinedine Zidane marca o gol da vitória, conduz sua seleção à final, impõe a primeira derrota em Copas a Luiz Felipe Scolari e se confirma como algoz de treinadores brasileiros em Mundiais
PAULO COBOS
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS A MUNIQUE
A França venceu, e Luiz Felipe Scolari e sua seleção portuguesa estão fora da final da Copa da Alemanha. Não é novidade para o pequeno país, que
nunca teve o gosto de jogar uma
decisão de Mundial. E não tem
nada de inédito para o técnico.
Isso porque ele é um treinador brasileiro de primeiro time.
E quem está nessa categoria
não sabe mesmo o que fazer para interromper os dribles e as
investidas de Zinedine Zidane.
Com um gol seu e novamente
controlando o ritmo da partida,
o meia foi decisivo no triunfo
por 1 a 0, em Munique, que coloca seu time na decisão contra
a Itália, neste domingo.
Scolari, que perdeu uma invencibilidade de 12 jogos por
Copas, não conseguiu a fórmula mágica para conter Zidane,
que fará contra os italianos o
último jogo de sua carreira.
Assim, o gaúcho repete a sina
de dois compatriotas famosos.
Carlos Alberto Parreira, por
duas vezes (com a Arábia Saudita em 1998 e com o próprio
Brasil agora), e Zagallo (na final
de 1998) foram batidos pela
França com grande atuação de
Zidane -nenhum deles conseguiu ver suas equipes marcarem um mísero gol diante da
esquadra comandada pelo camisa 10, que desta vez não levou cartão amarelo e evitou receber nova suspensão.
Ou seja: os treinadores do
Brasil nas últimas três Copas
não tiveram sucesso na missão
de anular o astro francês.
Ontem, além do gol de pênalti no primeiro tempo, o meia
novamente foi o maestro de seu
time. Segundo o Datafolha, Zidane foi o jogador mais acionado de sua equipe, com 47 bolas
recebidas. Foi também quem
mais deu passes e, desta vez,
não abusou das faltas como em
outros confrontos -não teve
nenhuma apitada pelo árbitro
Jorge Larrionda.
O juiz uruguaio estressou
Scolari e os jogadores da seleção portuguesa durante a partida -a queixa maior aconteceu
num suposto pênalti, em lance
muito duvidoso, a favor do time
luso ainda no primeiro tempo.
Pelo seu retrospecto na artilharia dos Mundiais, Zidane parece ter "implicância" contra
times treinados por brasileiros.
Ele marcou até hoje quatro gols
na competição, e três foram
diante de equipes comandadas
por técnicos do Brasil, país onde tem bons amigos da bola, como Ronaldo e Roberto Carlos,
companheiros de Real Madrid.
Como vem fazendo em todo
o Mundial alemão, para desgosto dos patrocinadores da seleção francesa, Zidane evitou as
entrevistas ontem.
Mas seu chefe falou por ele.
"O Zidane não tem que pensar
na sua aposentadoria. Não vai
viver o seu último jogo. Ele vai
viver a final da Copa do Mundo
contra a Itália", disse o técnico
Raymond Domenech, que chegou a ter atritos com o seu capitão antes de a competição na
Alemanha começar.
No domingo, em Berlim, às
15h (horário de Brasília), a Copa verá uma final inédita. Os
italianos, na fila desde 1982,
tentam o tetracampeonato. A
França, que mais uma vez prova sua força jogando na Europa,
parte em busca do bi.
As duas seleções têm hoje
pontos fortes que fogem do seu
padrão. A Itália continua sólida
na defesa, mas arrisca bastante
-venceu a Alemanha na prorrogação com três atacantes e
dois gols nos últimos minutos.
Já a França, antes famosa por
seu estilo vistoso, aposta na defesa. "Esse é o nosso ponto forte", diz Jean-Pierre Escalettes,
presidente da Federação Francesa de Futebol.
Eliminada, a seleção portuguesa de Scolari disputará no
sábado o terceiro lugar contra
os anfitriões alemães, em Stuttgart, a partir das 16h.
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