São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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Econômica mais uma vez, França celebra paciência

Equipe cria menos da metade de chances de Portugal, mas, com vitória magra, disputará pela 2ª vez uma final de Copa

Novo triunfo por 1 a 0 reflete estilo elogiado por Domenech e relevado por Henry, que diz que o que importa é estar na decisão


DOS ENVIADOS A MUNIQUE

Mais uma vitória magra, marca do time na Copa até agora. E a França parece já gostar disso. "A maior qualidade do time da França é suportar o sofrimento. Agüentar a pressão e, quando der, tentar jogar. É um time muito solidário", disse Raymond Domenech, o técnico do time, resumindo com precisão o que aconteceu ontem.
Os números mostram que a França fez mesmo só o suficiente para vencer. Foram, segundo o Datafolha, apenas seis chances criadas, contra 13 de Portugal, que desperdiçou algumas chances claras, como num rebote depois de defesa bisonha de Barthez. Livre, Figo, desta vez mantido por Luiz Felipe Scolari durante os 90 minutos, cabeceou para fora.
Portugal teve seis longos minutos a mais de posse de bola. Trocou quase 70 passes a mais. Cruzou 40 bolas para a área rival -os franceses fizeram isso apenas em 14 oportunidades.
"Não adianta jogar bem e ser eliminado", lamentou o meia naturalizado Deco, comparando o desempenho da sua equipe e do Brasil, país onde nasceu, diante dos franceses.
Nos seis jogos que já fez na Alemanha, a França nunca ganhou por goleada. Foram duas vitórias por dois gols de diferença, contra Togo e Espanha, duas pela vantagem mínima (Portugal e Brasil) e dois empates (Suíça e Coréia do Sul).
A vitória magra não foi motivo para evitar a forte celebração dos franceses. "Agora estamos na final. E isso é o que importa, além do fato de formarmos uma grande equipe", disse o atacante Henry, que sofreu o pênalti convertido depois por Zidane, no primeiro tempo.
"Estou com 34 anos e me sinto como um garoto de dez. É ótimo dar essa alegria aos franceses. É um sonho real", declarou o zagueiro Thuram, que anunciou durante a semana que vai se aposentar.
A França entrou ontem em campo com seis jogadores pendurados. O único que recebeu novo amarelo e está fora da decisão foi justamente o único reserva na lista dos ameaçados -o atacante Saha. Nenhum jogador terminou a partida com problema grave de lesão.
Assim, Domenech deve mandar a campo contra a Itália a mesma formação que eliminou brasileiros e lusos.
Os franceses não querem saber de muita agitação antes da decisão de domingo. Logo após o jogo de ontem, o time tinha previsão de voltar para sua sede durante toda a Copa, nos arredores de Hannover. O time só vai para Berlim no sábado, quando fará o treino de reconhecimento do gramado. (PAULO COBOS E RODRIGO BUENO)

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