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Mundial-06 tem o maior número de alterações
Antes mesmo dos últimos confrontos, quantidade de trocas bate recorde, 351
Em 74,2% das partidas do torneio, os times esgotaram o número de substituições; última vez em que isso não ocorreu foi em Brasil x Gana
LUÍS FERRARI
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca a plaquinha anunciando alterações subiu tanto
em Copas como em 2006.
Antes mesmo de seu término, neste final de semana, o
Mundial da Alemanha já detém
o recorde de substituições da
história das Copas. Foram 351
trocas nas 62 partidas que já
aconteceram (média de 5,66
por confronto).
A maior marca anterior era
da Copa da França, em 1998,
quando o número total de alterações foi 340 (média de 5,3). O
torneio realizado há oito anos
foi o primeiro em que o limite
das trocas de jogadores de linha
subiu de dois para três.
Em 2002, quando também
havia tal regra, o total de substituições da Copa ficou em 307
(média de 4,8 por partida).
A reversão do quadro da Copa anterior não se deve a nenhuma equipe em especial,
mas a uma tendência apresentada uniformemente por todos
os competidores.
Os 32 países que participaram da competição fizeram as
três alterações permitidas ao
menos em uma partida.
Com isso, o número de jogos
que esgotaram as possibilidades de trocas atinge expressivos 46 (ou 74,2% dos confrontos já realizados).
Se consideradas apenas as
duas últimas fases do mata-mata -quartas-de-final e semifinais-, o número vai a 100%.
A última partida da Copa em
que, juntas, as equipes não
atingiram o teto de alterações
foi a vitória do Brasil por 3 a 0
sobre Gana, há dez dias, quando os africanos só substituíram
dois jogadores.
Aliás, não esgotar o número
de alterações nos mata-matas
só deu sorte para a França.
A equipe de Zidane foi a única que não acabou eliminada
entre as que não fizeram todas
as trocas possíveis desde as oitavas. Na vitória sobre a Espanha por 3 a 1 (nas oitavas-de-final), o técnico Raymond Domenech trocou dois atletas.
Além de Gana e França,
Equador e Austrália -respectivamente eliminados nas oitavas por Inglaterra e Itália- foram as outras duas equipes que
não promoveram entradas de
três reservas nos mata-matas.
O uso da maioria dos jogadores à disposição no elenco, por
sinal, é um fator verificado nas
equipes que venceram as duas
últimas Copas do Mundo.
Em 1998, quando os elencos
tinham 22 jogadores, a França
sagrou-se campeã tendo usado
20 atletas em sua campanha
-só os dois goleiros reservas
não participaram da Copa.
No Mundial de 2002, o a seleção brasileira que foi pentacampeã com Luiz Felipe Scolari também mandou a campo todos os seus 21 jogadores de linha -na edição passada, o número de jogadores por delegação foi ampliado pela Fifa para
23, mantido no atual certame.
Entre os finalistas deste ano,
os italianos já utilizaram seus
20 jogadores de linha. Já os
franceses mandaram a campo
17 atletas diferentes, sem computar o goleiro Barthez.
Colaborou FABIO TURA, do Datafolha
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