São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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Mundial-06 tem o maior número de alterações

Antes mesmo dos últimos confrontos, quantidade de trocas bate recorde, 351

Em 74,2% das partidas do torneio, os times esgotaram o número de substituições; última vez em que isso não ocorreu foi em Brasil x Gana


LUÍS FERRARI
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca a plaquinha anunciando alterações subiu tanto em Copas como em 2006. Antes mesmo de seu término, neste final de semana, o Mundial da Alemanha já detém o recorde de substituições da história das Copas. Foram 351 trocas nas 62 partidas que já aconteceram (média de 5,66 por confronto).
A maior marca anterior era da Copa da França, em 1998, quando o número total de alterações foi 340 (média de 5,3). O torneio realizado há oito anos foi o primeiro em que o limite das trocas de jogadores de linha subiu de dois para três.
Em 2002, quando também havia tal regra, o total de substituições da Copa ficou em 307 (média de 4,8 por partida). A reversão do quadro da Copa anterior não se deve a nenhuma equipe em especial, mas a uma tendência apresentada uniformemente por todos os competidores.
Os 32 países que participaram da competição fizeram as três alterações permitidas ao menos em uma partida. Com isso, o número de jogos que esgotaram as possibilidades de trocas atinge expressivos 46 (ou 74,2% dos confrontos já realizados). Se consideradas apenas as duas últimas fases do mata-mata -quartas-de-final e semifinais-, o número vai a 100%.
A última partida da Copa em que, juntas, as equipes não atingiram o teto de alterações foi a vitória do Brasil por 3 a 0 sobre Gana, há dez dias, quando os africanos só substituíram dois jogadores.
Aliás, não esgotar o número de alterações nos mata-matas só deu sorte para a França. A equipe de Zidane foi a única que não acabou eliminada entre as que não fizeram todas as trocas possíveis desde as oitavas. Na vitória sobre a Espanha por 3 a 1 (nas oitavas-de-final), o técnico Raymond Domenech trocou dois atletas.
Além de Gana e França, Equador e Austrália -respectivamente eliminados nas oitavas por Inglaterra e Itália- foram as outras duas equipes que não promoveram entradas de três reservas nos mata-matas.
O uso da maioria dos jogadores à disposição no elenco, por sinal, é um fator verificado nas equipes que venceram as duas últimas Copas do Mundo.
Em 1998, quando os elencos tinham 22 jogadores, a França sagrou-se campeã tendo usado 20 atletas em sua campanha -só os dois goleiros reservas não participaram da Copa.
No Mundial de 2002, o a seleção brasileira que foi pentacampeã com Luiz Felipe Scolari também mandou a campo todos os seus 21 jogadores de linha -na edição passada, o número de jogadores por delegação foi ampliado pela Fifa para 23, mantido no atual certame.
Entre os finalistas deste ano, os italianos já utilizaram seus 20 jogadores de linha. Já os franceses mandaram a campo 17 atletas diferentes, sem computar o goleiro Barthez.


Colaborou FABIO TURA, do Datafolha

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