São Paulo, domingo, 06 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Líder, Massa exibe melhor Massa

Largando em nono, brasileiro defende a ponta do Mundial, com sua maior média de pontos na F-1

"Deus me deu o dom de ser rápido, e, com o tempo, pude melhorar em outras áreas", diz piloto, que acredita estar "pronto" para ganhar título


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SILVERSTONE

""O público do Brasil tem razão em exigir resultados porque ficou acostumado com o Emerson [Fittipaldi], o [Nelson] Piquet e o [Ayrton] Senna. É normal. Eu também cobrava quando era só um torcedor."
Quando soltou essa frase, no início de 2002, pouco antes de fazer sua estréia na F-1 pela Sauber, Felipe Massa não fazia idéia de que hoje, seis anos depois, estaria numa posição que havia sido ocupada antes por apenas outros três brasileiros, coincidentemente os citados por ele: a liderança do Mundial.
As palavras do agora ferrarista servem também de parâmetro para mostrar sua evolução, tanto dentro como fora das pistas. De um garoto que realizava o sonho de alcançar a principal categoria do automobilismo a um concorrente de fato ao título de uma temporada.
""Acho que ainda sou o mesmo Felipe, mas, com o tempo, você fica mais experiente", disse ele em Silverstone, onde hoje, largando da nona posição por ter tido problemas na troca de pneus no fim da classificação, coloca pela primeira vez sua liderança em jogo, a partir das 9h, no GP da Inglaterra.
""A velocidade ou você tem ou não tem. Deus me deu esse dom de ser rápido, e, com o tempo, eu pude trabalhar e melhorar em outras áreas", completou.
Nesses seis anos, Massa acumulou oito vitórias, 12 poles, 22 pódios e 249 pontos. Dentre os 28 brasileiros que já chegaram à F-1, tal desempenho só perde para o do trio de campeões e o de Rubens Barrichello, que está em seu 16º ano na categoria, seis deles na Ferrari.
""Com certeza, estou no melhor momento da minha carreira", disse Massa, que tem 48 pontos na classificação, dois a mais do que Robert Kubica, da BMW, o segundo colocado.
"Estou muito feliz, faço o que gosto, corro pela melhor equipe, já ganhei muitas corridas", enumerou o piloto. "Mas a gente sempre quer mais. A gente vê o que tem e quer conquistar aquilo que ainda não tem."
Campeão em todas as categorias que disputou -F-Chevrolet, F-Renault italiana e européia e o europeu de F-3.000-, o que ainda não tem é um título da F-1. Algo em que, segundo ele, ainda é cedo para pensar, já que ainda faltam outras nove corridas para o fim da temporada. Mas para o qual já está ""pronto", em suas palavras.
Se a evolução de sua performance for um indicativo, Massa tem motivos para se animar.
Em 2002, seu primeiro ano na categoria, sua média de pontos por corrida era de 0,25. Hoje, mesmo tendo zerado nas duas primeiras etapas do campeonato, o índice subiu para 6 pontos em média por GP.
Na estréia, porém, Massa corria pela Sauber, uma equipe média, que terminou aquela temporada em quinto lugar no Mundial de Construtores.
Outros dois números mostram claramente a evolução do brasileiro. As posições médias de largada e de chegada. Mesmo se levados em conta apenas os três últimos anos, aqueles em que esteve na Ferrari, a melhora foi bem significativa.
Se em 2006 Massa partia em média do sexto lugar, no ano passado passou a sair em quarto e neste ano já larga em segundo, em média -a melhor marca entre todos os pilotos.
A posição de chegada também melhorou bastante. De quarto para terceiro em 2007 e para segundo neste ano. ""Mas acho que ainda tenho muito o que melhorar", disse.


NA TV - GP da Inglaterra
Globo, ao vivo, às 9h



Texto Anterior: Superamador: Prova rápida fica mais fácil para amador
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.