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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003

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pan 2003

Governo dominicano e organizadores admitem fiasco e abrem portões ao público

ZONA FRANCA

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Equipe de Cuba saúda os torcedores que prestigiaram evento da ginástica ontem, em Santo Domingo, durante a premiação das finais por aparelhos


EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTO DOMINGO

Último capítulo de uma sequência de confusões, o Pan de Santo Domingo, agora, é um evento aberto ao público. Para encher as arquibancadas e minimizar o fiasco, o governo dominicano decidiu abrir as portas das instalações esportivas aos torcedores.
Mesmo sem ingresso, o público desde ontem tem acesso a 22 das 42 modalidades. A decisão foi tomada pelo Copan, o comitê organizador, depois de uma avaliação conjunta com o governo sobre o primeiro fim de semana de um Pan marcado por instalações inacabadas, cidade em obras, desorganização geral e reclamações.
Segundo a assessoria de César Cedeño, o secretário de Esportes dominicano, só 12,3% dos ingressos colocados à venda nos eventos de sábado foram vendidos.
No jogo entre Brasil e Canadá, no basquete feminino, por exemplo, havia 121 torcedores. Nas eliminatórias de luta greco-romana, no mesmo dia, menos ainda, 49.
A possibilidade de instalações vazias já havia sido detectada em pesquisa publicada em julho por um jornal local. Segundo enquete da Omnimedia-Gallup, na época 45% dos dominicanos eram contrários ao Pan, e 56,6% afirmaram que não iriam acompanhá-lo.
Antes dos Jogos, o comitê já anunciara que não cobraria entrada para algumas modalidades, como o badminton, o esqui aquático e o squash, entre outros.
Mas, após o fiasco no sábado, foram liberadas as entradas para modalidades populares. Deu certo. Os estádios de Brasil x Colômbia e Argentina x Paraguai encheram. O mesmo ocorreu com a ginástica artística, vazia no primeiro dia, lotada no seguinte -ontem, porém, nem as finais por aparelhos encheram o ginásio.
Animado com o "sucesso", o Copan liberou ontem mais 13 modalidades, inclusive o beisebol, a mais popular do país. "Só alguns eventos tinham ingressos esgotados [caso dos jogos de beisebol dos dominicanos]. Para os que não estão cheios, nada mais justo que liberar a entrada", disse Cedeño.
Segundo ele, a ordem para abrir os portões partiu do próprio presidente da República, Hipólito Mejía, que no dia seguinte ao encerramento dos Jogos deve lançar sua candidatura à reeleição.
Ao tomar a decisão, o presidente liberou o Copan de pagar ao governo cerca de US$ 18 milhões, o que ocorreria se todos os ingressos fossem vendidos. Mas criou outro problema. Ainda não sabe o que fazer com os torcedores que já compraram suas entradas.
O valor médio dos bilhetes, já reduzido duas vezes por iniciativa do presidente, é de US$ 6.
A Odepa, entidade que gerencia o esporte olímpico das Américas, já tinha aberto mão dos 10% a que teria direito, por contrato, do preço de cada ingresso vendido.


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