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pan 2003
Governo dominicano e organizadores admitem fiasco e abrem portões ao público
ZONA FRANCA
Antônio Gaudério/Folha Imagem
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Equipe de Cuba saúda os torcedores que prestigiaram evento da ginástica ontem, em Santo Domingo, durante a premiação das finais por aparelhos |
EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTO DOMINGO
Último capítulo de uma sequência de confusões, o Pan de Santo
Domingo, agora, é um evento
aberto ao público. Para encher as
arquibancadas e minimizar o fiasco, o governo dominicano decidiu abrir as portas das instalações
esportivas aos torcedores.
Mesmo sem ingresso, o público
desde ontem tem acesso a 22 das
42 modalidades. A decisão foi tomada pelo Copan, o comitê organizador, depois de uma avaliação
conjunta com o governo sobre o
primeiro fim de semana de um
Pan marcado por instalações inacabadas, cidade em obras, desorganização geral e reclamações.
Segundo a assessoria de César
Cedeño, o secretário de Esportes
dominicano, só 12,3% dos ingressos colocados à venda nos eventos
de sábado foram vendidos.
No jogo entre Brasil e Canadá,
no basquete feminino, por exemplo, havia 121 torcedores. Nas eliminatórias de luta greco-romana,
no mesmo dia, menos ainda, 49.
A possibilidade de instalações
vazias já havia sido detectada em
pesquisa publicada em julho por
um jornal local. Segundo enquete
da Omnimedia-Gallup, na época
45% dos dominicanos eram contrários ao Pan, e 56,6% afirmaram
que não iriam acompanhá-lo.
Antes dos Jogos, o comitê já
anunciara que não cobraria entrada para algumas modalidades,
como o badminton, o esqui aquático e o squash, entre outros.
Mas, após o fiasco no sábado,
foram liberadas as entradas para
modalidades populares. Deu certo. Os estádios de Brasil x Colômbia e Argentina x Paraguai encheram. O mesmo ocorreu com a ginástica artística, vazia no primeiro dia, lotada no seguinte -ontem, porém, nem as finais por
aparelhos encheram o ginásio.
Animado com o "sucesso", o
Copan liberou ontem mais 13 modalidades, inclusive o beisebol, a
mais popular do país. "Só alguns
eventos tinham ingressos esgotados [caso dos jogos de beisebol dos
dominicanos]. Para os que não estão cheios, nada mais justo que liberar a entrada", disse Cedeño.
Segundo ele, a ordem para abrir
os portões partiu do próprio presidente da República, Hipólito
Mejía, que no dia seguinte ao encerramento dos Jogos deve lançar
sua candidatura à reeleição.
Ao tomar a decisão, o presidente liberou o Copan de pagar ao governo cerca de US$ 18 milhões, o
que ocorreria se todos os ingressos fossem vendidos. Mas criou
outro problema. Ainda não sabe o
que fazer com os torcedores que
já compraram suas entradas.
O valor médio dos bilhetes, já
reduzido duas vezes por iniciativa
do presidente, é de US$ 6.
A Odepa, entidade que gerencia
o esporte olímpico das Américas,
já tinha aberto mão dos 10% a que
teria direito, por contrato, do preço de cada ingresso vendido.
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