São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2007

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Hipismo almeja popularizar eventos

Organizadores do Concurso de Saltos Athina Onassis dão sugestões até na forma de transmissão na TV

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Transformar o hipismo em um esporte popular ainda é utopia em um país como o Brasil. Mas é possível fazer das competições eventos cada vez mais atrativos. É o que esperam os organizadores do Concurso de Saltos Athina Onassis, encerrado ontem, em São Paulo.
"Queremos popularizar o show. Fazer com que as pessoas gostem e se acostumem a ver provas de saltos, ao vivo ou na TV. Este é o primeiro passo para aumentar a penetração do esporte", diz André Beck, um dos organizadores do torneio.
Para isso, eles deram pitacos até na transmissão da TV e convenceram patrocinadores de que não era vantagem ficar por muito tempo com os cavalos ao vivo na programação.
"As disputas são longas, arrastadas, cansam muito. As pessoas mudam de canal. O ideal é mostrar a prova quando afunila, como no desempate [passagem final, com apenas os melhores do dia]", diz ele.
Anteontem, a principal prova do Athina Onassis foi transmitida apenas a partir da segunda passagem, com 18 cavaleiros. A primeira etapa, com 40 conjuntos, durou quase duas horas.
Com mais holofotes sobre as competições, acredita Beck, o número de praticantes deve aumentar. O crescimento, no então, pode não significar necessariamente mais atletas.
"Fazer aula em uma escolinha duas vezes por semana custa a mesma coisa que aulas de natação ou de tênis. A classe média pode fazer", afirma. "Quando a pessoa começa a competir, a parte financeira complica mais", acrescenta.
Um cavalo para iniciantes custa cerca de R$ 5.000. Nas cocheiras do Athina Onassis ficaram hospedados cerca de R$ 260 milhões em animais. Um cavalo de elite custa entre R$ 2,6 milhões e R$ 13 milhões.
"Por isso não temos a idéia de massificar o esporte. Mas podemos encher as escolinhas, mostrar que as pessoas podem praticar hipismo", declara Beck.
Anteontem pela manhã, para estimular os novatos, houve uma disputa dos ginetes mirins com as estrelas do concurso.
"É uma chance única para eles. Sentir a pressão de competir contra um ídolo pesa muito. Quando estiverem em competições importantes, já terão a experiência de lidar com esse estresse", afirma Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, organizador do torneio e melhor brasileiro em ação na pista.
Para o ano que vem Doda quer aumentar a capacidade de torcedores. Nos quatro dias do evento, cerca de 13 mil pessoas passaram pela Sociedade Hípica Paulista. Os ingressos mais baratos custavam R$ 50.
Os cavaleiros brasileiros, que carecem de eventos de ponta no país, aproveitaram para aprender com os europeus.
"Esse tipo de evento faz falta. É uma grande chance de competir em alto nível, o que não costuma acontecer no país", afirma César Almeida, único atleta radicado no Brasil titular da equipe campeã do Pan.


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