São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2007

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CIDA SANTOS

O futuro da seleção

A seleção, para continuar a melhor do mundo, precisa de Bernardinho e Ricardinho. Os dois vão ter que se entender

A PERGUNTA que ronda a cabeça dos amantes de vôlei é uma só: o levantador Ricardinho voltará para a seleção? Os primeiros sinais serão dados na próxima semana, quando for divulgada a lista dos convocados para o Sul-Americano do Chile, a partir de 3 de setembro.
Na Copa América, que começa dia 13 em Manaus, a seleção vai competir com um time de novatos. Já o Sul-Americano, apesar de ser um torneio com seleções frágeis, vale vaga para a Copa do Mundo, que é classificatória para a Olimpíada. Por isso, o Brasil terá força máxima.
A comissão técnica optou por uma solução traumática e inadequada ao cortar Ricardinho dois dias antes da estréia no Pan do Rio. Em dez de tratar internamente os conflitos com o levantador, a questão se tornou pública e deixou a seleção dividida.
No pódio do Pan, os jogadores levaram uma bandeira do Brasil com algumas inscrições, entre elas o número 17, da camisa de Ricardinho, e pedidos para ele voltar. Uma atitude corajosa dos atletas, já que o levantador não deixou time porque quis.
Muitas versões saíram sobre os motivos do corte de Ricardinho. Como capitão, era o responsável por levar as reivindicações do grupo, como premiações e folgas, para a comissão técnica. As conversas nem sempre eram amistosas, daí veio um desgaste nos últimos tempos. O que provocou a turbulência final foi o desejo do grupo de não querer dividir o prêmio do Pan com a comissão.
Um dos argumentos é que ela, ao contrário dos atletas, recebe salário na seleção. O atraso de um dia de Ricardinho para os treinos foi a justificativa dada para o corte.
O certo é que a crise ronda a melhor seleção do mundo. Se o Brasil for campeão em Pequim-08, conseguirá um fato inédito na história do vôlei masculino: vencer duas Olimpíadas e dois Mundiais seguidos.
A forma traumática como a comissão técnica quis resolver a questão deixou feridas difíceis de serem cicatrizadas. Ricardinho se isolou em Maringá e tem evitado conversas. Giba é o mais empenhado em tentar fazer o amigo aceitar uma possível convocação. O certo é que a seleção, para continuar a melhor, precisa de Bernardinho e Ricardinho. Os dois vão ter que se entender.

EXEMPLO ITALIANO
Na seleção italiana também houve um conflito entre o levantador titular, Valério Vermiglio, e o técnico Gianpaolo Montali, que nem convocou o jogador para a Liga Mundial. A Itália foi mal no torneio: não chegou à fase final. Agora, Vermiglio está de volta, para disputar o Campeonato Europeu.

LIVRO DE RICARDINHO
Ele queria uma festa, mas, por causa dos problemas na seleção, fará lançamento discreto em Maringá, no dia 14. No dia 15, o livro já estará nas livrarias. O nome é "Levantando a Vida", texto de Luiz Carlos Ramos, com a trajetória do melhor levantador do mundo.


cidasan@uol.com.br

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