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FUTEBOL
Para Ronaldinho, torneio olímpico é como Mundial
Terceiro na lista dos atletas mais ricos, ele será capitão contra Bélgica
BRASIL
Estréia. Horário: 6h. TV: Globo, Band, ESPN Brasil e Bandsports, ao vivo
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SHENYANG
Não é só pela notoriedade
que Ronaldinho é diferente dos
outros 276 atletas brasileiros
nos Jogos de Pequim.
A partir de amanhã, às 6h,
quando a seleção brasileira estréia na Olimpíada contra a
Bélgica, em Shenyang, o jogador do Milan será também o
mais pressionado na delegação
recorde do país na história.
Não faltam motivos para isso, a começar pela sua própria
convocação, anunciada e forçada por Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, que o levou para o projeto olímpico mesmo
com o meia-atacante em longa
inatividade e após o técnico
Dunga ter dito que só o chamaria quando ele voltasse a disputar partidas oficiais, o que não
acontece desde março passado.
Seu status no futebol é muito
superior ao dos rivais. Ronaldinho é duas vezes o melhor do
mundo pela Fifa. Será o primeiro na história a jogar a Olimpíada já tendo esse prêmio.
Isso numa competição recheada de garotos. O regulamento prevê jogadores com até
23 anos (com três exceções por
equipes), dando espaço a uma
série de anônimos -os times
europeus têm o grosso de seus
convocados oriundos de seleções de base e clubes da Europa
vetaram convocações de jogadores com mais de 23 anos.
Motivo de furor na China em
suas aparições públicas, Ronaldinho, que será capitão na China, tem um faturamento que
quase rivaliza com todo o dinheiro recebido pelo Comitê
Olímpico Brasileiro da Lei Piva.
Segundo a revista "Forbes",
entre os mais de 10 mil atletas
que vão estar em Pequim, só
Kobe Bryant e LeBron James,
da NBA, ganham mais dinheiro
que o astro brasileiro -ele supera outras estrelas, como o tenista suíço Roger Federer.
De acordo com a publicação,
o meia-atacante fatura o equivalente a R$ 59 milhões por
ano, ou 69% de todo o dinheiro
gerado pela Lei Piva para o esporte de competição em 2007.
Apesar de tantas evidências,
Ronaldinho não se sente mais
pressionado que os demais.
"Não tem pressão. Não tem
nada disso que preciso provar
alguma coisa para alguém. Eu
me sinto motivado pela busca
de um título inédito, que tem o
mesmo peso de um Mundial."
Ronaldinho, 28, se diz agora
mais preparado do que em
2000, quando o Brasil, com ele,
falhou na busca de seu primeiro ouro no futebol. "Olimpíada
não é mais novidade. Você não
se intimida", disse ele, aparentemente com o peso normal,
mas sem a explosão dos melhores dias. "Não terei problemas."
Além da Bélgica, Ronaldinho
e a seleção terão Nova Zelândia
e China pela frente na primeira
fase. Os dois primeiros da chave avançam às quartas-de-final.
Até ontem, a CBF dizia não
ter recebido comunicado do
COI de que o time terá que jogar sem seu escudo na camisa.
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